Confut Sudamericana 2023: um resumo do primeiro dia de evento

O impacto da inovação e da tecnologia no mercado esportivo foi um dos principais temas do primeiro dia da Confut Sudamericana 2023


Por Redação

12 de julho de 2023

A Confut Sudamericana (Conferência de Futebol Sudamericana), evento sobre geração de negócios, networking e exposição de conteúdos que reúne alguns dos principais nomes da indústria do futebol da América do Sul, teve início nesta quarta-feira (12) e se estenderá até sexta-feira (14), no Hilton Barra, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio de Janeiro). A programação do evento aborda as principais tendências, desafios e oportunidades do mercado esportivo e, portanto, o Sport Insider estará presentes em todos os dias da Confut Sudamericana para acompanhar e informar seus leitores sobre um dos principais eventos do esporte sul-americano.

Nesta quarta (12), dia de abertura da Confut Sudamericana 2023, diversos temas foram debatidos por importantes players do mercado esportivo da América do Sul. Entre os assuntos abordados no dia inaugural da Confut, estão a inovação e a tecnologia no mercado esportivo, a relação entre conteúdos esportivos, entretenimento e a era digital, as leis de incentivo ao futebol e como a realidade virtual oferece alto impacto para o universo do torcedor. Confira abaixo mais informações sobre o primeiro dia da Confut Sudamericana 2023:

Leis de incentivo ao futebol

Na abertura do evento, o secretário estadual de Esporte e Lazer do Estado do Rio de Janeiro, Rafael Picciani, e o CEO dos Eventos Confut, Arthur Lobo, conversaram sobre como a Lei de Incentivo ao Esporte auxilia no crescimento do futebol e do esporte no Rio de Janeiro, assim como o avanço de outras modalidades no Estado. Picciani destacou a importância do Rio de Janeiro para o universo desportivo, como cidade-sede de uma final de olimpíada e duas finais de Copa do Mundo, além de valorizar o Rio como sede da final da Libertadores de 2023.

Segundo secretário de Esporte e Lazer, a Lei de Incentivo ao Esporte democratiza ainda mais os eventos esportivos no Estado e ajuda a movimentar a grande rede hoteleira existente no Rio de Janeiro. “A lei de incentivo democratiza os eventos esportes, não apenas no Maracanã, mas permitindo que leve a todos os 650km de litoral, montanha, Rios e corredeiras”, afirmou. Ele ressaltou ainda a possibilidade de pessoas físicas e jurídicas também poderem se beneficiar por meio da lei.

Além disso, o destacou a importância social das empresas aproveitarem a Lei, visto que há um retorno grande para os cidadãos e, ainda, uma contrapartida fiscal. “A Lei de Incentivo ao Esporte dá um retorno tangível, economicamente e financeiramente, mas é a geração da contrapartida social. O Rio de Janeiro ajuda a sociedade e investe os impostos de forma consciente”, ressaltou Picciani, que citou os casos de Vasco e Flamengo como equipes grandes do Rio que aproveitam o mecanismo, com projetos como o “craque do amanhã”, que fomenta o futebol em áreas mais carentes e é baseado na Lei de Incentivo.

Inovação, tecnologia e esporte

As palestras seguintes abordaram principalmente a importância da inovação e da tecnologia para a solução de problemas e para potencializar o esporte, em especial o futebol. De acordo com os palestrantes Ivan Braz, CEO da startup portuguesa Splink, e Sebastián Acevedo, diretor de cultura no laboratório de inovação esportiva SportsCoLab, a tecnologia auxilia na aproximação do torcedor com o seu time do coração.

Como exemplo disso, Ivan Braz citou a escassez das lojas físicas – e online – de clubes cariocas em Portugal. Para ele, a tecnologia e a criação de lojas online poderia reaproximar brasileiros no exterior e expandir o público alcançado por esses times. “Não dá para comprar uma camisa de time brasileiro em Portugal. Não apenas pela questão fiscal, mas os times brasileiros não tem essa percepção. Há muitos brasileiros vivendo em Portugal, então deveriam criar uma loja para pessoas comprarem”, afirmou Braz.

Já Vitor Principe, gerente da Sports Analytics da RED Innovations, abordou como a inovação transforma o futebol e avança a cada ano para a potencialização do esporte, assim como a análise de dados possibilitam entender melhor o torcedor e trazem valor ao fã. Principe destacou como a tecnologia no futebol pode ajudar a traçar um perfil psicológico mais definido de cada torcedor e, assim, entender mais a paixão dele pelo clube do coração. “Estudamos também a essência do torcedor. O perfil dele. Qual o nível de engajamento dele, o perfil psicográfico, mas queremos entender esse torcedor mais afundo”, ressaltou.

Conteúdos esportivos, entretenimento e era digital

Os palestrantes Cahê Mota, repórter do SporTV, Edu Paulsen, country manager da Minute Media, Renato Ribeiro, diretor de esporte do Grupo Globo, e Victor Machado, head de parcerias esportivas do YouTube no Brasil, conversaram sobre a dificuldade de produção de conteúdo nos mercados digitais/streaming e na captação da atenção do consumidor, diante da grande concorrência neste mercado. Por outro lado, todos eles afirmaram que as plataformas, sejam de streaming ou do meio tradicional, atuam interligadas atualmente.

“O maior desafio para a gente é se comunicar e saber para quem estamos falando e no momento diferente. A produção para o digital é completamente diferente do que a produção para a TV”, ressaltou Renato Ribeiro. “Muito difícil captar a atenção em um mundo fragmentado. A Globo tem investido fortemente no digital, mas não queremos perder a credibilidade no jornalismo esportivo.”

Na palestra seguinte, Luiz Corrêa, CEO da Smart Fans, startup especializada em soluções de engajamento e monetização no universo virtual, abordou como a realidade virtual aprimora a relação do torcedor com o futebol e o seu clube do coração. Corrêa afirmou que a realidade virtual tem o poder de democratizar o público e citou a frequência de apenas 1% dos torcedores nos estádios, muito em função dos altos valores no preço do ingresso.

Ele ressaltou que a realidade virtual, ainda que pouco desenvolvida no Brasil, já ajuda no envolvimento do torcedor. “Como a experiência virtual é pouca, quando se oferece muito pouco você começa a entender um pouco mais o torcedor no ambiente”, afirmou o CEO da Smart Fans, que mencionou exemplos práticos como tours virtuais dos estádios ou centro de treinamentos dos clubes.

Cobertura in loco por João Pedro Farah; edição e supervisão por Guilherme Calafate.