Após surpreender em Londres, o PSG voltou a vencer o Arsenal por 2 a 1 na última quarta-feira (7), no Parque dos Príncipes, e avançou para a final da UEFA Champions League. A última vez que os parisienses chegaram à decisão do torneio foi na temporada 2019/20, quando perderam para o Bayern de Munique por 1 a 0, em Lisboa. Cinco anos depois, o cenário pode até se repetir, mas o projeto é outro.
O Paris Saint-Germain se desfez de suas principais estrelas, contratou o técnico Luis Enrique e montou um elenco jovem e competitivo. Como pontuamos no início da temporada, para ser campeão europeu é preciso muito mais do que um time de “Master League”. É necessário ter um modelo de jogo, um comandante e, sobretudo, gana de vencer. A diretoria do clube compreendeu isso e, desta vez, foi certeira nas contratações.
O único remanescente do vice-campeonato é o zagueiro Marquinhos. Fora o brasileiro, todos os titulares chegaram ao clube a partir da temporada 2021/22. A primeira meta do PSG foi reforçar a defesa. Por isso, Donnarumma, Hakimi e Nuno Mendes foram contratados. Depois, em 2022/23, Vitinha e Fabián Ruiz chegaram para encorpar o meio-campo. Com as saídas de Messi e Neymar Jr., os franceses foram ao mercado, em 2023/24, para contratar Barcola e Dembélé.
Em nível nacional, os reforços surtiram efeito: o PSG conquistou a tríplice coroa — Ligue 1, Copa da França e Supercopa da França. Entretanto, os parisienses amargaram mais uma eliminação traumática na Champions League — desta vez, para o Borussia Dortmund nas semifinais. Para completar, a principal estrela do time, Kylian Mbappé, saiu de graça para o Real Madrid ao fim da temporada.
Saída de Mbappé ajudou na chegada de mais quatro reforços ao PSG

Na época, a principal pergunta dos torcedores era: quem será o novo astro? Mohamed Salah? Kevin De Bruyne? Vini Jr.? Até porque esse era o modus operandi do PSG — contratar uma estrela do futebol sem considerar se suas características eram compatíveis com o esquema tático da equipe. Mas lembra que falamos que agora há um comandante por trás do projeto?
Desde 2023 no clube, o técnico Luis Enrique priorizou a montagem do elenco, em vez de buscar apenas um jogador de impacto. Com a folha salarial mais livre, o PSG foi ao mercado e contratou quatro atletas: as promessas Pacho (ex-Eintracht Frankfurt), João Neves (ex-Benfica) e Désiré Doué (ex-Rennes), além do meia-atacante Khvicha Kvaratskhelia, que havia se destacado nas duas últimas temporadas pelo Napoli, da Itália. Com exceção de Doué, que ainda reveza a titularidade com Barcola, todos são peças fundamentais no esquema do treinador espanhol.
A final da Champions será contra a Inter de Milão, no dia 31 de maio, às 16h, na Allianz Arena, em Munique. E não dá para cravar se o PSG será campeão. Mas é interessante ver que os franceses conseguiram montar uma equipe jovem e talentosa, que pode dar alegrias à torcida no longo prazo. A média de idade dos titulares é de 24 anos, tendo Marquinhos (30) como o mais velho. Um salto gigantesco em relação à época em que o foco era montar um resort para lendas quase aposentadas.