A NFL não é apenas um espetáculo dentro de campo. Fora dele, um grupo seleto de superfãs está transformando sua paixão por equipes em verdadeiros negócios. Movidos por uma combinação de fama nas redes sociais, aparições na TV e oportunidades de patrocínio, esses torcedores icônicos estão redefinindo o papel de um fã no esporte moderno.
Os negócios de ‘The Philly Sports Guy’
Jamie Pagliei, conhecido como “The Philly Sports Guy”, é uma presença constante no Lincoln Financial Field, lar do Philadelphia Eagles. Com sua pintura prateada e verde, ele se tornou uma celebridade local, estimando tirar até 5.000 fotos por dia de jogo. Reconhecendo o poder de sua visibilidade, Pagliei adicionou patches de patrocinadores em sua camisa, cobrando cerca de $2.000 mensais por espaço.
Além disso, com quase 400 mil seguidores no TikTok e Instagram, Pagliei fechou parcerias com propriedades esportivas menores, contratou um agente e está considerando registrar sua marca para proteger sua imagem. Apesar de admitir que sua renda ainda é modesta, ele vê potencial: “Espero que um dia vejamos um superfã milionário. Adoraria ser o pioneiro disso”, declarou em entrevista ao portal Sportico.
O legado de ‘The Violator’
Wayne Mabry, conhecido como “The Violator”, é outro exemplo. Desde 1991, ele veste trajes elaborados para apoiar os Raiders. Em 1996, sua popularidade o levou a estrelar um comercial da Coca-Cola, e ele continuou a aparecer em campanhas publicitárias ao longo dos anos.
A mudança do time para Las Vegas apresentou desafios, como interações complicadas com seguranças e assentos que dificultavam seu estilo de torcer. No entanto, Mabry encontrou seu espaço no Allegiant Stadium e transformou sua paixão em negócios, colaborando com marcas como Verizon e Modelo. Mabry, que também é membro do Ford Hall of Fans, declarou ao Sportico: “Fandom é sobre emoção, e negócios são sobre dinheiro. Aprendi a olhar para tudo de forma diferente em Las Vegas”.
‘Ramator’: um Superfã com propósito
Gus Obregon, o “Ramator”, começou sua jornada por acaso, usando uma máscara para tranquilizar seu neto com autismo durante jogos do Los Angeles Rams. Com o tempo, sua presença chamou a atenção dos torcedores e das câmeras, especialmente após a mudança da equipe para o SoFi Stadium.
Obregon investiu em sua identidade como superfã, incluindo um traje de $5.000 vindo de Dubai e parcerias como a que mantém com a TickPick, uma plataforma de ingressos. Contudo, ele mantém sua agenda equilibrada entre trabalho e sua missão de promover causas relacionadas ao autismo, recusando colaborações com empresas de álcool por princípios pessoais.
Superfãs como influenciadores e mascotes
O surgimento desses superfãs como influenciadores não passou despercebido pelas marcas. Empresas como TickPick, que patrocina Obregon, veem neles uma oportunidade única de aparecer na TV sem a necessidade de comprar espaços publicitários caros.
“Esses superfãs inevitavelmente estarão na transmissão. Vimos isso como uma oportunidade”, afirmou Kyle Zorn, líder de estratégia de conteúdo da TickPick, em entrevista ao Sportico.
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O futuro dos superfãs profissionais
Embora a profissionalização dos superfãs ainda esteja em seus primeiros passos, ela já apresenta desafios. Muitos desses torcedores passam pouco tempo em seus assentos, seja para evitar bloquear a visão de outros, seja para caminhar pelos estádios, aumentando sua visibilidade. Além disso, a necessidade de estar sempre presente nos jogos pode limitar outros aspectos de suas vidas.
Ainda assim, superfãs como Pagliei, Mabry e Obregon estão abrindo caminho para uma nova era no esporte, onde a linha entre torcedor e marca pessoal se torna cada vez mais tênue. Poderemos, em breve, testemunhar a ascensão do primeiro superfã milionário? Se depender do entusiasmo dessas figuras, a resposta é um sonoro “sim”.