O Golden State Warriors carimbou sua vaga nos playoffs da NBA de 2025 após vencer o Memphis Grizzlies no Play-In Tournament. Classificado como o sétimo colocado da Conferência Oeste, o time enfrenta agora o Houston Rockets na primeira rodada — boas notícias tanto para TNT e ESPN, que terão audiência garantida, quanto para o departamento financeiro da franquia.
Mas a história que realmente impressiona vai muito além das quadras: a transformação do Warriors em uma máquina de fazer dinheiro é digna de estudo em Harvard. Avaliado hoje em US$ 9,14 bilhões — atrás apenas do Dallas Cowboys (US$ 10,32 bilhões) entre todas as franquias esportivas do mundo — o time multiplicou seu valor por mais de 20 vezes desde que Joe Lacob e Peter Guber adquiriram a equipe em 2010.
De prejuízos constantes à elite financeira
Quando a dupla comprou o Warriors por US$ 450 milhões, a realidade era outra. A equipe, que jogava na então mais antiga arena da liga, acumulava prejuízos e frequentava a parte baixa dos rankings de receita da NBA, tendo ficado fora dos playoffs em 17 das 18 temporadas anteriores.
O cenário começou a mudar com a ascensão de Stephen Curry, Klay Thompson e Draymond Green, que lideraram uma sequência histórica de cinco finais consecutivas e três títulos entre 2015 e 2019.
O sucesso esportivo impulsionou o faturamento e transformou o Warriors no “time da vez” do Vale do Silício. A cereja do bolo foi a inauguração do Chase Center em 2019, uma arena moderna de US$ 1,4 bilhão que elevou o potencial comercial da franquia a outro patamar.
O impacto do Chase Center e dos contratos de longo prazo
A abertura do Chase Center foi um divisor de águas. Patrocinadores e fãs correram para garantir espaços premium e contratos de longo prazo. Hoje, a receita com patrocínios supera US$ 150 milhões anuais, enquanto assentos premium rendem cerca de US$ 250 milhões por ano — números que, somados, representam um crescimento de sete vezes em comparação a 2010.

Além disso, cerca de US$ 3 bilhões em receitas contratuais estão asseguradas ao redor da arena, proporcionando estabilidade mesmo em eventuais fases de menor sucesso esportivo. A média de duração dos contratos é de 10 anos para suítes e 8 anos para patrocínios, com cláusulas de aumento anual.
O Warriors lidera praticamente todas as categorias de receita da NBA, exceto pelos direitos de transmissão locais.
Estratégias para além do basquete
A franquia também diversificou seus negócios. Criou a divisão Golden State Entertainment, investiu em projetos de entretenimento e conquistou uma franquia de expansão na WNBA, o Golden State Valkyries, que estreia este ano.
Esse ecossistema ao redor do Chase Center potencializa ainda mais o valor de mercado da organização.
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A força dos playoffs para as finanças
Outro trunfo que impulsiona os números do Warriors é o impacto dos playoffs. Em 2016, a NBA reduziu de 45% para 25% a sua participação nas receitas de bilheteria da pós-temporada, permitindo que os times retivessem uma parcela maior dos ganhos — enquanto os preços dos ingressos nas finais podem ser 200% superiores aos da temporada regular.
Em 2023, mesmo sem avançar muito, o Warriors arrecadou cerca de US$ 55 milhões em seis jogos de playoffs em casa, incluindo receitas de ingressos, concessões, estacionamento e merchandising.
Durante a campanha do título de 2022, foram mais de US$ 100 milhões em receita gerada apenas nos 12 jogos de playoffs como mandante. Caso o time avance novamente até as finais nesta temporada, a expectativa é de que a franquia ultrapasse a marca histórica de US$ 1 bilhão em receita anual — um feito restrito a gigantes como Dallas Cowboys, Los Angeles Dodgers, Real Madrid e Barcelona.