Plataformas digitais e novos modelos de conteúdo são temas de debate na CBF

Painel do evento Somos Futebol reuniu nesta quarta-feira (24) profissionais de grandes empresas, como Grupo Globo e Facebook


Por Redação

25 de abril de 2019

Plataformas digitais no futebol

As transmissões ao vivo de jogos em plataformas digitais no futebol, a interatividade e a democratização de conteúdo são elementos cada vez mais presentes. E especialmente no esporte mais popular do mundo, que vem passando recentemente por uma grande evolução tecnológica. Pois essas mudanças foram temas de um dos painéis desta quarta-feira (24/04) no evento Somos Futebol – Semana de Evolução do Futebol Brasileiro.

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Futuro das transmissões ao vivo

No palco do auditório da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro, cinco profissionais de diferentes empresas compartilharam experiências sobre a transformação que a mídia vem passando, por conta das plataformas digitais, e como isso afeta com o esporte mais popular do planeta.

Bruno Rocha, CEO da DAZN; Fernando Manuel, head de direitos esportivos do Grupo Globo; Leonardo César, head de Esportes para a América Latina do Facebook; Edgar DIniz, fundador da LiveMode; João Presa, CEO da MyCujoo levaram ao painel suas diferentes visões sobre o futuro das transmissões de futebol e debateram a respeito dos novos modelos de produção de conteúdo esportivo.

Bruno Rocha (DAZN)

O primeiro a falar foi Bruno Rocha, da DAZN, empresa que vem investindo bastante em transmissões ao vivo por plataformas digitais. E já é detentora de direitos de alguns campeonato importantes pelo mundo, entre eles a Série C do Campeonato Brasileiro. A empresa vem revolucionando a maneira de se consumir conteúdo esportivo. Mas enfrenta grandes desafios, como as mudanças de hábitos dos usuários ao longo dos anos e os benefícios e dificuldades de se fazer uma transmissão.

Bruno Rocha, CEO da DAZN (Laís Torres/CBF)

“São dois grandes desafios. O primeiro é forçar a mudança de hábito. As pessoas já estão muito acostumadas a consumir o esporte, o conteúdo favorito delas, nas vias tradicionais. Por canais lineares, onde você acaba voltando por hábito. O segundo desafio é a infraestrutura do país. Sabemos que em algumas regiões, talvez, a experiência não vá ser tão agradável. A imagem não vai ter alta definição. Mas acreditamos que a infraestrutura vai evoluir rápido também. E em breve a experiência do usuário vai ser de altíssima qualidade no país todo”, disse Bruno Rocha.

Fernando Manoel (Grupo Globo)

Representante da mídia tradicional, Fernando Manuel, do Grupo Globo, fez um contraponto aos colegas de painel. Segundo ele, as novas maneiras de se consumir conteúdo esportivo, pelas plataformas digitais, podem andar lado a lado com o meio tradicionalmente conhecido pelo torcedor. O próprio Grupo Globo, como ele destacou, conta hoje com o Sportv Play e o Premiere Play, plataformas nas quais o usuário tem acesso em seu celular ou computador, em tempo real, ao conteúdo que está passando na TV.

“Eu vejo isso, na realidade, como algo que está fundido, que está absolutamente conectado. Uma empresa dita mídia tradicional como a Globo já possui uma série de iniciativas dentro da nova mídia e não poderia ser diferente para atender os anseios tanto do consumidor quanto dos seus parceiros. No caso, parceiros do mundo do esporte como a CBF e os clubes”, afirmou o executivo do Grupo Globo.

Leonardo César (Facebook)

Leonardo César, head de Esportes para a América Latina do Facebook, falou na sequência. A rede social mais popular do mundo embarcou de cabeça recentemente nas transmissões ao vivo em sua plataforma. E vem investindo em novas formas de produzir conteúdo para seu público. De acordo com o executivo, o Facebook passou de um feed único para uma rede integrada de diversos nichos, focando na interatividade e na exclusividade de conteúdo.

Recentemente, no dia 11 de abril, a rede social alcançou um recorde de mais de 1 milhão de acessos simultâneos na transmissão ao vivo do jogo em que o Flamengo goleou o time boliviano do San José por 6 a 1, pela Libertadores da América.

“Acho que a CBF está dando um exemplo pro Brasil com esse evento, muita gente importante vindo aqui e é um privilégio estar participando. Acho super importante pra discussão como um todo. A gente está vivendo um momento de muita transformação, muita gente nova entrando no mercado”, disse Leonardo César.

Edgar Diniz (LiveMode)

Fundador da LiveMode, Edgar Diniz fez a quarta palestra do painel. Sua empresa é especializada em maximizar a presença digital de federações, ligas e clubes pelo mundo afora. Ele apresentou dados, valores e cases de sucesso em todo planeta, como da NFL, do WWE e da Copa do Nordeste.

Edgar Diniz, fundador da LiveMode (Laís Torres/CBF)

“É fundamental pra CBF, pros clubes e federações pensarem no futuro e como constroem esse futuro com essa mudança digital que está acontecendo”, comentou Edgar.

João Presa (MyCujoo)

Para finalizar, o português João Presa, CEO da MyCujoo, afirmou que é um dos principais objetivos da entrada das novas mídias no mercado é a democratização do futebol. A oportunidade de assistir a jogos de diversos times, de qualquer lugar do mundo, e alcançar o maior número de pessoas possíveis. De acordo com o executivo, um clássico no Marrocos hoje em dia pode até gerar o mesmo interesse de um choque histórico entre Real Madrid e Barcelona.

“Quanto mais conteúdo é produzido, quanto mais conteúdo chega aos fãs, isso vai eventualmente passar a acontecer. A realidade é essa”, disse João Presa.