Em um artigo interessante de Ted Gioia no The Honest Broker , ele se aprofunda na “cultura da dopamina”. Esse conceito é impulsionado pelo ciclo infinito de rolar, deslizar e se envolver em atividades de curta duração que fornecem doses rápidas de dopamina. Esse ciclo é viciante, mantendo os usuários presos em um loop de estimulação constante.
A ascensão da cultura da dopamina está remodelando a indústria do entretenimento e das artes, empurrando-as para formatos que priorizam conteúdo rápido e de fácil digestão. Filmes, programas de TV e música tradicionais estão perdendo espaço para plataformas especializadas em conteúdo de formato curto, como o TikTok, que prosperam no consumo rápido… Mas essa transição também está começando a se estender profundamente ao mundo esportivo.
A distração se tornou um modelo de negócio lucrativo, ultrapassando as artes e o entretenimento tradicionais em crescimento. As plataformas de mídia social estão na vanguarda dessa tendência, otimizando suas interfaces para rolagem infinita e engajamento rápido para maximizar o potencial viciante de seu conteúdo.
Bem-vindo à era em que os highlights não são apenas parte do esporte; é o esporte.
Na Disruptive Play, estamos começando a entrar em uma fase em que os highlights (melhores momentos, na tradução livre) são o esporte. O que significa que trata-se de um formato curto, rápido, adaptado para atender às necessidades do público de hoje.
O cenário esportivo moderno está evoluindo rapidamente, adotando formatos que atendem à preferência do nativo social por experiências breves e intensas. Essa mudança se reflete na ascensão de formatos esportivos inovadores e recentes como WWE Speed, World 1 League, Dunk League e até mesmo ligas tradicionais como a MLB, que estão fazendo progressos por meio da introdução de “relógios de arremesso”.
WWE Speed
Utilizando as mídias sociais para criar lutas de wrestling curtas, o WWE Speed tornou o esporte mais acessível e envolvente para o público digital. As partidas são limitadas a uma duração de cinco minutos, com a contagem regressiva exibida em uma tela grande para o público. Os lutadores ganham um ponto pelas vitórias, enquanto derrotas ou lutas que duram cinco minutos inteiros sem um vencedor rendem zero pontos.
World 1 League
Liga 1×1 com os melhores atletas do mundo se enfrentando em esportes variados, como MMA, Atletismo e Natação. O conteúdo é gravado de forma vertical e tem como foco as redes sociais.
Dunk League
Imagine o concurso de enterradas da NBA transformado em uma liga, mas realmente emocionante e envolvente? Foi isso que criamos e construímos: uma comunidade nas mídias sociais com a Dunk League no Whistle.
Como os esportes de “Highlights” podem realmente ser uma força positiva no contexto da cultura da dopamina?
O conteúdo curto pode atingir um público maior, incluindo aqueles com tempo ou capacidade de atenção limitados, tornando os esportes mais acessíveis para pessoas que talvez não consigam assistir a um jogo inteiro. Esportes centrados em “melhores momentos” podem atender a preferências e interesses diversos, atraindo potencialmente fãs de grupos demográficos que os formatos esportivos tradicionais têm dificuldade de envolver.
Além disso, o uso de mídias sociais e plataformas digitais para distribuir destaques permite interação em tempo real entre fãs, criando comunidades vibrantes em torno dos esportes. Os fãs podem selecionar seu consumo de esportes de forma mais eficaz, escolhendo interagir com os momentos que mais lhes interessam, o que pode melhorar sua experiência e satisfação geral.
Lembrando que a ênfase nos destaques incentiva a criação de novos formatos esportivos, como o WWE Speed, que podem oferecer experiências únicas e envolventes, distintas dos esportes tradicionais. Os atletas têm novos meios de mostrar suas personalidades e talentos além de seu desempenho em campo ou quadra, contribuindo para sua marca pessoal e comercialização.
Os benefícios educacionais e os efeitos psicológicos da Cultura de Dopamina
O conteúdo curto pode se concentrar em habilidades específicas ou momentos de brilhantismo estratégico, servindo como ferramentas educacionais para atletas aspirantes e fãs interessados em entender as nuances do esporte. A natureza viral dos highlights pode inspirar jovens atletas ao mostrar momentos de sucesso alcançáveis, incentivando a participação e a dedicação ao esporte.
Isso sem falar que a emoção de testemunhar momentos espetaculares nos esportes pode trazer alegria e excitação aos fãs, contribuindo para um senso de comunidade e experiência compartilhada. Para pessoas sobrecarregadas pelo estresse diário, assistir aos melhores momentos esportivos pode oferecer uma pausa breve e agradável, proporcionando uma rápida atualização mental sem o comprometimento de tempo de assistir a um evento completo.
A demanda por conteúdo esportivo curto e envolvente abre novos caminhos de carreira na criação de conteúdo digital, edição e gerenciamento de mídias sociais. Conteúdo esportivo centrado em highlights pode atrair novos patrocinadores e anunciantes que buscam capitalizar o potencial viral desses momentos, injetando novos fluxos de receita no setor esportivo.
À medida que nos encontramos na encruzilhada da tradição e da inovação, a evolução dos esportes em experiências centradas em destaques reflete mudanças culturais mais amplas em direção à gratificação instantânea. A Disruptive Play convida sua comunidade a se envolver nessa conversa, ponderando o futuro dos esportes como um desafio às normas tradicionais e uma oportunidade para criar novas formas de engajamento e expressão.
Este é um artigo original da Disruptive Play: Challenging Sports & Media Norms, escrito por Michael Cohen e traduzido pelo Sport Insider.
Notícias relacionadas
