Em algumas partes das Américas, as línguas coloniais europeias empurraram as línguas nativas para a beira da extinção, mas o guarani falado no Paraguai, continua sendo uma das principais formas de comunicação do país.
E, ao contrário de outras línguas nativas amplamente faladas, o guarani paraguaio é predominantemente falado por pessoas não indígenas. Cada um dos 19 grupos indígenas sobreviventes do Paraguai tem sua própria língua, mas seis deles são listados pela Unesco como gravemente ou criticamente ameaçados.
Guarani na história popular
Os benefícios de falar as duas línguas oficiais do país são claros, o espanhol continua sendo a língua do governo, e o guarani é amplamente falado em áreas rurais, onde é um requisito essencial para muitos empregos.
No entanto, os falantes de guarani paraguaio também enfrentaram discriminação brutal por parte das elites, e ainda são estigmatizados como caipiras, pobres e sem educação. Os sistemas políticos e socioeconômicos priorizaram o espanhol, muitas vezes pela força, como a língua do estado, da educação e do poder. A língua foi banida do sistema educacional durante grande parte do governo de Alfredo Stroessner (1954-89).
Avanços importantes pós-ditadura incluíram uma lei de 2012 que comprometeu o estado a colocar o espanhol e o guarani paraguaio em pé de igualdade institucional e a proteger outras línguas indígenas.
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Futebol do Paraguai
Falar guarani é quase uma obrigação na seleção paraguaia. Durante o mundial de 2010, jogadores foram flagrados se comunicando em guaraní na partida contra a Espanha, um traço cultural que dentro de campo pode confundir os adversários, mas funciona como reafirmação do orgulho por representar o país.
Equipes do futebol local como Club Guaraní e Sportivo Luqueño, trazem no nome e na formação de atletas esses ideais que dão voz a raiz de um dos povos mais antigos do continente e fortalecem a noção de unidade federativa. Os jogadores se sentem cômodos falando em sua língua desde jovens.
O guarani é falado por mais de alguns milhões de pessoas. Cerca de 85% dos paraguaios são conhecidos e 27% deles são monolíngues. Também é utilizado em regiões muito específicas da Argentina, Bolívia e Brasil.
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