A final da Champions League contra o Real Madrid será a terceira em cinco anos para o Liverpool, que venceu apenas a decisão contra o Tottenham na final da temporada 2018/2019. Em busca de conquistar o seu sétimo título da UEFA Champions League, o time inglês precisará vencer o algoz da final de 2017/2018 e das quartas de final de 2020/2021. Para finalmente superar o Real Madrid, os Reds contam com um elenco recheado de estrelas e o comando de Jürgen Klopp, que pode fortalecer ainda mais o seu nome como um dos maiores técnicos da história do clube.
Se vencer a final, o Liverpool empatará com o Milan no ranking de maiores campeões europeus, com sete títulos. Além de impedir que o rival espanhol se afaste ainda mais na liderança do ranking – o Real Madrid conta com 13 títulos atualmente. Ademais, ainda terá um “gostinho de vingança”, tão desejado pela torcida e até pelos jogadores, como o astro egípcio Mohamed Salah, que tem declarado inúmeras vezes o sentimento de “vingança” com a equipe espanhola. “É hora da vingança. Eles nos venceram na final da última vez. Foi um dia muito triste para todos nós”, disse o atacante durante a premiação do Football Writer’s Award 2022.
Retrospectiva Champions League 2021/2022
Ao contrário do rival Real Madrid, que se consagrou campeão espanhol com quatro rodadas de antecedência, o Liverpool lutou até a última rodada, realizada no último domingo (22), para tentar alcançar o líder da Premier League, Manchester City. O que desgastou mais a equipe de Jürgen Klopp durante a temporada, que, apesar do ótimo desempenho, não conseguiu alcançar o rival e terminou o campeonato como vice-campeão.
Contudo, os Reds tiveram um pouco mais de “sorte” na UEFA Champions League que o clube merengue, enfrentando apenas adversários que não provocaram nenhum susto ou risco de eliminação para a equipe inglesa. O Liverpool começou a competição com um registo impecável na fase de grupos, vencendo todos os jogos disputados no Grupo B, o time concluiu a sua campanha perfeita com uma vitória de 2 a 1 sobre o Milan.
Nas oitavas de final, o Liverpool enfrentou a Inter de Milão, em um confronto que talvez tenha sido o mais difícil da fase de mata-mata. No jogo de ida, na Itália, os Reds não tomaram conhecimento dos donos da casa e venceram por 2 a 0. Na partida de volta, na Inglaterra, a Inter chegou a assustar, abrindo o placar com Lauro Martínez, mas a expulsão de Alexis Sánchez no minuto seguinte estancou a reação do time italiano. A partir daí, o Liverpool retomou o controle de partida e administrou o resultado.
Na fase seguinte, o Benfica foi o adversário da equipe inglesa. O Liverpool chegou a levar um sufoco na partida de ida, em Portugal, mas o atacante colombiano Luis Díaz marcou duas vezes no final do segundo tempo para garantir a vitória por 3 a 1 e uma ótima vantagem para o jogo de volta. Na segunda partida, o técnico Jürgen Klopp demonstrou confiança e escalou uma equipe com sete reservas. O Benfica até foi valente e buscou jogo, mas o atacante brasileiro Roberto Firmino marcou duas vezes para assegurar o empate por 3 a 3 e a classificação para a próxima fase.
Em um duelo histórico, o Liverpool enfrentou o Villarreal nas semifinais da competição. Apesar da valentia do time espanhol, que eliminou outros favoritos ao título, como Juventus e Bayern de Munique, antes de enfrentar o time inglês, o Liverpool não deu chance para uma zebra. No jogo de ida, na Inglaterra, os Reds sofreram com a retranca bem montada do Villarreal, mas conseguiram furar o bloqueio duas vezes e vencer por 2 a 0. O time espanhol até chegou a dar esperança aos seus torcedores no jogo de volta, no estádio El Madrigal, ao vencer por 2 a 0 no primeiro tempo. Porém, o Liverpool reagiu no segundo tempo e não teve pena de acabar com os sonhos dos torcedores espanhóis, virando o jogo para 3 a 2 e carimbando a sua presença na final da Champions League.
Aproveitamento em finais da Champions
No total, o Liverpool já disputou 10 finais da Champions League (contando com a próxima a ser disputada). O clube inglês é o terceiro clube que mais disputou finais da competição, ao lado do Bayern de Munique. Assim como o Real Madrid, os Reds só perderam três das finais que já disputaram. Confira abaixo o aproveitamento do Liverpool em finais continentais.
- 1976/77: Liverpool 3×1 Borussia Mönchengladbach
- 1977/78: Liverpool 1×0 Club Brugge
- 1980/81: Liverpool 1×0 Real Madrid
- 1983/84: Liverpool 1×1 Roma (5×3 nos pênaltis)
- 1984/85: Juventus 1×0 Liverpool
- 2004/05: Liverpool 3×3 Milan (6×5 nos pênaltis)
- 2006/07: Milan 2×1 Liverpool
- 2017/18: Real Madrid 3×1 Liverpool
- 2018/19: Liverpool 2×0 Tottenham
Recordes em jogo
Entre 2007 e 2015, os Reds viveram um período de seca de títulos, em que passaram de protagonistas para coadjuvantes no cenário europeu. Porém, a chegada do técnico alemão Jürgen Klopp, em 2015, foi fundamental para o resgate da mentalidade vencedora. Em sua primeira temporada, ele comandou o Liverpool até a final da Europa League 2015/16. O retorno à uma final da Champions aconteceu na temporada 2017/18, na derrota para o algoz Real Madrid. Apesar da derrota, a temporada ajudou o Liverpool a se estabelecer novamente no cenário europeu. No ano seguinte, Jürgen Klopp conduziu o Liverpool novamente à final, desta vez para enfrentar o conterrâneo Tottenham. Na final disputada na cidade de Madri, os Reds venceram por 2 a 0 e faturaram o sexto título da sua história.
Depois de viver anos como coadjuvante no cenário europeu, o Liverpool chega a sua terceira final de Champions nos últimos cinco anos, se tornando o clube com mais decisões nos últimos cinco anos. Se a equipe de Klopp conseguir vencer o algoz espanhol, o técnico se aproximará de vez da marca de Bob Paisley, ídolo do time inglês e treinador que mais conduziu o time ao título da UEFA Champions League, com três conquistas em seu currículo. Além de se aproximar do recorde de Paisley, Jürgen Klopp pode liderar o Liverpool para se consagrar como o segundo maior campeão da Champions League da história, empatando com o Milan, que atualmente possui 7 títulos, contra 6 dos Reds.
Além de Klopp, os atacantes que marcaram gols nas últimas duas finais disputadas pelo Liverpool, Mané (2018), Salah e Origi (2019), também podem se juntar à seleta lista de sete jogadores que marcaram gols em duas finais da UEFA Champions League. Atualmente, apenas os craques Gareth Bale, Samuel Eto’o, Lionel Messi, Sergio Ramos, Raúl González, Mario Mandžukić e Cristiano Ronaldo conseguiram esse feito. O astro português é o único jogador a marcar em três finais diferentes.
Brasileiros em alta
Apesar de não possuir tantos jogadores brasileiros entre os seus destaques da temporada como o Real Madrid, o Liverpool conta com a boa de fase de Alisson e Fabinho, que são fortes candidatos à convocação do técnico da Seleção Brasileira, Tite, para a próxima Copa do Mundo. Enquanto o goleiro é titular absoluto da equipe de Jürgen Klopp há um bom tempo, o volante está cada vez mais em alta no time inglês, sendo decisivo não só na contenção do meio campo, como também no ataque, marcando um gol importantíssimo contra o Villarreal, que despertou a reação dos Reds no jogo de volta da semifinal.
Outro jogador brasileiro de destaque no elenco do Liverpool é o atacante Roberto Firmino, que tem 11 gols na temporada, 5 destes na Champions League. Porém, Firmino já teve fases muito melhores na equipe inglesa, tendo começado no banco a grande maioria dos jogos que disputou nessa temporada. Apesar de boas atuações pontuais, como contra o Benfica nas quartas de final da Champions, o atacante perdeu espaço não só entre os titulares de Klopp, mas também nas convocações da seleção brasileira, se tornando uma presença duvidosa para a Copa do Mundo 2022.
Provável escalação
Baseado nas últimas escalações utilizadas por Jürgen Klopp nas partidas decisivas da reta final da atual temporada e contando com uma recuperação a tempo da final dos jogadores Fabinho, Salah e Van Dijk – que foi prometida pelo técnico alemão –, o Liverpool deverá ir a campo com a seguinte escalação:
Alisson; Alexander-Arnold, Konaté, Van Dijk (Matip) e Robertson; Fabinho (Keita), Henderson e Thiago; Salah (Diogo Jota), Luís Díaz e Mané.
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