Na última sexta-feira (23), Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, apresentou aos conselheiros do clube os detalhes da proposta feita pelo City Football Group, para comprar a empresa que administrará o futebol tricolor. Após um ano de negociação, a proposta final apresentada pelo City garante um aporte financeiro de R$ 1 bilhão na SAF a ser constituída pelo Bahia, em troca da aquisição de 90% de seu capital pelo grupo administrador do Manchester City.
De acordo com as informações reveladas pela diretoria do Bahia, o valor investido será dividido em três finalidades: R$ 500 milhões para a compra de jogadores; R$ 300 milhões para o pagamento de dívidas; R$ 200 milhões para infraestrutura, categorias de base, capital de giro, entre outros. O prazo contratual para que o City execute essas obrigações financeiras é de 15 anos. Porém, os dirigentes contam com a maior parte do investimento, principalmente em contratações de atletas, em cinco anos.
Além disso, o contrato prevê que as dívidas do clube serão totalmente liquidadas pelo City, que negociará diretamente com credores. Contudo, de acordo com a proposta, a marca continuará a ser propriedade da associação civil Esporte Clube Bahia, que permanecerá na sociedade com participação minoritária, por meio de seus 10%. O que significa que a associação terá poder sobre questões como hino, brasão, escudo, símbolos, apelidos e cores do clube.
Bahia em segundo lugar na escala de investimentos
Segundo o acordo proposto pelo grupo City, o Bahia ficará em segundo lugar na escala de investimentos do grupo, atrás apenas do atual campeão da Premier League, Manchester City. O grupo estrangeiro já tem 12 participações em clubes ao redor do mundo, em distintos modelos de negócios que vão desde a aquisição definitiva de clubes até o estabelecimento de parcerias estratégicas para intercâmbio de informações e jogadores. Confira abaixo todos os clubes do grupo City:
- Manchester City (Inglaterra)
- New York City (Estados Unidos)
- Melbourne City (Austrália)
- Mumbai City FC (Índia)
- Montevideo City Torque (Uruguai)
- Palermo (Itália)
- Girona (Espanha)
- ESTAC Troyes (França)
- Lommel SK (Bélgica)
- Sichuan Jiuniu (China)*
- Yokohama Marinos (Japão)*
- Bolivar (Bolívia)**
* Clubes dos quais o City Football Group é acionista minoritário
** Clube com o qual o City Football Group mantém apenas parceria
O desejo dos representantes do City no mercado brasileiro é antigo, em busca de um carro-chefe para a América do Sul – um clube para receber investimentos capaz de competir em alto nível. O grupo chegou a negociar com o Atlético-MG, mas as conversas não avançaram. Agora, a concretização do negócio e a entrada do grupo City no futebol brasileiro dependem da aprovação dos associados do Bahia em Assembleia Geral.
Implementação do modelo SAF
Caso tenha a aprovação de seus sócios, o Bahia irá transferir o futebol profissional e de base, masculino e feminino, para uma empresa, a ser constituída sob o formato de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), repetindo o processo feito por clubes como Botafogo, Cruzeiro e Vasco. A SAF seria administrada por meio de um Conselho de Administração, composto por seis pessoas – cinco indicadas pelo City e um pela associação. Todos os profissionais da companhia responderiam a esse órgão, que montaria a estratégia e tomaria as principais decisões.