Os patrocínios no esporte feminino estão experimentando um crescimento acelerado, superando significativamente as principais ligas masculinas. De acordo com um relatório recente da SponsorUnited, os acordos de patrocínio no setor aumentaram 12% ano a ano (YoY), um ritmo quase 50% superior ao registrado por ligas masculinas como NFL, NBA, MLB, NHL e MLS, que tiveram crescimento médio de 8% no mesmo período.
NWSL e WNBA lideram expansão
A National Women’s Soccer League (NWSL) se destacou com um aumento de 19% nas parcerias comerciais, superando ligeiramente a Women’s National Basketball Association (WNBA). Além disso, a Ladies Professional Golf Association (LPGA) registrou um crescimento de 14% em novos acordos.
No que diz respeito a atletas individuais, Cameron Brink (WNBA) lidera em número de patrocínios, com 31 contratos, seguida pela tenista Sloane Stephens (30) e Angel Reese (WNBA), com 25. O relatório ainda destaca que seis das dez atletas mais patrocinadas atualmente pertencem à WNBA.
O setor financeiro continua sendo o mais visível no cenário dos patrocínios femininos, com os bancos representando mais de 40% dos acordos na categoria. No entanto, a SponsorUnited identificou que a indústria de bebidas alcoólicas é a que mais cresce em volume de patrocínios, dobrando sua presença na NWSL e expandindo investimentos para a Women’s Tennis Association (WTA). Marcas de vestuário e produtos de consumo também estão cada vez mais usando o esporte feminino para reforçar o branding e a conexão com o público.
Oportunidade para as marcas
O aumento da competição entre marcas estabelecidas e novas empresas tem impulsionado esse crescimento, pois as companhias estão correndo para garantir parcerias estratégicas antes que o mercado atinja sua maturidade. Segundo Bob Lynch, CEO da SponsorUnited, “estamos vendo um ciclo acelerado de investimento no esporte feminino, com marcas escalando suas apostas e formando parcerias mais sofisticadas com ligas e atletas. Isso está gerando um efeito cascata que não dá sinais de desaceleração”.
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Demanda por mais cobertura e engajamento
Um outro estudo, conduzido pela Sportfive, apontou que 76% dos fãs de futebol feminino acreditam que a modalidade recebe cobertura insuficiente na mídia. A pesquisa, realizada com 12.000 entrevistados em seis mercados (EUA, Reino Unido, Espanha, França, Alemanha e Austrália), revelou que 81% dos fãs querem ver formatos de conteúdo específicos para o esporte. Além disso, 62% dos torcedores consideram que os patrocinadores do futebol feminino são mais simpáticos por investirem na modalidade.
O levantamento também identificou que a televisão ainda é o principal canal de informação sobre o esporte feminino, sendo utilizada por 58% dos fãs. No entanto, as redes sociais vêm ganhando força, com 43% dos entrevistados utilizando essas plataformas para acompanhar as competições, especialmente Instagram e YouTube.
O caminho para o futuro
O relatório da Sportfive destaca que o futebol feminino já depende mais de receitas comerciais do que o masculino: 66% de sua arrecadação vem de patrocínios, contra 44% no caso do futebol masculino. No entanto, os direitos de transmissão ainda representam apenas 17% das receitas da modalidade feminina, bem abaixo dos 38% registrados no futebol masculino.
Para manter esse ritmo de crescimento, a Sportfive recomenda que os detentores de direitos invistam mais em produção audiovisual e adaptem os pacotes de transmissão ao público feminino, além de aumentar a oferta de jogos em canais de TV aberta para ampliar o alcance da modalidade.
Segundo Stefan Felsing, CEO da Sportfive, “o futebol feminino deixou de ser uma promessa e se tornou um fenômeno global. Agora é o momento ideal para investir na modalidade e aproveitar sua ascensão dinâmica”.
