Como a IA está redefinindo a criação de conteúdo esportivo

Em um mundo onde os fãs consomem mais conteúdo esportivo do que nunca, as organizações precisam se reinventar para atender a essa demanda crescente. Segundo um estudo da marca de calçados Saucony, o adulto médio rola o equivalente a três maratonas por ano nas redes sociais, um reflexo da busca constante por conteúdo dinâmico e envolvente. Nesse cenário, clubes, ligas e organizações esportivas têm recorrido à tecnologia de inteligência artificial (IA) para transformar a maneira como criam, organizam e distribuem conteúdo.

Aqui estão dois exemplos de como a tecnologia de IA está revolucionando a produção de conteúdo esportivo, permitindo que momentos históricos e narrativas em torno dos jogos sejam aproveitados como nunca antes.

Borussia Dortmund: revivendo a história para conquistar novas gerações

No passado, imagens de jogos antigos frequentemente ficavam esquecidas em arquivos físicos. Hoje, com soluções alimentadas por IA, é possível acessar e reutilizar instantaneamente qualquer momento histórico. Essas ferramentas automatizam a criação de vídeos, a marcação de metadados e a catalogação em bibliotecas pesquisáveis, otimizando os processos de produção de conteúdo.

O Borussia Dortmund abraçou essa inovação como parte de sua estratégia para engajar seus mais de 20 milhões de seguidores no Instagram e outros milhões nas redes sociais. Um exemplo marcante foi o uso de imagens de uma partida histórica contra o Real Madrid no estádio Santiago Bernabéu, onde Marco Reus marcou dois gols memoráveis. O clube utilizou esse clipe para criar expectativa para um confronto futuro entre as equipes, ao mesmo tempo em que educava os fãs mais jovens sobre a rica história do Dortmund.

Essa abordagem não apenas reforça a conexão emocional dos torcedores com o clube, mas também posiciona o Borussia Dortmund como um exemplo de inovação no uso de tecnologias para revitalizar o passado.

Ligue 1: contando a história completa além das quatro linhas

Enquanto a cobertura tradicional do esporte se concentrava na ação ao vivo, os fãs de hoje querem mais. Eles buscam histórias que os aproximem de seus jogadores e times favoritos, incluindo momentos fora do campo, como entrevistas, bastidores e eventos pré e pós-jogo.

A Ligue 1 adotou a IA para atender a essa demanda, criando conteúdos que vão além do jogo. Um destaque foi uma entrevista de dez minutos com Dante, capitão do Nice, conduzida no vestiário. No vídeo, o jogador compartilha sua trajetória, a experiência como capitão e reflexões sobre a temporada, tudo em seu segundo idioma.

Essa iniciativa não só humaniza o esporte, mas também reforça a identidade única da Ligue 1, que vive seu slogan “Futebol. Mas francês.”

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Por que a IA É o futuro do conteúdo esportivo

Com milhares de horas de filmagens disponíveis, clubes e ligas enfrentam o desafio de capturar e organizar conteúdo de forma eficaz. Soluções de IA, como a plataforma Around the Game da WSC Sports, permitem que as organizações criem um banco infinito de conteúdo para entregar aos fãs, garantindo que nenhum momento emocionante seja perdido.

Além disso, a tecnologia facilita a personalização do conteúdo para diferentes públicos e plataformas, permitindo que cada torcedor tenha acesso à experiência que mais ressoa com seu interesse.

A adoção da inteligência artificial por organizações esportivas não apenas transformou a forma como criam conteúdos, mas também tornou mais eficiente a monetização dessas produções. Um estudo recente da Stats Perform revelou que empresas que já incorporaram a IA em suas operações são três vezes mais propensas a encontrar facilidade na comercialização de seus conteúdos em comparação com aquelas que ainda não investiram na tecnologia.

A pesquisa, que entrevistou mais de 700 executivos de mídia esportiva de empresas renomadas como NBC, ESPN e City Football Group, destacou que 40% dos patrocinadores, marcas e agências já percebem a IA como uma ferramenta crucial para alcançar o público de maneira mais eficaz. Entre os setores que mais se beneficiam da tecnologia estão as plataformas digitais (35%) e de apostas esportivas (33%).

Automação, personalização e análise avançada

Entre os principais benefícios citados pelos entrevistados, a automação lidera com 67%, seguida pela análise de relatórios (60%) e pela personalização das experiências dos fãs (39%). Essas ferramentas não apenas otimizam processos internos, mas também permitem que as organizações esportivas ofereçam conteúdo sob medida, atendendo às expectativas de públicos cada vez mais segmentados.

Em entrevista ao portal SportsPro, Steve Xeller, diretor de receitas da Stats Perform, reforçou a importância dessa tendência: “Conexões mais profundas com os fãs, impulsionadas por IA, inovação e colaboração interdepartamental, serão determinantes para o sucesso de organizações esportivas em um ambiente cada vez mais fragmentado.”

Foco no futuro

Além de facilitar a monetização, o futuro da IA no esporte também está atrelado a três pilares principais: personalização, automação e storytelling. Até 2025, a expectativa é que essas áreas recebam atenção especial, ajudando ligas, clubes e patrocinadores a se adaptarem às demandas de um mercado que exige conteúdos mais dinâmicos e envolventes.

A adoção de tecnologias de IA pelas organizações esportivas não é apenas uma resposta à demanda crescente por conteúdo, mas também uma oportunidade de fortalecer a conexão com os fãs. Seja revivendo momentos históricos, como o Borussia Dortmund, ou criando narrativas imersivas, como a Ligue 1, essas inovações estão redefinindo a forma como consumimos esportes.

À medida que o mercado evolui, a capacidade de capturar e contar histórias autênticas e emocionantes será cada vez mais essencial para engajar o público em um mundo onde cada rolagem de tela conta. Com isso, a IA não apenas redefine o conteúdo esportivo, mas também molda um novo ecossistema de engajamento e receita, onde a inovação se torna indispensável para conectar marcas, times e fãs de forma mais integrada e impactante.