Este pequeno país situado no Cáucaso entre a Rússia, Azerbaijão, Armênia e Turquia foi um acontecimento histórico e também unificador. A Euro 2024 foi o primeiro grande torneio da Geórgia desde que conquistou a independência da União Soviética em 1991 e também uma oportunidade para o maior jogador da Geórgia, Khvicha Kvaratskhelia, agraciar o cenário internacional com seu talento. No entanto, isso não quer dizer que a Geórgia não tem uma grande história como país.
História da Geórgia
O reino da Geórgia é considerado um dos estados mais antigos do mundo, com quase um milênio. Em campo, os georgianos sempre estiveram representados na seleção nacional da antiga União Soviética. O Dinamo Tbilisi é um dos times de maior sucesso do país, nas décadas de 1970 e 1980, eles emergiram do leste europeu para se tornarem um dos times mais emocionantes do futebol mundial. Eles travaram duelos que são lembrados até hoje, como o dia em que derrotaram o Liverpool por 2 x 1 em Anfield, na Copa da Europa de 1978.
Mas à medida que a União Soviética declinava, o mesmo acontecia com o Dinamo Tbilisi. A independência resultou na fundação da sua própria liga e seleção nacional pela primeira vez, mas a Geórgia, uma nação com menos de 4 milhões de habitantes, ficou nas últimas posições do ranking da FIFA durante a maior parte de sua história. A participação em um grande torneio era o sonho do país, até que a UEFA introduziu a Nations League em 2018, como uma forma de reduzir amistosos sem sentido, mas que também serviria como um playoff para a fase final da Eurocopa para equipes menores ou seleções tradicionais que não estavam em bom momento.
O caminho até a Eurocopa
Na edição de 2020, foi a Macedônia do Norte que se classificou pela primeira vez vencendo a Geórgia no jogo decisivo. Em 2024, foi a vez da Geórgia aproveitar a oportunidade. No entanto, com a aproximação do torneio, o país foi arrastado para uma onda de escândalo político, onde milhões de georgianos saíram às ruas em protesto contra as tentativas do governo de reintroduzir o que foi chamada de “lei dos agentes estrangeiros”, uma lei com o objetivo de tentar reprimir o que eles dizem ser a intervenção do ocidente na cultura local.
O ex-meio-campista do Milan, Kakha Kaladze, foi eleito em 2017 para ocupar a posição de prefeito da capital Tbilisi. Levan Kobiashvili, também ex-jogador da seleção, foi eleito para o Parlamento em 2016 e é agora o chefe da Federação Georgiana de Futebol e, embora alguns membros do partido tenham afirmado que o país está avançando em direção à conexões com o restante da Europa, é perceptível a presença de grande atletas do país na política local. Muitos na Geórgia esperam que os jogadores da sua seleção nacional façam mais do que apenas competir, mas também utilizem a plataforma para mudar o rumo do país.