Estudo aponta o Brasil como 4º maior mercado de apostas do mundo

Em pesquisa com mais de 11 países, o cenário do mercado brasileiro foi destaque pelas discussões sobre as novas regras e taxação


Por Redação

16 de março de 2024

Estudo aponta o Brasil como 4º maior mercado de apostas (Foto: Chaos Soccer Gear / Unsplash)

A International Betting Integrity Association (IBIA), a H2 Gambling Capital e o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) divulgaram, nesta quarta-feira (6), o estudo ‘Disponibilidade de produtos das apostas esportivas: uma análise econômica e de integridade’, com dados inéditos sobre o mercado.Entre estudos e comparações com mais de 11 países, o cenário regulatório das apostas esportivas no Brasil foi destaque como estudo de caso diante das discussões sobre as novas regras e taxação.

O documento, que analisa e compara os mercados de Austrália, Brasil, Canadá, Dinamarca, Alemanha, Reino Unido, Itália, Holanda, Portugal, Espanha e Suécia, apontou que, nos últimos cinco anos, as apostas esportivas on-line cresceram mais de cinco vezes em relação à taxa das apostas feitas por operadoras físicas (22,7% contra 4,3%). Além disso, o estudo aponta o Brasil como o 4º maior mercado de apostas esportivas do mundo e avalia os riscos que as restrições podem trazer ao país.

De acordo com o estudo, a partir dos dados de canalização de outras jurisdições já reguladas, se houvesse alguma restrição aos produtos de apostas esportivas no Brasil, o tamanho do mercado e a canalização onshore seriam afetados negativamente. Restrições rigorosas poderiam fazer com que cerca de US$ 18 bilhões por ano fossem apostados em operadoras offshore (sem obedecer às leis nacionais), afetando negativamente a proteção ao jogador e a integridade esportiva, que são significativamente menores nas operadoras offshore, uma vez que não estão sujeitas às regras locais.

O estudo também aponta que um mercado de apostas esportivas altamente restritivo poderia custar ao governo brasileiro US$ 1 bilhão em perda de receita tributária entre 2025 e 2028. “Já está comprovado pelas experiências internacionais que restrições e proibições aos diferentes mercados das apostas esportivas, como escanteios e cartões amarelos, por exemplo, são grandes desafios para a arrecadação”, disse André Gelfi, diretor-presidente do IBJR.

As expectativas atuais diante do cenário brasileiro, segundo a IBIA, é de que um mercado liberal será estabelecido no país, com a possibilidade de uma alta taxa de canalização onshore e retornos fiscais de US$ 2,3 bilhões em ganhos brutos em 2025. A H2 Gambling Capital calcula que essa abordagem poderia atingir US$ 34 bilhões em volume de negócios de apostas esportivas e US$ 2,8 bilhões em ganhos brutos onshore até 2028.