A indústria esportiva é um dos caminhos possíveis, e certamente um dos mais prósperos, para pessoas das mais diversas áreas de formação. Até por ser um mercado em constante crescimento. Mas para quem ama o esporte e consegue se destacar nesse mercado, uma simples análise em retrospectiva é o suficiente para se perceber que se tratava do principal caminho. É este o caso do executivo Pedro Lima. Com muita proatividade e networking, ele acabou se tornando um dos sócios da SISU Venture Partners, empresa onde entrou como especialista em 2008.
Em um papo com o Sport Insider, o executivo contou um pouco da sua trajetória no mercado esportivo.
Quando garoto, no Rio de Janeiro, Pedro sempre jogou futebol. Inclusive, chegou a treinar nas categorias de base do Botafogo. Mas acabou decidindo seguir os passos do pai e cursar Engenharia na UFRJ. Passados três semestres, percebeu que não era o que queria. E ainda fraturou a fíbula e rompeu três ligamentos jogando bola. Teve que passar por uma cirurgia e precisou dedicar várias horas de seus dias à fisioterapia. Foi o tempo que ele precisava para chegar à conclusão de que deveria mudar de vida.
Investindo nos estudos
Ao longo de dois meses inteiros, Pedro pesquisou e conversou com centenas de faculdades nos Estados Unidos. Até que um contato brasileiro, mais precisamente de Campinas (SP), recomendou uma cidade de 60 mil habitantes chamada Utica, localizada ao norte do estado de Nova York, nos Estados Unidos.
“A recomendação dele era que eu jogasse e estudasse por um ou dois anos. E dessa forma, inevitavelmente eu conseguiria uma bolsa. Dito e feito, depois de um ano e meio, fui convidado por várias universidades e aceitei a proposta com 100% de bolsa na Illinois Institute of Technology (Chicago). Joguei lá por três temporadas e me formei em Administração de Empresas. E durante meu tempo por lá, sempre trabalhei no Departamento Atlético da Universidade. E foi quando decidi que trabalharia com o esporte”, lembra o executivo.
Em busca de uma universidade
Durante dois anos, Pedro Lima liderou um projeto chamado EyeSwim dentro da universidade. O objetivo era desenvolver dispositivos que auxiliassem deficientes visuais na prática da natação. A equipe do projeto sabia que existiam mais de 10 milhões de norte-americanos com algum tipo de deficiência visual. E eles tinham muita dificuldade em praticar esportes, pois normalmente se machucavam.
Com isso em mente, sua equipe desenvolveu dois dispositivos, um “ativo”, que utilizava tecnologia de sonar, que vibrava quando o nadador se aproximava de algum objeto dentro da piscina. E um outro dispositivo “passivo”, com raias adaptadas na piscina que orientavam o nadador a seguir em linha reta e evitar colisões na borda.
“Em 2006 ficamos em segundo lugar numa competição nacional de empreendedorismo social nos Estados Unidos. E foi ali que surgiu a certeza de que eu deveria me dedicar ao mercado esportivo. Antes de me formar, trabalhei nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, nas operações da Gatorade em algumas venues, e essa certeza apenas aumentou”, revela Pedro.
Exemplo de proatividade e networking
Após uma ampla pesquisa sobre as principais empresas de Gestão Esportiva no país, Pedro tentou entrar em contato com oito delas. E obteve apenas três respostae de diretores que aceitaram um convite para tomar um café e passar conhecimentos sobre a indústria esportiva.
“Depois dessas conversas, tive a certeza de que a indústria tinha um potencial absurdo. Um desses diretores executivos foi o Carlos Eduardo Ferreira, o Cadu. Nos tornamos “amigos”, trocávamos e-mails falando sobre a indústria. E após algum tempo, assim que me formei, ele me convidou para trabalhar na Golden Goal. Na época, lembro que recusei uma oferta sensacional para uma vaga de trainee em uma construtora grande, com negócios em toda a América Latina. E quase doze anos depois, não tenho nenhuma dúvida da decisão que tomei. Estamos fazendo história e mudando a indústria esportiva no Brasil”, conta o executivo.
O começo de Pedro Lima na Golden Goal
A entrada de Pedro na Golden Goal aconteceu em 2008, para trabalhar como especialista responsável na expansão do projeto Milan Junior Camp no Brasil, que naquela época era realizado em apenas três cidades. No ano seguinte, o programa já estava em 12 praças e havia se tornado o principal do Milan fora da Itália.
Pedro continuou crescendo na empresa. Passou a gerente. Depois chegou a diretor, quando, entre outras missões, foi responsável pela operação de Alimentos e Bebidas (A&B) da Copa do Mundo Brasil 2014, administrando 25 mil pessoas contratadas e mais de 3 milhões de latas de bebidas vendidas, um recorde da FIFA, que superou a Copa do Mundo da Alemanha, realizada oito anos antes.
Em 2015, Pedro Lima foi convidado pelos sócios Cadu e Mauro Corrêa a entrar na sociedade. E já como sócio, liderou a operação de vários projetos relevantes ligados aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016. Entre eles, consultoria de A&B ao Comitê Rio 2016; Mascote Rio 2016; Holland Heineken House e Pyeongchang House. Desde 2017, é responsável pela unidade de negócios chamada In Venue Operations, que engloba todas as operações de estádio e eventos realizados pela SISU Venture Partners.
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