A offseason da National Basketball Association (NBA) é sempre um período de intensas especulações e grandes movimentações, onde as equipes buscam reforçar seus elencos e se posicionar de maneira mais competitiva para a próxima temporada. Neste ano, a janela de transferências trouxe surpresas, mudanças estratégicas e negociações que prometem alterar significativamente o panorama da liga. Com estrelas mudando de time, jovens promissores sendo trocados e até mesmo franquias sendo colocadas à venda, o mercado da NBA se mostrou mais dinâmico do que nunca.
Free Agency da NBA
O período de Free Agency da NBA, quando as equipes podem negociar com agentes livres, costuma gerar movimentações relevantes para a liga. Na atual offseason, a maior estrela mudando de time é Paul George, que fechou um acordo de quatro anos e US$ 212 milhões com o Filadélfia 76ers, deixando os Los Angeles Clippers. Segundo a Spotrac, os times já distribuíram mais de US$ 2 bilhões em acordos para contratar agentes livres.
Os 76ers foram um dos times mais ativos desde que as franquias puderam negociar com os agentes livres. Somente nas primeiras 24 horas, eles garantiram cinco novos jogadores com um desembolso total de US$ 445 milhões, liderados por George e dois de seus próprios agentes livres, Tyrese Maxey (US$ 204 milhões) e Kelly Oubre Jr. (US$ 16 milhões). Eles também atraíram Andre Drummond (US$ 10 milhões) e Eric Gordon (US$ 3,3 milhões) para jogar na Filadélfia.
Atualmente, há 19 jogadores ativos na NBA com contratos que valem pelo menos US$ 200 milhões, e agora três deles estão nos Sixers, com Embiid (US$ 213 milhões) se juntando a George e Maxey. Os 76ers foram aos playoffs por sete temporadas consecutivas, mas sua última viagem às Finais da Conferência Leste foi em 2001 e antes disso em 1985. O GM Daryl Morey espera que o trio George, Maxey e Joel Embiid possa quebrar o feitiço. Os Sixers irão gastar um total de US$ 135,8 milhões durante a temporada de 2024-25, se aproximando do teto salarial de US$ 140,6 milhões.
Renovações de contrato
Uma reviravolta na Free Agency da NBA este ano aconteceu entre alguns times e os seus próprios agentes livres. Ás vésperas do início do período de negociações, um quarteto de estrelas concordou em renovar acordos no valor de pelo menos US$ 100 milhões: OG Anunoby (US$ 212 milhões), Pascal Siakam (US$ 189,5 milhões), Immanuel Quickley (US$ 175 milhões) e Nic Claxton (US$ 100 milhões).
No entanto, uma renovação em especial entrou para a história da NBA. O atual campeão da liga, Boston Celtics, e o seu astro Jayson Tatum chegaram a um acordo para uma extensão de contrato de cinco anos no valor de 314 milhões de dólares, o que estabeleceu um recorde da NBA para um contrato por valor total e valor médio anual — superando seu companheiro de equipe Jaylen Brown, que assinou um acordo de US$ 285 milhões no verão passado. O novo acordo de Tatum vale US$ 71,4 milhões na temporada final e US$ 62,8 milhões por ano em média.
As notícias da renovação de Tatum chegaram em um período movimentado para o Celtics, que ganhou o 18º título da NBA do time há algumas semanas. Além de estender o contrato de Derrick White por quatro anos por US$ 126 milhões, o Boston Celtics foi colocado à venda pelo grupo proprietário, que anunciou planos para vender 100% da franquia.
Boston Celtics à venda
A família Grousbeck anunciou que está vendendo uma participação majoritária no Boston Celtics, poucas semanas após a franquia conquistar o recorde de 18 troféus da NBA. Os Grousbecks são os líderes do grupo Boston Basketball Partners, um consórcio de investidores que adquiriu o Celtics por US$ 360 milhões em 2002. No entanto, a família disse em um comunicado que “decidiu vender o time por considerações patrimoniais e de planejamento familiar”.
A venda deve ser concluída no final de 2024 ou no início de 2025, enquanto Wyc Grousbeck deve permanecer como governador do time até 2028. Os Celtics foram avaliados recentemente pela Forbes em US$ 4,7 bilhões, tornando-os o quarto time mais valioso da liga. A futura venda provavelmente estabelecerá um recorde da NBA, excedendo os US$ 4 bilhões que Mat Ishbia pagou pelo Phoenix Suns em dezembro de 2022.
Confira alguns pontos chave apontados na possível venda do Boston Celtics desde que Grousbeck anunciou que o time estaria no mercado:
- Grousbeck prevê uma venda do time em duas etapas. O primeiro pedaço, os 51% controlados pela família Grousbeck, será vendido “muito em breve”, enquanto os 49% restantes detidos por outros parceiros são alvos de uma transação separada e posterior.
- Após o anúncio, o sócio-gerente do Celtics, Stephen Pagliuca, que também possui uma participação no Atalanta, da Serie A, confirmou que está interessado em montar uma oferta pelo controle da equipe e participaria do processo de licitação.
- É uma grande mudança para um grupo muito estável e bem-sucedido de donos de times profissionais de Boston. Nenhum grande time profissional masculino local foi vendido desde 2002, quando Grousbeck e seus parceiros compraram o Celtics.
Nova franquia da NBA em Las Vegas
Em meio às notícias da possível venda do Boston Celtics, a NBA está se preparando para desembarcar em Las Vegas para sua apresentação anual da Summer League em um momento em que o relacionamento da liga com a cidade nunca foi tão forte.
Quando a NBA finalmente anunciar seus novos acordos de direitos de mídia, que são projetados para valer US$ 76 bilhões, o próximo foco da liga será a expansão. Silver disse em várias ocasiões que a NBA explorará a adição de duas novas franquias para levar a liga a 32 times.
Las Vegas é amplamente vista como uma das principais favoritas para conseguir um clube de expansão, junto com Seattle, e, potencialmente, a Cidade do México. O astro dos Lakers e sócio da Fenway Sports Group (FSG), LeBron James, não escondeu seu desejo de fazer parte de um potencial grupo de proprietários de Vegas depois que se aposentar.
No entanto, a Red Bull também está considerando uma oferta para uma franquia de expansão da National Basketball Association (NBA), de acordo com a Bloomberg. O valor de investimento necessário pode ser um fator, já que uma franquia de expansão pode custar mais de US$ 4 bilhões. De acordo com as avaliações mais recentes da Forbes, o valor médio de um time da NBA é US$ 3,85 bilhões.
A Red Bull tem um extenso portfólio de times esportivos ao redor do mundo, incluindo seis clubes de futebol, incluindo o New York Red Bulls da Major League Soccer (MLS) e o RB Leipzig da Bundesliga. Mais recentemente, a Red Bull investiu no Leeds United, time de segunda divisão inglesa, e fechou um acordo para se tornar seu principal patrocinador de camisas.
A Red Bull construiu agressivamente seu império de equipes esportivas nos últimos anos, com presença em quase todas as regiões do mundo. Ela também é conhecida por operar duas equipes de Fórmula 1, incluindo a Red Bull Racing, além de ser proprietária majoritária da equipe alemã de ciclismo de elite Bora-Hansgrohe.
Entretanto, seria uma ocorrência rara para a NBA ter uma grande marca de consumo possuindo uma franquia em sua totalidade. No entanto, é uma prova da reputação da liga, especialmente entre os fãs de esportes mais jovens, que uma empresa como a Red Bull veja a NBA como uma competição atraente para comprar. Possuir uma franquia aumentaria significativamente o reconhecimento da marca Red Bull no mercado norte-americano.
O interesse da gigante das bebidas energéticas em Las Vegas também demonstra o crescente apelo da cidade por propriedades esportivas. No início deste ano, a Major League Baseball (MLB) deu sinal verde para a mudança do Oakland Athletics para a cidade, enquanto a Fórmula 1 também realizou sua corrida de estreia em Sin City no ano passado.
Se a Red Bull terá sucesso em contratar um time ainda não se sabe, especialmente porque precisaria comprometer uma quantia significativa para isso. Ela enfrentará forte concorrência de James, que há muito faz campanha para comandar um time em Las Vegas, e terá o apoio de uma grande empresa de private equity na RedBird.
Os novos acordos de mídia
Outra negociação que está movimentando o mercado da NBA é o novo acordo de direitos de mídia que a liga está prestes a anunciar. Os novos acordos de direitos de mídia têm impacto direto no valor das franquias e nos contratos de jogadores, ao elevar ainda mais o teto salarial da liga. De acordo com o The Athletic, a NBA já finalizou os acordos de direitos de mídia de 11 anos no valor combinado de US$ 76 bilhões com ESPN, NBC e Amazon Prime Video.
Os contratos agora precisam ser assinados pelo conselho de governadores da liga de basquete norte-americana, um processo que o Athletic disse que “espera-se que seja uma formalidade”. O conselho deve se reunir em Las Vegas na semana que vem. O maior obstáculo para o anúncio dos acordos continua sendo a parceria de transmissão existente da NBA com a Warner Bros Discovery (WBD), que tem o direito de igualar ofertas rivais como parte de seu contrato.
Uma vez assinados, os novos acordos serão enviados para a TNT Sports, de propriedade da WBD, cujo acordo para exibir a NBA expira no final da próxima temporada. De acordo com o Athletic, a emissora terá então cinco dias para fazer uma oferta equivalente para um dos pacotes. Caso a WBD decida não fazer uma oferta, a liga poderá anunciar seus novos acordos de transmissão no final de julho, antes das Olimpíadas.
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