O que é a WSL e como o Brasil caminha para se tornar o país do Surfe

Entenda o que é a WSL, maior campeonato mundial de surfe, e como o Brasil está se tornando cada vez mais forte na modalidade


Por Insper Sports Business

5 de julho de 2022

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O que é a WSL e como o Brasil caminha para se tornar o país do Surfe O que é a WSL e como o Brasil caminha para se tornar o país do Surfe

A Liga Mundial de Surfe, ou World Surf League (WSL), é uma organização privada que organiza o maior campeonato mundial de surfe e o ranking de melhores atletas da modalidade. Fundada em 1992, após adquirir a Associação de Surfistas Profissional (ASP), a WSL divide o seu campeonato em várias etapas, até chegar ao grande campeão e campeã do surfe mundial, que se tornam os novos líderes do ranking masculino e feminino do esporte.

Como funciona a classificação da WSL?

O campeonato organizado pela WSL começa dividindo os surfistas em baterias, cada uma com 2 a 4 participantes, montadas com base no ranking atual e no seed, ou seja, as suas vitórias nos últimos seis meses. Normalmente, o surfista de maior seed enfrenta o de menor seed.

​Para se classificar para a etapa principal, cada surfista compete primeiro nas “Qualifying Series”, com a primeira disputa valendo 1.000 pontos ao vencedor da bateria, conhecido como QS1000. Com um bom desempenho, o surfista vai se classificando para as próximas etapas, até a última classificatória, “Challenger Series”, na qual o primeiro lugar da bateria vale 10.000 pontos.

Finalizada a etapa de classificação, chega-se a um total de 34 surfistas masculinos – 10 classificados das classificatórias, os top 22 do ranking mundial e 2 wild cards – e 17 surfistas femininas – 6 da classificação, 10 do ranking atual e 1 wildcard – na etapa mundial.

Etapa mundial

Com os surfistas participantes classificados, inicia-se o Campeonato Mundial. Essa etapa é dividida em 6 rounds e, com a classificação final, os surfistas vão acumulando pontos no ranking de acordo com o seu desempenho.

O Round 1, conhecido como “The seeding round”, é uma etapa não eliminatória, em que os surfistas são divididos em baterias de 3 participantes. A divisão ocorre baseado no seed, que é baseado no desempenho do atleta nos últimos 6 meses de competição. Os atletas com melhor seed tendem a enfrentar atletas de menor seed. Justamente por não ser uma etapa eliminatória, os atletas que ficam em primeiro e segundo lugar na bateria vão para o Round 3, enquanto aqueles que ficam em terceiro vão para o Round 2, em uma forma de repescagem.

O Round 2, ou “Elimination Round”, é dividido em 4 baterias também de 3 participantes. Os dois melhores de cada passam para o Round 3, enquanto o pior da bateria é eliminado e fica com apenas 265 pontos no ranking da WSL.

O Round 3, ou “Round of 32”, recebe esse apelido por contar com 32 surfistas participantes. Ele é dividido em 16 baterias com 2 surfistas em cada uma e o perdedor é eliminado com 3300 pontos, enquanto o ganhador avança para o Round 4.

Já o Round 4, ou “Round of 16”, funciona de maneira similar, mas com apenas 16 participantes: o perdedor é eliminado com 3320 pontos e o vencedor avança para o próximo Round.

O Round 5 corresponde às quartas de final, em que são disputadas 4 baterias de 2 surfistas cada e o vencedor avança para as semifinais, enquanto o perdedor é eliminado com 4745 pontos.

O Round 6, que são as semifinais, é composto por 2 baterias de 2 surfistas, em que os eliminados ficam com 6085 pontos e os ganhadores avançam para o Final Round.

O Final Round é a bateria mais longa, mas funciona com as mesmas regras dos Rounds anteriores. Assim, o 1° lugar ganha 10.000 pontos e o 2°, 7800.

WSL Finals

Com base no Ranking definido pela Etapa Mundial, os 5 melhores surfistas tanto do feminino quanto do masculino são chamados para disputar a WSL Finals. A etapa desse ano ocorrerá em Lowe Trestles, na Califórnia, em setembro. A decisão consagra o Campeão da WSL em 2022.

A definição dos atletas ocorrerá apenas após o fim da etapa mundial, entretanto, o formato já está definido: os atletas que ficarem em 4° e 5° no ranking se enfrentam e o vencedor disputa uma bateria com o 3° colocado. O vencedor dessa bateria enfrenta o 2° colocado e quem ganhar enfrenta o 1° surfista do ranking na última bateria, que funciona no sistema “melhor de 3”. O surfista vitorioso nessa bateria recebe o título de Campeão da WSL.

Sistema de pontuação da WSL

As notas dadas pelos juízes no surfe são subjetivas por não ter como fazer medições precisas. Entretanto, a WSL tem critérios de avaliação estabelecidos para minimizar polêmicas e tornar a competição mais justa. Os 5 juízes de diferentes nacionalidades avaliam as ondas através dos critérios: empenho e grau de dificuldade, manobras inovadoras e progressivas, combinação de grandes manobras, variedade das manobras e velocidade, potência e fluidez.

Um dos juízes, o head-judge, determina uma faixa em que os outros juízes devem classificar as ondas. A escala se dá da seguinte forma:

  • 0 a 1.9: Fraca
  • 2.0 a 3.9: Justa
  • 4.0 a 5.9: Média
  • 6.0 a 7.9: Boa
  • 8.0 a 10.0: Excelente

Baterias da WSL

Os Rounds costumam ocorrer em janelas de 11 dias, caso a organização decida que as condições no mar estão favoráveis. Caso não estejam, a bateria é remarcada. Cada bateria dura cerca de 30 minutos, mas o tempo pode ser adaptado devido às condições do mar.

A pontuação final da bateria se dá através da soma das 2 melhores notas e os atletas escolhem quantas ondas vão surfar. Assim, aquele com a somatória das 2 maiores notas é o vencedor da bateria.

Brazilian Storm

“Brazilian Storm” é o termo usado para fazer referência aos surfistas brasileiros que surgiram com muita força no cenário mundial e têm dominado o circuito na última década, desde Gabriel Medina até Ítalo Ferreira. Desde 2014, foram realizados 7 campeonatos da WSL, destes, 5 foram vencidos por brasileiros. Em 2021, todos os 8 circuitos tinham ao menos um brasileiro na final e 6 destes contaram com um no topo do pódio. Além disso, a final do campeonato foi realizada entre Medina e Felipe Toledo, com o campeão olímpico Ítalo Ferreira em terceiro lugar, mostrando um verdadeiro domínio do país no esporte.

Na etapa de Saquarema não foi diferente, o campeonato entrou para história como maior domínio brasileiro na história da WSL. O país teve 6 entre os 8 classificados às quartas de final, além de todos os semifinalistas e consequentemente finalistas. A semifinal foi composta por baterias entre Felipe Toledo vs Yago Dora e Samuel Pupo vs Italo Ferreira, com Felipe vencendo a grande final contra Samuel e se tornado o campeão da etapa.

Atualmente, Toledo é o top 1 do ranking da WSL e o único surfista garantido na Final que vai ser realizada em Trestles, Estados Unidos. Ítalo é outro brasileiro que se encontra na zona de classificação para final e atualmente está em terceiro lugar. Ainda faltam duas etapas para a definição dos finalistas e é possível que mais brasileiros cheguem ao top 5. Confira abaixo a classificação atual do campeonato:

1º Filipe Toledo (BRA) – 50.040 pontos

2º Jack Robinson (AUS) – 40.225 pontos

3º Italo Ferreira (BRA) – 34.385 pontos

4º Griffin Colapinto (EUA) – 33.480 pontos

5º Ethan Ewing (AUS) – 30.970 pontos

PONTO DE CORTE PARA A FINAL

6º Kanoa Igarashi (JAP) – 29.440 pontos

7º John John Florence (HAV) – 29.355 pontos

8º Callum Robson (AUS) – 28.580 pontos

9º Miguel Pupo (BRA) – 26.865 pontos

10º Connor O´Leary (AUS) – 25.440 pontos

11º Samuel Pupo (BRA) – 25.165 pontos

12º Caio Ibelli (BRA) – 24.790 pontos

13º Barron Mamiya (HAV) – 23.950 pontos

14º Matthew McGillivray (AFS) – 22.385 pontos

15º Jordy Smith (AFS) – 22.110 pontos

16º Kolohe Andino (EUA) – 20.685 pontos

16º Nat Young (EUA) – 20.685 pontos

18º Kelly Slater (EUA) – 19.970 pontos

19º Jake Marshall (EUA) – 18.695 pontos

20º Seth Moniz (HAV) – 18.130 pontos

21º Jackson Baker (AUS) – 17.270 pontos

22º Jadson André (BRA) – 16.705 pontos

23º Gabriel Medina (BRA) – 14.560 pontos

24º Yago Dora (BRA) – 11.795 pontos

Vale destacar que a presença de Yago Dora e de Medina no final do ranking se deve a ambos terem passado mais da metade do campeonato atual lesionados e participado de somente 3 etapas. Além disso, Mateus Herdy e Michael Rodrigues, jovens surfistas brasileiros convidados para participar da etapa de Saquarema, chegaram, respectivamente, às quartas e oitavas de final, mostrando que a Brazilian Storm está em processo de renovação constante e a cada ano que passa o Brasil vem se consolidando como o país do Surf.

Ainda faltam duas etapas antes da grande final em Trestles, marcada para começar no dia 8 de setembro, que são a etapa de J-Bay, na África do Sul, que acontecerá entre os dias 12 e 21 de julho, e a etapa do Taiti, que será realizada entre 11 e 21 de agosto. Todas as etapas podem ser acompanhadas ao vivo através do canal do SporTV, na TV fechada, ou pelos canais oficiais da WSL no YouTube.

Por Cameron Swan, Igor Fernandes e Giovana Guerreiro

Sport Insider
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