À medida que a Copa do Mundo FIFA 2022 se aproxima cada vez mais, o Qatar luta contra o tempo para enfrentar uma série de desafios únicos associados ao evento. Além da queda de US$ 3 bilhões na estimativa do valor gerado pelo maior evento esportivo do mundo para a economia local – de US$ 20 bilhões para US$ 17 bilhões –, o país projeta que 1,2 milhão de pessoas viajarão para o país do Golfo, que tem uma população de pouco menos de 3 milhões. O problema é que o Qatar possui apenas 90.000 quartos de hotel na cidade anfitriã Doha, o que está forçando o país a tomar algumas medidas inusitadas para oferecer acomodações para tantos turistas.
Entre as medidas implementadas pelo Qatar para contornar os desafios da Copa do Mundo, está o aluguel de dois navios de cruzeiro de luxo, que podem acomodar cerca de 10.000 convidados. De acordo com o Front Office Sports, os quartos nos navios variam de US$ 179 a pelo menos US$ 800 por noite. Além disso, os organizadores do evento estão oferecendo barracas nas “aldeias de fãs” no deserto, por mais de US$ 200 por noite, e a Qatar Airways e outras companhias aéreas estão oferecendo mais de 180 voos de Doha para cidades próximas.
Além das dificuldades econômicas e estruturais, ainda há o risco de um choque cultural extremo. O enorme fluxo de turistas chegará à Copa do Mundo com normas culturais muito diferentes das que os moradores locais estão acostumados. No Qatar, as pessoas são obrigadas a ficarem cobertas dos ombros aos joelhos em muitos espaços públicos, demonstrações públicas de afeto são desaprovadas e a homossexualidade é ilegal. A venda de álcool também é proibida em grande parte do país, mas os organizadores estão considerando a venda dentro de estádios de futebol e afirmaram que os torcedores poderão beber em áreas designadas.
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