A África na geopolítica do futebol

Com o surgimento de jovens talentos em diferentes nações africanas, há uma boa razão para o povo da África ficar esperançoso com o futuro


Por Esportes em Debate

3 de dezembro de 2024

Parceria Editorial

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Com 54 países oficiais, a África é tão variada quanto um continente pode ser e apenas enfatiza ainda mais o quanto o potencial futebolístico ainda está para ser descoberto em toda a região e quantas possibilidades aguardam. No entanto, com a enorme diversidade entre o continente em culturas, religiões e origens, também vem uma falta de consistência na infraestrutura e estabilidade financeira.

Esse fator tem um efeito devastador na infraestrutura futebolística que cada país oferece, com as situações financeiras de muitas nações africanas limitando as oportunidades disponíveis desde as bases até o jogo profissional.

No entanto, com o passar do tempo, e mais países africanos se firmaram economicamente sua infraestrutura no futebol também se desenvolveu e permitiu que certas nações prosperassem no cenário global.

Academias africanas

Gana, Egito, Marrocos, Senegal e Nigéria estão liderando o caminho no desenvolvimento do futebol dentro do continente, tendo melhorado suas instalações de futebol, treinamento e ligas profissionais drasticamente nos últimos anos. Em particular, em Gana, o surgimento da academia Right to Dream demonstrou como um investimento bem estruturado no futebol africano de base pode colher as recompensas entre as elites europeias.

O projeto Right to Dream se expandiu ainda mais na África com a inauguração de uma filial em Badya City, Egito. Isso aconteceu depois que o magnata egípcio ( 7º homem mais rico da África), Mohamed Mansour, investiu US$120 milhões no projeto Right to Dream em 2021 mostrando o potencial financeiro que ele vê no futebol de base na África.

A Right to Dream não é a única organização a ter identificado o enorme potencial na África. Com o apoio do ex-meio-campista Kwadwo Asamoah, a Juventus abriu recentemente sua primeira academia na capital de Gana, ilustrando ainda mais as oportunidades que os clubes de elite da Europa identificaram ao investir na África.

No entanto, não apenas as nações mais desenvolvidas da África estão produzindo os melhores jovens talentos que estão fazendo sucesso na Europa, mas também há algumas nações emergentes no continente que estão começando a gerar talentos que estão chamando a atenção de uma variedade de clubes europeus.

Talento emergente na África

A surpreendente campanha do Marrocos até às semifinais da Copa do Mundo de 2022 se tornou simultaneamente a primeira nação africana e a primeira árabe a chegar entre os quatro primeiros da Copa do Mundo. Isso levou a nação não apenas a inspirar uma nova geração de jogadores de futebol africanos, mas também a romper estereótipos em torno do islamismo.

O sucesso da seleção marroquina é um excelente exemplo do impacto que performances excepcionais em campo podem ter no espectro mais amplo, com um aumento do número de turistas entrando no Marrocos em dezembro de 2022, que muitos na indústria local dão crédito à performance da seleção nacional na Copa do Mundo. Este exemplo mostra o grande impacto que o sucesso no futebol pode ter na economia e nos estereótipos da África, mas o mais importante, o efeito nas pessoas e no futuro da região.