O tênis é um dos esportes mais populares no mundo, atingindo, em 2019, o patamar de 1 bilhão de telespectadores ao redor do mundo. Além da audiência expressiva, existem outros pontos que chamam a atenção no esporte, como a quantidade de dinheiro que é movimentada com premiações, direitos televisivos, patrocínios e contratos com valores altíssimos. Ademais, o tênis é um esporte que preza pela igualdade entre gêneros, circunstância que é raramente observada no mundo esportivo.
A organização que atua como órgão regulador no tênis masculino é a ATP (Association of Tennis Professionals), já no feminino cabe à WTA (Women ‘s Tennis Association) essa função reguladora. Ambas as organizações foram criadas com o intuito de defender os interesses dos tenistas e são responsáveis por regulamentar os campeonatos e estabelecer as métricas de classificação entre os tenistas, como o ranking dos melhores tenistas do mundo.
O que são os Grand Slam?
No tênis, quatro campeonatos são considerados os de maior relevância do esporte: os torneio de Grand Slam. Afinal, são os campeonatos que atribuem o maior número de pontos no ranking dos tenistas e distribuem as maiores premiações. Na sequência, por ordem de importância, temos os Masters 1000, ATP 500 e ATP 250, que antecedem a realização de cada Grand Slam.
A temporada anual no tênis promove uma alteração constante no tipo de quadra em que o esporte é praticado. No início do ano, os campeonatos ocorrem nas chamadas “quadras rápidas”, que são aquelas de cimento, como nas competições do “Australian Open”. Posteriormente, começam os jogos no saibro, que se encerram em “Roland Garros”, disputado em Paris. Em seguida, vem a temporada mais curta, nas quadras de grama, finalizada em “Wimbledom”. Por fim, os jogos retornam ao cimento, encerrando o ano no “US Open”. Confira abaixo a lista dos maiores campeões de Grand Slams:
Masculino:
- Rafael Nadal – 21 títulos
- Roger Federer – 20 títulos
- Novak Djokovic – 20 títulos
- Pete Sampras – 14 títulos
- Roy Emerson – 12 títulos
Feminino:
- Margaret Court – 24 títulos
- Serena Willians – 23 títulos
- Steffi Graf – 22 títulos
- Helen Wills – 19 títulos
- Chris Evert – 18 títulos
Batalha dos Sexos
Há 49 anos atrás, no dia 20 de setembro de 1973, a tenista norte-americana Billie Jean King enfrentava o tenista Bobby Riggs em uma partida que ficou conhecida como “batalha dos sexos” e que teve audiência estimada em mais de 90 milhões de telespectadores. Foi Bobby quem a desafiou, pois acreditava que o tênis feminino era extremamente inferior e que, mesmo com 55 anos, ele conseguiria ganhar da maior campeã na época. Mas ele estava enganado: Billie venceu o jogo e se tornou um símbolo da igualdade de gêneros não só no tênis, mas em todos os esportes.
Ainda que o episódio tenha acontecido em 1973, a reverberação da “raquetada” que Billie deu no machismo perdura até os dias de hoje. Apenas em 2007, os quatros principais torneios de Grand Slam – Australian Open, Roland Garros, US Open e Wimbledon – passaram a pagar prêmios com valores iguais para mulheres e homens. No entanto, a desigualdade ainda se faz presente no esporte, já que os tenistas homens recebem mais patrocínios.
A mudança externa é necessária para a evolução da igualdade de gênero no esporte, ou seja, os telespectadores devem criar o costume de acompanhar torneios femininos. Serena Williams, por exemplo, tem o dobro de vitórias em Majors que Djokovic, mas seu faturamento é 20% menor. A razão disso é uma sociedade que não está acostumada a acompanhar mulheres como acompanha homens nos esportes. Portanto, o machismo deve ser combatido em todas as esferas: as mudanças no tênis profissional não surtem efeito se o público não estiver alinhado. A visibilidade é parte essencial do crescimento e da valorização das esportistas.
Na lista dos esportistas mais bem pagos do mundo divulgada pela Forbes, o tenista Roger Federer ocupa o primeiro lugar e os jogadores de futebol Cristiano Ronaldo e Messi aparecem logo em seguida. Na lista, há apenas duas mulheres e ambas são tenistas: Naomi Osaka e Serena Williams. O esporte que mais tem avançado na garantia da igualdade de gênero é o único que possui mulheres na lista de esportistas mais bem pagos no mundo – isso claramente não é coincidência e deve servir de exemplo para todas as outras modalidades.
A trindade do tênis
Em relação aos atletas da modalidade, é impossível deixar de mencionar Rafael Nadal, Roger Federer e Novak Djokovic. Durante anos, os três tenistas reinaram nas quadras pelo mundo, marcando gerações de amantes do esporte e movimentando muito dinheiro. Diante de tantas marcas surpreendentes, destacamos uma de cada tenista para evidenciar a grandeza de seus feitos. Federer foi o tenista a ficar mais tempo em primeiro lugar no ranking da ATP de maneira consecutiva. Enquanto Djokovic tem o maior número de semanas no topo do ranking. Já Nadal, com o título do Australian Open conquistado em 2022, passou a ser o atleta com o maior número de Grand Slams conquistados na história (21). Não é por acaso que estes atletas ocupam o topo da lista dos tenistas que mais receberam premiações na história do esporte.
Tenistas (Masculino) | Valores em premiações (em dólares) |
1. Novak Djokovic | 153.120.635 |
2. Roger Federer | 130.594.339 |
3. Rafael Nadal | 124.961.595 |
4. Andy Murray | 62.163.108 |
5. Pete Sampras | 43.280.489 |
Tenistas (Feminino) | Valores em premiações (em dólares) |
1. Serena Williams | 94.518.971 |
2. Venus Williams | 42.280.541 |
3. Maria Sharapova | 38.777.962 |
4. Simona Halep | 37.842.748 |
5. Caroline Wozniacki | 35.233.415 |
Melhores tenistas do mundo
Segundo os órgãos reguladores do tênis profissional, ATP (Masculino) e WTA (Feminino), estes são os melhores tenistas da atualidade:
Ranking ATP:
Posição | Nome | Pontos |
1º | Novak Djokovic | 8660 |
2º | Daniil Medvedev | 7980 |
3º | Alexander Zverev | 7200 |
4º | Stefanos Tsitsipas | 6170 |
5º | Rafael Nadal | 5525 |
6º | Carlos Alcaraz | 4770 |
Ranking WTA:
Posição | Nome | Pontos |
1ª | Iga Swiatek | 7061 |
2ª | Barbora Krejcikova | 4911 |
3ª | Paula Badosa | 4770 |
4ª | Maria Sakkari | 4726 |
5ª | Anett Kontaveit | 4446 |
6ª | Ons Jabeur | 4380 |
O novato do tênis
Muitos se perguntam o que será do tênis após a aposentadoria dos astros mencionados no ranking acima. Competidores de alto nível apareceram ao longo dos últimos anos, mas nunca conseguiram manter a constância no topo como eles. Entretanto, o ano de 2022 parece estar apresentando uma nova estrela: Carlos Alcaraz. O espanhol de 18 anos chama a atenção da mídia por quebrar recordes, conquistar títulos e até mesmo derrotar aqueles que parecem imbatíveis. No Masters 1000 de Madrid, o jovem derrotou, em sequência, Rafael Nadal, seu grande ídolo, e Novak Djokovic, o número 1 do momento. Na final, ele ainda derrotou o alemão Alexander Zverev (3º melhor do mundo no ranking da ATP), conquistando o seu segundo Masters 1000, com apenas 18 anos.
O tênis está na genética de Carlos Alcaraz, uma vez que seu pai era tenista e diretor de um clube de tênis em El Pamar, cidade natal de Alcaraz, situada na Venezuela. Carlitos já coleciona 5 títulos na carreira e até mesmo Zverev já o considera o melhor tenista do mundo, apesar do garoto discordar e dizer que há muito para ser percorrido ainda. Apesar dele ser o assunto do momento e ter um talento irrefutável, só o tempo dirá se ele conseguirá se equiparar aos gênios da modalidade. Alcaraz não dá passos maiores que a perna e demonstra uma calma exemplar com sua carreira, tanto que o futuro, para ele, é apenas o próximo campeonato, neste caso, o Grand Slam de Roland Garros – em que ele é favorito ao prêmio.
A valorização do tênis
Ainda que o tênis seja um esporte revolucionário, a necessidade de visibilidade para o esporte é vigente. Esse esporte tem potencial para crescer cada vez mais, principalmente no quesito de igualdade de gêneros, se transformando em um modelo a ser seguido de como um esporte pode ser um facilitador para mulheres se consolidarem no topo dos rankings e nas parcerias com grandes marcas, através de patrocínios.
Por Luiz Eduardo Toledo Galindo Campos e Sophia Di Buogo Santos
Notícias relacionadas
Os Jogos de Paris 2024: a expansão da visibilidade e do legado olímpico
3 de outubro de 2024