A mudança de Lionel Messi para o Inter Miami já está causando um grande impacto na Major League Soccer (MLS). Na última quarta-feira (7), o clube deu as boas-vindas oficial ao astro argentino de 35 anos nas redes sociais. Desde então, a procura por ingressos para os jogos do clube já está aumentando, assim como o valor dos ingressos, e o Inter Miami ganhou cerca de 7 milhões de seguidores no Instagram oficial do clube – no dia do anúncio, a audiência do time na plataforma dobrou em menos de 24 horas.
O impacto da chegada de Messi
Com a chegada do craque argentino, os fãs de futebol da América do Norte terão a chance de ver o sete vezes vencedor do Ballon d’Or demonstrar seu talento em novos palcos, como o DRV PNK Stadium, casa do Inter Miami, localizado no sul da Flórida.
A expectativa é que a estreia de Messi aconteça no dia 21 de julho, em uma partida da Copa da MLS contra o Cruz Azul, em Miami. Antes mesmo de a notícia da contratação ser oficial, os dados do TickPick mostraram que o preço inicial desse jogo disparou para US$ 329 na quarta-feira – um aumento de 1.034% em relação ao preço de terça-feira de US$ 29.
Contudo, o novo clube de Messi não vai ser o único beneficiado com a chegada do astro. O Inter Miami tem partidas em Nova York, Los Angeles, Atlanta, Orlando, Chicago e Charlotte após o jogo do dia 21 de julho e, em todos estes confrontos, os valores dos ingressos estão disparando – com alguns crescendo até dez vezes desde a manhã de quarta-feira. De acordo com o Elevate Marketplace, o preço de um ingresso já chegou a US$ 500 para a partida que será disputada em Los Angeles.
Clubes como Charlotte FC e Atlanta United já decidiram abrir os níveis superiores de seus estádios para permitir a capacidade total, em vez de suas multidões habituais de aproximadamente 30.000 cada. Enquanto o Orlando City está usando a sua partida em casa contra o Inter Miami para impulsionar as vendas de ingressos para a temporada. Nesta temporada, o Miami visitará 17 estádios fora de casa.
De acordo com o Front Office Sports, ainda há uma crescente especulação de que o Inter Miami poderia até jogar algumas partidas no Dolphins ‘Hard Rock Stadium para acomodar mais fãs do que no seu estádio tradicional DRV Pink Stadium, com capacidade para 19.000 pessoas.
Apple e Adidas unem forças com a MLS
Os detalhes financeiros do contrato de Messi com o Inter Miami ainda não foram divulgados, mas vários relatórios sugerem que a MLS e seus parceiros comerciais, Apple e Adidas, tiveram um papel fundamental para convencer o argentino a ir para os Estados Unidos.
O comissário da MLS, Don Garber, declarou ao The Athletic em março que a liga estava disposta a “aproveitar todas as oportunidades” para ajudar o Inter Miami a contratar quem ele descreveu como “o jogador mais especial da história do esporte”, sugerindo que a competição poderia estar disposta a fazer concessões semelhantes às que ajudaram o LA Galaxy a conseguir Beckham em 2007.
Segundo o portal SportsPro, o acordo de Messi inclui uma opção de compra de uma participação em um clube da MLS quando seus dias como jogador terminarem, semelhante a uma cláusula no contrato de David Beckham – atual presidente do Inter Miami – quando era jogador do LA Galaxy, que lhe dava o direito de comprar uma equipe de expansão por apenas US$ 25 milhões.
A chegada de Messi na MLS também teria sido uma proposta atraente para a Apple, que está no primeiro ano de um acordo de dez anos e US$ 2,5 bilhões para transmitir a liga globalmente. O Wall Street Journal relatou que o jogador argentino receberá uma parte de todas as novas assinaturas do serviço de streaming da Apple da liga, que é gratuito para os titulares de ingressos para a temporada da MLS, mas custa até US$ 14,99 por mês ou US$ 99,99 por um ano inteiro.
A Apple espera que seu papel no acordo compense e que Messi ajude a aumentar a audiência da MLS da mesma forma que fez ao chegar a Paris. A sua estreia no PSG contra o Reims foi assistida por uma audiência média de 2,2 milhões no canal comercial de propriedade da Mediaset, Telecinco, representando a maior audiência de um jogo da Ligue 1 na Espanha.
Outro fator importante do improvável acordo envolve a Adidas, patrocinadora de longa data de Messi, que fez parceria com o craque em 2006 e fechou um contrato vitalício em 2017. Crucialmente, a gigante do vestuário esportivo também é uma grande parceira da MLS e fornece kits para todas as suas equipes desde 1996.
De acordo com o The Athletic, o contrato de Messi com o Inter Miami incluirá uma cláusula de divisão de lucros com a Adidas, que supostamente entregará parte do dinheiro obtido com as vendas de kits impulsionadas por sua mudança para a MLS. Essa receita pode ser substancial com base no que aconteceu após a transferência de Messi para o PSG: o clube vendeu mais de um milhão de camisas durante a temporada 2021/22, com cerca de 60% estampadas com o nome de sua nova contratação.
Copa do Mundo de 2026 no radar
Além do impacto gerado diretamente para a principal liga de futebol do país, a chegada de Messi também vai gerar impulso antes da Copa do Mundo da FIFA de 2026, que será realizada nos EUA, Canadá e México. É provável que Messi se torne uma espécie de porta-voz não oficial desse torneio e ofertas lucrativas de endosso de marcas americanas podem estar por vir nos próximos anos. Ademais, o fato de Messi ter escolhido os Estados Unidos em vez de qualquer outro lugar – rechaçando uma proposta de US$ 400 milhões por ano da Arábia Saudita – é algo que elevará a credibilidade do futebol na América do Norte à medida que entra em um período crucial.
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