O entretenimento nunca esteve tão presente no esporte como agora. Em uma época em que Popó e Jake Paul faturam milhões com lutas de boxe, também há espaço para jogadores aposentados retornarem aos holofotes. Alguns meses atrás, destacamos a vontade de Djalminha de reviver o Showbol e, agora, precisamos mencionar a Kings League, competição organizada por Gerard Piqué que vem fazendo sucesso pelo mundo.
Reunindo jovens jogadores, criadores de conteúdo digital e ex-craques, como Ronaldinho Gaúcho, Kun Agüero e Iker Casillas, a Kings League é uma competição de futebol society com sete jogadores em cada time. Ao todo, são 12 equipes que se enfrentam, com os oito melhores avançando para disputar os playoffs até a grande final.
As partidas são disputadas em dois tempos de 20 minutos e não podem terminar empatadas, o que leva a disputas de shoot-outs caso necessário. Exibida no Twitch, YouTube e TikTok, a liga adota um formato que contrasta com o futebol tradicional, atraindo especialmente o público jovem.
“É uma mistura de futebol tradicional com videogame, e é isso que o público jovem ama em nosso produto. Temos 85% do nosso público com menos de 34 anos. Então, é um público muito, muito jovem; eles realmente querem fazer parte da Kings League e mudar as regras, o horário dos jogos. Quer dizer, eles decidem tudo”, afirmou Gerard Piqué durante o evento Leaders Week London.
Kings League tem uma audiência maior do que algumas partidas da LaLiga
Segundo Piqué, a versão espanhola da Kings League ultrapassou a marca de 3,7 milhões de telespectadores, superando em números algumas partidas do Campeonato Espanhol. Um dos fatores para isso é que a LaLiga é transmitida pela TV paga, enquanto o torneio de Piqué é exibido em plataformas sociais gratuitas, atraindo um público naturalmente mais jovem.
Para os próximos anos, o ex-jogador do Barcelona já deixou claro que pretende expandir a Kings League para outros meios de comunicação, inclusive para a TV. As negociações com emissoras tradicionais já começaram, mas Piqué enfatizou que jamais abrirá mão das plataformas de streaming, que têm sido cruciais para aumentar a audiência.
“Para nós, é muito importante estar em tantos dispositivos e TVs quanto possível para que possamos ter o maior alcance possível. Se conseguirmos acordos com plataformas tradicionais para algo que não seja exclusivo, será ótimo. Precisamos manter parte do streaming. Mas agora não estamos buscando um grande cheque para vender nossos direitos a diferentes plataformas”, salienta Piqué.
Como Piqué lucra com a Kings League?
Além da monetização de seus canais nas plataformas digitais, a Kings League também fatura com a venda de produtos e ingressos. Segundo Piqué, 65% da receita do torneio vem de acordos de patrocínios com empresas como Adidas, Spotify e Prime, cujos lucros são compartilhados com os streamers donos dos times. Ou seja, todos saem ganhando.
“Tivemos sorte de que desde o primeiro dia somos lucrativos. Começamos com expectativas muito baixas, mas o projeto explodiu e, desde o primeiro dia, somos rentáveis”, revelou Piqué.
Com tudo indo de vento em popa, chegou o momento da expansão mundial. Após o lançamento inicial na Espanha, a Kings League criou uma competição regional no México, anfitrião da Kings World Cup inaugural. Agora, há também um torneio feminino, a Queens League, e a primeira Kings World Cup of Nations, com 16 equipes, que será realizada no início do próximo ano.
Vale lembrar que a Kings League será lançada em breve no Brasil e na Itália, e Piqué afirmou que o objetivo é estar presente em mais “sete ou oito” países em 2025, o que daria à competição uma presença em dez mercados diferentes.