Final da Champions: o que esperar?

Relembre a trajetória dos protagonistas da próxima final da Champions, Real Madrid e Liverpool, e confira as prováveis escalações


Por Insper Sports Business

26 de maio de 2022

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Final da Champions: o que esperar? Final da Champions: o que esperar?

Neste sábado (28), às 16 horas (de Brasília), Paris será palco do que promete ser um dos espetáculos mais bonitos da história recente do futebol. A final da UEFA Champions League 21/22 acontecerá no moderno Stade de France, com capacidade para 75 mil torcedores, e será protagonizada por dois dos times que mais encantaram nesta temporada: Liverpool e Real Madrid.

Os times já se enfrentaram 8 vezes, todas pela Liga dos Campeões, e possuem um retrospecto equilibrado – 4 vitórias para os merengues, 3 para os Reds e 1 empate. Essa será a terceira vez que os clubes se enfrentam em uma final de Champions, em um confronto que servirá de desempate, visto que, na primeira final, na temporada de 80/81, o Liverpool se sagrou campeão após vencer por 1 a 0, e, na decisão mais recente, na temporada de 17/18, o Real se saiu melhor e levou a taça para Madrid após ganhar por 3 a 1.

Na emblemática final da Champions de 2018, sediada em Kiev, o abalo inglês foi resultado de uma série de fatores que extrapolam apenas o placar com 2 gols de diferença. Aos 30 minutos do primeiro tempo, com um golpe de judô que, por muitos apreciadores do esporte, foi considerado desleal, o zagueiro Sergio Ramos, que na época ainda defendia as cores do Madrid, lesionou o principal jogador da equipe inglesa na temporada, Mohamed Salah. Além da saída do craque, um gol no começo da segunda etapa abalou as estruturas do Liverpool, principalmente pela forma como ele aconteceu: uma falha grotesca do goleiro Karius, que protagonizou outro “frangaço” no mesmo jogo.

Naquela partida, o gol dos ingleses foi marcado por Sadio Mane, que até hoje é um dos principais astros da equipe, e os gols dos merengues foram 2 de Gareth Bale (sendo um uma pintura de bicicleta) e 1 de Karim Benzema, que hoje disputa o prêmio de melhor jogador da temporada com o mesmo Salah, que, por conta da substituição precoce causada pela lesão, não conseguiu se destacar na última final.

Na última temporada da competição (20/21), quando a UEFA ainda proibia a presença de público nos estádios por conta da pandemia, os times se enfrentaram novamente, agora nas quartas de final, e o Real Madrid mais uma vez saiu vitorioso, vencendo por 3 a 1 o jogo de ida no Santiago Bernabéu e segurando um empate sem gols em Anfield.

A junção dos fatos despertou um sentimento de vingança na equipe do Liverpool, e, principalmente, no craque Mohamed Salah, que além de declarar publicamente que gostaria enfrentar o time espanhol na final da Champions, publicou em seu perfil no Instagram uma foto com a legenda “Temos contas a acertar”, logo após a semifinal que garantiu os merengues em Paris.

Real Madrid

Final da Champions: o que esperar?

Após conquistar o título de sua liga nacional, o Real agora busca fechar a temporada com chave de ouro e, de fato, selar uma das campanhas mais emocionantes e lindas de sua história na Champions League. Apesar dos 13 títulos desde a fundação da competição, esse ano os merengues surpreenderam com uma trajetória no mata-mata que pareceu roteiro de cinema, após passar tranquilamente da fase de grupos.

Nas oitavas de final, o sorteio foi “maldoso” com a equipe de Madrid e logo de cara enfrentaram um dos principais favoritos a ganhar o torneio: o PSG de Neymar, Messi e Mbappé. Com assistência do brasileiro e gol do francês, o Paris levou o primeiro jogo por 1 a 0, em uma partida que “saiu barato” se levarmos em conta o quanto cada time jogou. Na volta, com o Santiago Bernabéu lotado, o Real Madrid recebeu o rival e já no primeiro tempo saiu em desvantagem, com mais um gol de Kyllian Mbappé. No segundo tempo, com uma performance digna de protagonista, Karim Benzema marcou um hat-trick (sendo 2 desses gols com 2 minutos de intervalo um do outro), e garantiu a vaga dos merengues na próxima fase.

Nas quartas, o sorteio novamente castigou o Real e o duelo da vez foi contra o atual campeão da competição, o Chelsea. No jogo de ida, em Stamford Bridge, o francês, que vinha de um hat trick, repetiu o feito e marcou mais 3 nos ingleses, que diminuíram a vantagem com Kai Havertz. No jogo de volta, onde tudo parecia, de novo, estar encaminhado, mas dessa vez com a vantagem na mão dos merengues, houve outra reviravolta. Os Blues, fora de casa, botaram os espanhóis na roda e marcaram 3 gols em uma ótima performance. O jogo estava sendo dominado pelo time de Londres, até a entrada do iluminado Rodrygo, que, com 2 minutos em campo, marcou um gol salvador, elevando a confiança do time e levando-os para a prorrogação. Cansado e abatido, o Chelsea, mesmo com a vitória por 3 a 1 no placar, se portou como quem estivesse perdendo e se encolheu diante do gigante Real Madrid, que foi ao ataque durante a prorrogação e, com Benzema, de pênalti, garantiu o 3 a 2 e a vaga na semifinal.

Na semifinal, os merengues novamente tiveram azar no sorteio e enfrentaram a equipe que era considerada como uma das mais fortes da competição, líder do campeonato inglês, e que, nas últimas fases, havia passado goleando: o Manchester City. Em um jogo apontado por muitos como um dos melhores do ano, o Real Madrid foi até a Inglaterra e se encontrou, nos primeiros 11 minutos, perdendo de 2 a 0, com gols de Kevin De Bruyne e Gabriel Jesus. Entretanto, a estrela de Benzema, novamente, brilhou, e o craque diminuiu para 2 a 1. Ainda no começo da segunda etapa, Phil Foden ampliou para 3 a 1, mas dois minutos depois o craque brasileiro, Vinicius Junior, fez uma pintura, garantindo o 3 a 2. Poucos minutos depois, a mesma sequência aconteceu, com Bernardo Silva ampliando para 4 a 2 e cinco minutos depois cometendo um pênalti, que foi convertido por Benzema, terminando um jogo lá e cá, com muitas chances e que ficou nítida a qualidade de ambas as equipes, em 4 a 3.

Na volta, a expectativa era alta e, até o primeiro tempo, não estava sendo correspondida. A primeira etapa do segundo jogo terminou 0 a 0, com boas chances, muita técnica, porém sem gols e com pouca emoção. Aos 73 minutos, Riyad Mahrez tirou o zero do placar e marcou um golaço, que movimentou mais o jogo e preocupou o Real Madrid, que necessitava, então, de no mínimo 2 gols. Carlos Ancelotti, que há pouco tempo tinha colocado o menino Rodrygo, mandou o time todo ao ataque, e, aos 89 minutos, o lateral Mendy salvou, em cima da linha, o gol que fecharia o caixão do Madrid. No lance seguinte, o rayo brasileiro, aos 90 minutos, empatou o jogo e resgatou a fé que existia dentro do coração merengue dos torcedores. Logo aos 91, em uma cena que parecia de filme, Rodrygo novamente marcou, mostrando o peso da camisa merengue, levando o mundo inteiro à loucura e o Real para a prorrogação. Na primeira parte da prorrogação, aos 95, Benzema sofreu um pênalti, perguntou ao brasileiro se ele queria bater, para completar um hat-trick, porém ele negou, e com toda a classe que tem, o francês converteu a cobrança que finalizou a partida em 3 a 1, levando os merengues para a final da Champions League, em Paris.

A expectativa é que o Real Madrid jogue da forma como frequentemente jogou ao longo da temporada: Courtois (um dos melhores de sua posição no ano); Carvajal e Mendy nas laterais; Militão e Alaba na zaga; Casemiro, Modric e Kroos no meio campo (repetindo o tridente tricampeão da Champions); Vinicius Junior e Rodrygo jovens promessas brasileiras que surpreenderam e foram parcialmente responsáveis pela boa temporada do Real); e Benzema (o craque e artilheiro da competição que é cotado como o próximo bola de ouro).

Liverpool

Final da Champions: o que esperar?

Na atual edição da Champions League, o clube inglês tem 10 vitórias em 12 jogos, passando da fase de grupos invicto e sendo o 2o time com mais gols na competição essa temporada, com 30 gols marcados, atrás apenas do Bayern de Munique, com 31.

No primeiro jogo das oitavas de final, contra a Inter de Milão, o Liverpool teve um jogo bem disputado, mas, no final do jogo, aos 75 minutos, o atacante brasileiro Roberto Firmino abriu o placar e, faltando 7 minutos para acabar, Salah garantiu a vitória com um segundo gol. Já no jogo de volta, a vitória do time de Milão por 1 a 0 não foi o suficiente para impedir a classificação do Liverpool.

Nas quartas de final, o time de Jürgen Klopp dominou a partida no estádio da Luz, com uma vitória de 3 a 1 sobre o Benfica, com gols de Mané, Konaté e Luiz Dias. Na partida de volta em Anfield, o domínio foi mantido, com Konaté marcando novamente e Firmino marcando dois para fechar o caixão do Benfica. O time português teve um último gás no final da partida e empatou a partida em 3 a 3, mas não foi o suficiente e novamente o Liverpool se classificou no agregado. 

Na semifinal, assim como nos outros jogos, o time inglês dominou a primeira partida da semifinal, com gol do Sadio Mané, e o Villarreal dando somente um chute a gol e marcando um gol contra. Na segunda partida, o Villarreal teve um momento de esperança, abrindo o placar aos 3 minutos e depois ampliando a liderança ao marcar o segundo gol aos 41. Mas os Reds não deixaram barato. No segundo tempo, marcaram dois gols em cinco minutos, aos 62 e 67 minutos, e, aos 74 minutos, como no primeiro jogo, Sadio Mané fechou o placar, com o terceiro gol do time inglês e a vitória por 3 a 2, que garantiu a sua classificação para a final da UEFA Champions League.

O esperado para a final da Champions é que se mantenha a escalação dos últimos jogos, com Alisson no gol (um dos melhores goleiros da temporada), Alexander-Arnold e Robertson nas laterais, Van Dijk e Konaté na zaga, a dupla meio campista de Thiago e Fabinho (apesar da recente lesão, Klopp está confiante em sua recuperação até a final) e, para fechar o meio campo, Keita ou Henderson. No ataque, provavelmente será o trio que vem se destacando até o momento, com o português Diogo Jota no meio, Sadio Mané (que marcou gols em ambas as semifinais e terminou em 5º na artilharia da Premier League) na ponta esquerda e Mohamed Salah (artilheiro e líder em assistências da Premier League) na ponta direita.

Por Cameron Swan e Pedro Penna