O esporte é um fator de progresso e de realização humana, uma característica econômica e social global que afeta significativamente milhares de pessoas. É universalmente reconhecido como um veículo poderoso para a educação, a saúde e a inclusão. Com essas características, integram o motor socioeconômico fundamental para o avanço dos objetivos de desenvolvimento sustentável.
A dimensão econômica do esporte internacional
O esporte é uma indústria multimilionária com interesses públicos e privados. Elevados níveis de despesa pública, investimento em grande escala por parte dos patrocinadores, juntamente com investimentos de elevado valores em contratos de comunicação social, criam um ambiente que apresenta riscos significativos de corrupção, incluindo suborno estrangeiro.
Estes riscos são particularmente agravados quando se trata da seleção e organização de grandes eventos desportivos: desde a escolha de sedes, contratos de segurança, cadeias de abastecimento, direitos de imagem e gestão financeira, estes eventos acarretam elevados riscos de corrupção ao longo de todo o ciclo. O envolvimento do setor privado em contratos de grande escala e as expectativas de fortes retornos financeiros amplificam ainda mais as vulnerabilidades que rodeiam a seleção e organização de grandes eventos.
Neste contexto, as empresas também podem utilizar patrocínios, hospitalidade e brindes para aprofundar relacionamentos e avançar estratégias de marketing e comunicação. Os riscos de corrupção, suborno e crimes conexos são graves tanto nas temporadas e torneios regulares como em ocasiões especiais de grandes eventos desportivos.
Esta situação alarmante pode ser vista como uma consequência negativa da integração internacional das modalidades. Da base aos torneios profissionais de alto nível, envolvendo todas as gerações e grupos sociais, o esporte tornou-se também um negócio, cada vez mais afetado pela dinâmica do mercado e de interesses internacionais.
+ Leia também:
– Fatma Samoura: a mulher mais poderosa do futebol
– Copa Libertadores: quem pode acabar com o domínio brasileiro?
A liderança do G20
Sendo o G20 o grupo das principais economias, é o ambiente propício para identificar novas áreas e novos caminhos para combater a corrupção e contribuir para uma melhor prevenção.
Nos últimos anos, o G20 adotou uma abordagem baseada no risco, a fim de destacar quais áreas políticas parecem mais vulneráveis à corrupção. Nesta perspectiva, abordou preocupações específicas relacionadas com a corrupção nas atividades aduaneiras, na proteção da vida selvagem e no desenvolvimento de qualidade infraestrutura. Por vezes, a organização apresentou um conjunto de Princípios de Alto Nível sobre estas questões, ajudando os sistemas jurídicos a lidar melhor com os riscos para a integridade desses setores, experiência necessária para a abordagem no esporte.
Neste contexto, o G20 pode desempenhar um papel fundamental e desencadeador para preparar ainda mais atenção política e compromisso com a integridade esportiva por parte da comunidade internacional em geral. Os países integrantes poderiam promover uma maior coerência política a nível internacional, cooperação mais eficaz e uma capacidade técnica mais forte.
Desenvolvimento econômico, social e cultural dos países
É interessante para as nações a prática esportiva como política pública, promovendo o desenvolvimento cultural das pessoas e da humanidade em geral, incluindo a promoção da paz, da convivência e da compreensão mútua entre diferentes povos. É motivo de grande preocupação para a liderança internacional que este potencial possa ser comprometido pela corrupção e pelo crime.
Notícias relacionadas
Clubes brasileiros movimentam mais de R$ 2 bilhões em transferências na temporada
26 de dezembro de 2024
Clubes brasileiros investiram mais de R$ 1 bilhão em reforços nesta temporada
25 de dezembro de 2024
Como a tecnologia escalável está impulsionando os planos globais da NFL
24 de dezembro de 2024