Entra ano, sai ano, e a fábrica de Xerém não para de dar frutos. Na última terça-feira (4), o Fluminense acertou a venda do atacante Kauã Elias para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. De acordo com o Globo Esporte, a negociação gira em torno de 17 milhões de euros fixos e mais 2 milhões de euros em bônus (cerca de R$ 113 milhões), com o Tricolor permanecendo com 10% dos direitos do atleta de 18 anos.
No elenco principal desde 2023, Kauã Elias fez oito gols em 46 jogos pelo Fluminense, sendo peça importante para a arrancada da equipe na fuga do rebaixamento no Brasileirão 2024. Além disso, com a transação confirmada para o Shakhtar Donetsk, o atacante tornou-se a segunda venda mais cara da história do clube, ficando atrás apenas do volante André, que foi vendido na temporada passada para o Wolverhampton por 25 milhões de euros (R$ 154 milhões, na cotação da época).
Xerém: A Fábrica Bilionária do Fluminense
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Nos últimos 10 anos, o Fluminense movimentou R$ 917 milhões com a venda de 21 jogadores oriundos das categorias de base. Contudo, por não ter os direitos federativos de todos os talentos – mais precisamente de: Ayrton Lucas, Evanilson, Gerson, Ibañez, Kenedy e Pedro – os cariocas ficaram com R$ 789 milhões nas mãos, um valor astronômico que recebe um incremento todo ano.
Pelas regras do mecanismo de solidariedade, um clube formador tem o benefício de um percentual do valor de uma negociação internacional – entre 0,25% e 5%. O cálculo exato depende do tempo que o jogador passou em cada time – entre os 12 e 23 anos de idade. O maior exemplo disso é o atacante Luiz Henrique. Por ter chegado ao Fluminense com 11 anos e ter saído aos 21, o tricolor tem direito a 3,5% de toda negociação que envolva o craque. Além disso, quando o vendeu para o Real Bétis, em 2022, os cariocas ficaram com 15% dos direitos do atleta.
Em menos de um ano, Luiz Henrique foi vendido para o Botafogo por 20 milhões de euros (R$ 106,6 milhões), e depois repassado para o Zenit em uma negociação que gira em torno de 32 milhões de euros (R$ 200 milhões), o que gerou ao Fluminense a bagatela de R$ 26,6 milhões. Além do Pantera Negra, ao longo dos anos, os cariocas já lucraram dessa forma com as vendas de oito moleques de Xerém: Ayrton Lucas, Evanilson, Gerson, Ibañez, João Pedro, Matheus Martins, Pedro e Wendel.
Entenda o conceito de Mais-Valia
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Além do mecanismo de solidariedade da FIFA, ainda há a mais-valia que é a diferença entre o valor de venda e o montante desembolsado na aquisição de um atleta. A prática é comum, especialmente no futebol brasileiro, e as negociações de jovens atletas para o exterior costumam ter este tipo de cláusula.
O caso mais recente envolve o atacante João Pedro, que foi adquirido pelo Watford, da Inglaterra, por 11,5 milhões de euros em 2018, e cinco anos depois, foi vendido para o Brighton-ING por 34 milhões de euros. O Fluminense tinha direito a 5% da mais-valia, que é a diferença entre as duas quantias: 22,5 milhões de euros, que deu cerca de 1,12 milhões de euros ao tricolor, equivalente a R$ 5,9 milhões, na cotação da época. Outros jogadores que deram lucro ao Fluminense desta forma foram o volante Wendel e o atacante Biel, que acabou de se transferir do Bahia para o Sporting-POR por 8 milhões de euros (R$ 48 milhões).
Veja as principais transferências de ex-jogadores do Fluminense nos últimos 10 anos
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