Na temporada que promete ser a mais estrelada da última década, o Brasileirão 2025 tem mais uma conquista para ostentar. Segundo um estudo da SportingPedia, a Série A do Campeonato Brasileiro está avaliada em 1,63 bilhão de euros (R$ 9,84 bilhões na cotação atual), ficando à frente de torneios europeus tradicionais, como a Liga Portugal e a Eredivisie, da Holanda.
Em entrevista ao Globo Esporte, Cristiano Caús, sócio-fundador da CCLA Advogados — escritório especializado em transferências de atletas em todo o mundo —, explicou que um dos motivos para a recente valorização do Brasileirão é a mudança na visão dos jogadores, que antigamente enxergavam o futebol europeu como a única alternativa viável para suas carreiras.
Hoje, com a criação das SAFs aliada à ascensão das casas de apostas no Brasil, o futebol nacional se consolidou como uma opção atrativa, tanto esportivamente quanto financeiramente. Para Caús, essa valorização se reflete nas negociações internas, que movimentam valores cada vez mais expressivos e fazem com que clubes e agentes considerem o Brasil um destino viável para suas estrelas.
Gabriel Barbosa: um homem à frente do seu tempo
Entre os jogadores da nova geração, Gabriel Barbosa, o Gabigol, foi um dos primeiros craques a manifestar o desejo de construir sua carreira no Brasil. Após experiências frustrantes na Inter de Milão, da Itália, e no Benfica, de Portugal — tendo marcado apenas dois gols em 15 jogos no Velho Continente —, o atacante deu a volta por cima no Brasil. Ele se destacou no Santos, tornou-se multicampeão e ídolo do Flamengo, além de ter sido convocado por Tite para a seleção brasileira entre 2018 e 2022.
Mesmo com sondagens de clubes de menor expressão da Europa, Gabigol optou por permanecer no Flamengo na época. Hoje, no Cruzeiro, ele não se arrepende da decisão. Afinal, “é melhor ficar aqui e brigar para ser campeão do que ser 10º do Inglês”, como declarou em entrevista ao PodPah, em dezembro.
“A minha carreira toda foi feita no Brasil e não me arrependo. Melhor ficar aqui e brigar para ser campeão do que ser 10º do Inglês. Quero ir para ser campeão. Vou para a China? Tenho que ir para o melhor time. Para a Nova Zelândia? Também. Vou só buscar o dinheiro? Aqui pagam bem também. O Memphis está aí felizão no Brasil, vai na favela, come churrasquinho. O que ele faz, todo jogador faz. Está vivendo o Brasil como gente normal”, explica Gabigol.
Quem quer dinheiro?
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É verdade que muitos craques deixam o Brasil a cada ano, como foi o caso da dupla do Botafogo — Thiago Almada e Luis Henrique —, que foram para o Lyon e Zenit, respectivamente. No entanto, os clubes brasileiros têm conseguido, na maioria das vezes, manter seus principais jogadores por mais tempo no elenco. Raphael Veiga, por exemplo, está no Palmeiras desde 2019 e recebe um salário de R$ 1 milhão por mês.
Lucas Moura, que esteve perto de concluir sua transferência para os Estados Unidos em 2023, preferiu continuar no São Paulo, onde ganha R$ 1,8 milhão por mês. E o que dizer de Memphis Depay e Gabigol? Ambos possuem os maiores salários do futebol brasileiro — R$ 3 milhões mensais, cada um. Essas cifras astronômicas evidenciam a força do Brasileirão nos dias atuais. Uma força, inclusive, que pode incomodar os clubes europeus e sauditas, que não terão mais tanta facilidade para contratar os jogadores daqui. A seguir:
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