Confut Sudamericana 2023: um resumo do terceiro dia de evento

A importância do uso de dados, a influência das redes sociais no futebol e o modelo de gestão de SAF foram temas no último dia de evento


Por Redação

14 de julho de 2023

Confut Sudamericana 2023: um resumo do terceiro dia de evento

A Confut Sudamericana (Conferência de Futebol Sudamericana), evento sobre geração de negócios, networking e exposição de conteúdos que reúne alguns dos principais nomes da indústria do futebol da América do Sul, teve início na última quarta-feira (12) e se estendeu até esta sexta-feira (14), no Hilton Barra, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio de Janeiro). A programação do evento abordou as principais tendências, desafios e oportunidades do mercado esportivo e, portanto, o Sport Insider esteve presentes em todos os dias da Confut Sudamericana para acompanhar e informar seus leitores sobre um dos principais eventos do esporte sul-americano.

Nesta sexta (14), dia de encerramento da Confut Sudamericana 2023, diversos temas foram debatidos por importantes players do mercado esportivo da América do Sul. Entre os assuntos abordados no último dia da Confut, estão a importância dos dados na prospecção de jogadores e na inteligência de mercado, a influência das redes sociais no futebol e o modelo de gestão de SAF vigente no Brasil. Confira abaixo mais informações sobre o último dia da Confut Sudamericana 2023:

Uso de dados e a inteligência de mercado no futebol

Em uma das primeiras palestras do dia, o head scout do Botafogo, Alessandro Brito, o CEO da Footure, Eduardo Dias, o vice-presidente da Orreco, Nick Sprague, e o gerente de desenvolvimento de negócios da SkillCorner, Pedro Nogueira, conversaram sobre a importância do uso de dados na prospecção de jogadores e na inteligência de mercado. Os palestrantes abordaram como os dados auxiliam no entendimento do jogo, mas sozinhos não dizem nada sobre o futebol, sendo necessária uma análise aprofundada.

“O Botafogo utiliza plataformas compartilhadas da holding do John Textor. Utilizamos mecanismos do Crystal Palace, do Lyon, entre outros. Ajuda bastante para a gente ser mais preciso”, afirmou o head scout do Botafogo. “Não existe receita de bolo para ter sucesso no projeto. Os dados, dentro do futebol, auxiliam na tomada de decisão. O nosso papel é o centro de informação. Dar informação pro técnico, dono do clube, pro executivo. Nosso departamento é dar os dados e eles saberem utilizar dentro da realidade.”

A influência das redes sociais no futebol

Em uma roda de conversa composta pelo CEO da sqill, Afonso Coimbra, a repórter da TNT Sports, Aline Nastari, a psicóloga da categoria de base do Flamengo, Carol Muniz, e a assessora de imprensa do Vasco da Gama, Sarah Borborema, o tema debatido foi como a influência das redes sociais podem prejudicar a vida de um atleta, afetando a autoestima e amplificando os problemas. “O jogador de alto rendimento já tem uma cobrança muito forte. E redes sociais influenciam completamente. A gente precisa entender a crença deles, o jeito deles… cada um tem um jeito”, afirmou Carol Muniz.

Por outro lado, há um lado positivo nas redes sociais de dinamizar a informação, facilitar o acesso e também humanizar o jogador. “Redes sociais possibilitam os atletas a se tornarem uma marca. Antigamente tinha Beckham, Jordan, mas era muito difícil jogadores construírem seus próprias marcas. Mas redes sociais possibilitaram essa mudança”, ressaltou Afonso Coimbra.

Coimbra ainda ressaltou que os clubes brasileiros podem aproveitar ainda mais a era das redes sociais, buscando uma adaptação maior a esse novo momento. “Os clubes esportivos não são mais apenas clubes de futebol, são marcas de entretenimento e mídia. Os clubes não estão formatados para gerar conteúdo de qualidade na semana. Ainda precisam melhorar. A estrutura de antigamente não atende às necessidades.”

Modelo de gestão de SAF no Brasil

Os CEOs de quatro das principais SAFs do Brasil se reuniram para conversar sobre como SAFs estão atuando no Brasil. O CEO do Botafogo, Thairo Arruda, o CEO do Cruzeiro, Gabriel Lima, o CEO do Coritiba, Carlos Amodeo, e o CEO do Vasco da Gama, Luiz Mello, debateram sobre os modelos de SAF definidos, as dificuldades impostas pelas dívidas antigas e as estratégias traçadas a médio e longo prazo. Assim como as dificuldades fiscais e financeiras ainda enfrentadas pelo fato do modelo de SAF ser novo no Brasil, apesar dele estar se consolidando cada vez mais.

“Assumimos 1 bilhão de passivo. O Botafogo estava dentro do Regime Centralizado de Execuções (RCE). É fácil fazer acordo com os credores, difícil é pagar. Antes era muito difícil de pagar”, salientou o CEO do atual líder do campeonato brasileiro. “Hoje temos um novo acordo, conseguimos recuperação judicial e a gente consegue dar mais tranquilidade para trabalhar. Ano passado não havia como pensar em nada além do que arrumar a casa. Hoje, em 2023, temos uma equipe de trabalho qualificada e temos um ano de crescimento.”

Em um momento extremamente oposto, o CEO do Vasco da Gama também falou um pouco sobre o modelo de SAF do clube carioca, que está na sua pior campanha da história do Brasileirão. “Fui o primeiro CEO da SAF do Vasco. Estou em um dos maiores clubes do Brasil, é muito fácil falar… a torcida quer o Cavani, quer o James Rodríguez, mas temos mudado muitos processos”, ressaltou Mello. “O Vasco já pagou mais de 40M no RCE, cumprimos acordo com ídolos do clube, mas ainda precisamos de investimento externo.”

Para saber mais sobre o dia de abertura da Confut Sudamericana 2023, acesse aqui. Para ler sobre o segundo dia de evento e os vencedores do Prêmio Confut SafePlay Seguros 2023, acesse aqui.

Cobertura in loco por João Pedro Farah; edição e supervisão por Guilherme Calafate.