O Australian Open (AO) 2023 teve início no dia 8 de janeiro para os tenistas que não conseguiram se classificar e buscam uma chance por meio das qualificatórias. Entretanto, para os 104 jogadores do top mundial e para os que conseguiram o wild card, o torneio se iniciará na próxima segunda-feira, 16 de janeiro, já na fase das eliminatórias. Os tenistas que chegarem à final encerrarão o torneio no dia 28 ou 29, a depender da categoria: feminina ou masculina, respectivamente.
Para os fãs brasileiros que quiserem assistir ao torneio, os jogos serão transmitidos na TV fechada pela ESPN, além de serem disponibilizados ao vivo no streaming Star+ para seus assinantes. Confira abaixo um pouco mais sobre este torneio tão importante para o tênis, seu funcionamento e diversas informações interessantes, como o chaveamento de 2023, o valor da premiação, vencedores passados e parcerias.
O que é o Australian Open?
O Australia Open é o primeiro dos quatro torneios anuais mais importantes no mundo do tênis, intitulados de Grand Slams. Além do Australia Open, são considerados como Grand Slams o Roland Garros, o Wimbledon e também o US Open. Esses campeonatos são tão aclamados pois têm uma maior duração, fornecendo mais pontos para o ranking mundial e oferecendo uma melhor premiação em comparação com outros torneios de tênis. Cada um dos Grand Slams ocorre sob condições e em lugares distintos. O Australia Open, que conta com a participação de 129 tenistas, é disputado no mês de janeiro na cidade de Melbourne, na Austrália, e o tipo de quadra em que o campeonato ocorre é um dos mais conhecidos: o de piso rápido.
A competição é dividida por categorias masculina e feminina, tendo tanto a modalidade dos jogadores solo como em duplas. Além disso, também há duplas misturando os gêneros. A premiação varia de categoria para categoria, tendo a competição solo os maiores valores em disputa.
Os ingressos para o torneio deste ano já esgotaram em todas as categorias, porém variavam de R$80 à R$ 95 mil reais. O ticket mais barato dava acesso apenas para o complexo esportivo em que acontece o AO, já o mais caro é referente à final masculina, em que a entrada mais barata era cerca de R$ 2.000 e a mais próxima à quadra beirava R$ 95 mil.
O complexo do evento
Neste ano, o diretor do torneio Craig Tiley espera bater o recorde de fãs no complexo, obtendo cerca de 900.000 pessoas durante as três semanas que o evento ocorre. Dentro do conglomerado, há diversos outros pequenos eventos ocorrendo, como bares temáticos, clubes para todas as idades – nos quais as pessoas podem jogar – e um dia feito especialmente para as crianças aprenderem mais sobre o esporte. Além disso, há espaço dos patrocinadores, como o da Emirates, que contará com pequenas atividades aéreas, toboáguas e pequenas redes para as crianças se divertirem.
Ademais, haverá uma variabilidade de eventos em prol da igualdade e sustentabilidade. Como o AO Pride Day, o AO First Nations Day e o AO All Abilities Day, abraçando a comunidade LGBTQIAP+, a cultura Indígena (com comidas e artes culturais) e deficientes. Além de torneios para cadeirantes e um espaço para o Glam Slam presented by Ralph Lauren, que é o maior torneio amador do mundo para pessoas LGBTQIAP+.
Impacto do Australian Open
Entre 2021 e 2022, o Australian Open gerou cerca de US$282.3 milhões de dólares (aproximadamente 1,45 milhões de reais). Nos últimos 10 anos, o Grand Slam já contribuiu com mais de US$ 2 bilhões de dólares (cerca de 10,32 milhões de reais) para a economia local. Em 2022, as transmissões tiveram um pico de 4.261 milhões de telespectadores em um total de 101.072 horas assistidas em todo o torneio, com um aumento de 9% comparado ao ano anterior. No mesmo ano, tanto as finais femininas solo e as finais masculinas em dupla apresentaram recordes de audiência em suas categorias, tendo 3.835 milhões e 2.482 milhões de telespectadores, respectivamente. Além disso, as finais solo masculinas foram as mais vistas dos últimos cinco anos, com cerca de 2.333 milhões de espectadores.
Parcerias do Australian Open 2023
Em 2022, diversas empresas, como Kia, Samsung e Uber Eats, tiveram parcerias com o torneio. Já para 2023, o Australian Open fechou com diversas empresas, tendo a empresa automobilística KIA como patrocínio Master, com a qual possui uma parceria desde 2002 e renovou o contrato de US$ 107 milhões (R$ 552 milhões) até 2028. Além disso, o torneio tem parceiros associados como a marca de relógios Rolex, a destilaria chinesa Luzhou Lao Jiao e a empresa de aviação Emirates. Por último, há as parcerias simples, com empresas como Mastercard, Polo, Life-Space e diversas outras instituições.
Acordos de mídia
Devido à pandemia do Coronavírus, o AO apresentou uma perda de aproximadamente US$100 milhões entre 2020 e 2021, por causa de restrições e atletas em quarentena. Após esse período conturbado, em 2023, a Tennis Australia, órgão regulador de Tênis na Austrália, fechou um acordo multimilionário com o canal de televisão australiano Nine Network, que começa em 2025 e finaliza em 2029. O valor acordado foi de US$ 425 milhões de dólares (R$ 2,19 bilhões de reais) e também possui outras condições que podem aumentar ainda mais a renda. Dessa forma, a Nine terá os direitos televisivos não só do Australian Open, mas também de outros diversos torneios menores até 2029.
Chaveamento desta edição
Após o término dos jogos qualificatórios do AO, o sorteio para montar a chave do torneio foi realizado no dia 12 de janeiro. A relação oficial dos cabeças de chave já havia sido divulgada no dia anterior, considerando os rankings da ATP e WTA para a escolha.
Na categoria simples masculina, o tenista selecionado como cabeça de chave número 1 foi o atual campeão Rafael Nadal (2º lugar no ranking da ATP). Como cabeça de chave número 2, ou seja, na outra ponta, de forma que só poderá enfrentar Nadal numa possível final, está Casper Ruud (3º no ranking). Já os cabeças de chave 3 e 4 são Stefano Tsitsipas e Novak Djokovic, que também só poderiam entrar em confronto no jogo final. Um importante cabeça de chave que ficou de fora foi o número 1 do ranking do ATP, Carlos Alcaraz, que seria o cabeça principal ao invés de Nadal, mas ele não participará do Grand Slam devido a uma lesão no tornozelo.
Na categoria feminina, a cabeça de chave principal é a número 1 da WTA (Women’s Tennis Association), Iga Swiatek. Na outra ponta da chave está Ons Jabeur (2º lugar na WTA), e assim como acontece na categoria masculina, só se enfrentarão caso ambas cheguem à final. Jessica Pegula (3º lugar na WTA) e Caroline Garcia (4º lugar na WTA) são as cabeças de chave número 3 e 4, respectivamente.
Premiação
O valor de premiação deste torneio é um dos mais significativos entre os Grand Slams, e, neste ano, o valor ainda aumentou em 3,4%. A premiação de 2023 terá o valor recorde de 76,5 milhões de dólares australianos (aproximadamente 274 milhões de reais) distribuídos tanto para os campeões, quanto para os eliminados como bonificação. Com esse aumento, os vencedores da categoria simples, tanto masculina quanto feminina, receberão cada um o valor de 2,975 milhões de dólares australianos (10,7 milhões de reais). A bonificação aos eliminados também sofreu um aumento de 3,2% e, dessa forma, aqueles que caírem na primeira rodada, por exemplo, receberão o valor de 106.250 mil dólares australianos (380.620 mil reais). De 2001 até 2023, a premiação aumentou cerca de 209%. Confira abaixo todos os valores de premiação do Australian Open 2023:
Simples
Duplas
Duplas Mistas
Vencedores passados
Analisando os últimos 20 anos, na categoria feminina, é possível ver uma predominância da tenista norte-americana Serena Williams, que conquistou 7 vezes o torneio. Com exceção de Williams, há uma grande variabilidade de vencedoras, com Victoria Azarenka e Naomi Osaka vencendo duas vezes, e outras demais conquistando apenas uma vez.
Já na categoria masculina, há um grande domínio entre os três atletas mais vencedores dos últimos tempos. Novak Djokovic, Roger Federer e Rafael Nadal conquistaram o Australian Open 17 vezes nos últimos 20 anos. O sérvio Djokovic empilhou nove troféus, o suíço Federer seis e o espanhol Nadal somente dois. Nesse período, apenas outros três atletas foram capazes de vencer o torneio: o também suíço Stanislas Wawrinka, em 2014, o russo Marat Safin, em 2005, e o norte-americano Andre Agassi, em 2003.
Vale ressaltar que a disputa de títulos de Grand Slams, contabilizando os quatro torneios, é mais acirrada ainda entre os três tenistas mundialmente famosos. Até o início de 2020, Federer liderava o ranking com 20 vitórias em Grand Slams, mas, nesses últimos 3 anos, Nadal e Djokovic o ultrapassaram, de forma que o sérvio tem atualmente 21 vitórias, e o espanhol, ocupando o 1º lugar, possui 22.
Por Juliana Domingues e Rennan Bianchi