O futebol é, indiscutivelmente, o esporte mais popular e lucrativo do mundo, mas uma iniciativa liderada por Gerard Piqué e sua empresa Kosmos Group tem questionado se o formato tradicional é suficiente para manter as novas gerações engajadas. A Kings League, uma liga de futebol sete que mistura tecnologia, interatividade e inovações radicais, está conquistando espaço entre o público jovem e redesenhando as regras do jogo.
Em entrevista exclusiva ao portal SportsPro, Djamel Agaoua, novo CEO da Kings League, discutiu o impacto e as ambições do projeto. A liga, que já conta com competições nacionais em países como Espanha, Brasil e México, está às vésperas de realizar a primeira edição da Kings League World Cup of Nations, marcando mais um passo em sua expansão global.
O que torna a Kings League tão disruptiva?
Enquanto muitos consideram o futebol tradicional uma experiência completa, Agaoua acredita que as audiências jovens demandam algo diferente. “Os jovens não querem assistir a jogos inteiros porque o ritmo é muito lento”, explica o CEO, citando a preferência da Geração Z por conteúdos mais curtos, interativos e que combinem elementos do esporte com a cultura pop.
A Kings League não apenas reconhece esse desafio, mas também o transforma em oportunidade. As partidas são transmitidas ao vivo em plataformas populares como Twitch, YouTube e TikTok, permitindo que os torcedores participem ativamente da experiência. Eles podem, por exemplo, votar na cor do gramado ou influenciar outras decisões de jogo. Regras inovadoras também se destacam, como gols dobrados nos minutos finais e o uso de um dado gigante que decide o número de jogadores em campo.
Um ecossistema digital e global
Desde o lançamento da liga em 2022, a estratégia é clara: criar um ecossistema esportivo que transcenda o modelo tradicional. Para Agaoua, “assistir aos jogos ao vivo é apenas uma forma de gerar conteúdo”. A maior parte do consumo ocorre após as transmissões, através de destaques, entrevistas e bastidores.
Inspirada em marcas globais como a NBA, a Kings League busca criar uma sensação de pertencimento mesmo entre aqueles que não assistem aos jogos ao vivo. “Queremos que os torcedores se sintam parte de uma comunidade, independentemente de como consomem nosso conteúdo”, afirma Agaoua.
Sustentabilidade financeira e expansão
Ao contrário das ligas tradicionais, que muitas vezes dependem de acordos de direitos de transmissão, a Kings League adota um modelo de distribuição gratuita, priorizando patrocínios e parcerias digitais como principais fontes de receita. Marcas como Adidas, Spotify e McDonald’s já aderiram ao projeto, com patrocínios que representam 65% do faturamento da liga.
O modelo tem dado resultados: a receita dobrou entre 2023 e 2024, com expectativa de triplicar até 2025. Eventos em grandes cidades e acordos de licenciamento também contribuem para a sustentabilidade financeira da iniciativa.
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Parcerias e colaborações
Embora mantenha seu foco em plataformas digitais, a Kings League começa a explorar parcerias com emissoras tradicionais que compreendem sua proposta. Recentemente, acordos foram firmados com redes como Sky Sport na Itália, DAZN no Japão e CBS Golazo Network nos EUA, ampliando o alcance das transmissões.
A liga também tem atraído grandes nomes do esporte, como Ronaldinho, Neymar e Sergio Agüero, além de colaborações com marcas globais. Um exemplo recente foi o lançamento de uma edição limitada de chuteiras Adidas, promovida pelo jovem talento Yamine Lamal durante os playoffs da competição.
Um futuro promissor
Com planos para lançamentos no Oriente Médio, Sudeste Asiático e Estados Unidos até 2026, a Kings League se posiciona como uma das iniciativas mais ambiciosas do esporte moderno. Agaoua acredita que o modelo é robusto o suficiente para inspirar até mesmo o futebol tradicional. “Estamos trazendo ideias frescas que podem até mesmo atrair torcedores de volta aos formatos tradicionais”, conclui.
Enquanto o esporte se reinventa para atender às exigências de novas gerações, a Kings League emerge como um exemplo claro de inovação. Mais do que um jogo, ela oferece uma experiência, uma comunidade e uma visão do futuro do entretenimento esportivo.
