World Sevens Football: a nova liga feminina de futebol de sete

A nova liga global reflete o crescente interesse de investidores no futebol feminino e promete revolucionar a modalidade


Por Guilherme Calafate

29 de março de 2025

O futebol feminino está prestes a entrar em uma nova era com o lançamento da World Sevens Football (W7F), uma série global de torneios de futebol de sete jogadoras. O primeiro evento está marcado para ocorrer em Portugal, entre os dias 21 e 23 de maio, e faz parte de um investimento de US$ 100 milhões destinado à competição ao longo dos próximos cinco anos.

A iniciativa conta com apoio financeiro de Jennifer Mackesy, co-proprietária do NJ/NY Gotham FC, e do empreendedor Justin Fishkin. Com transmissão garantida pela plataforma DAZN e um prêmio total de US$ 5 milhões por torneio, a W7F promete elevar o futebol feminino a um novo patamar.

Formato inovador e expansão global

A W7F será composta por torneios convidativos realizados ao redor do mundo, trazendo equipes de elite para competir em partidas dinâmicas, com dois tempos de 15 minutos. A primeira edição acontecerá no Estádio António Coimbra da Mota, em Estoril, Portugal, onde uma estrutura específica será montada para os jogos.

O evento será realizado logo antes da final da UEFA Women’s Champions League, o que impede a participação das finalistas. No entanto, clubes de renome da National Women’s Soccer League (NWSL) e Women’s Super League (WSL) já demonstraram interesse na competição. Bayern de Munique e Angel City estão entre os nomes mais cotados para participar da primeira etapa do torneio.

A competição terá um formato itinerante, com novos torneios sendo realizados em diferentes continentes, como América do Norte, Europa e Ásia. Os organizadores pretendem aumentar a frequência das competições a partir de 2025.

Apoio de jogadoras e liderança estratégica

A liga será guiada por um conselho consultivo de jogadoras, incluindo nomes de peso como Tobin Heath, Anita Asante, Laura Georges, Kelley O’Hara e Caroline Seger. Aly Wagner, ex-jogadora da seleção dos Estados Unidos e cofundadora do Bay FC, atuará como chefe de estratégia da W7F.

Wagner destaca o potencial inovador da competição: “Esse é um momento crucial para o futebol feminino. O formato sete contra sete é intenso, repleto de duelos individuais e gols, tudo o que as jogadoras e os fãs adoram. Além disso, garantiremos um tratamento de primeira classe para as atletas desde o momento em que desembarcarem”.

Impacto e controvérsias

Apesar do entusiasmo, algumas questões foram levantadas sobre o impacto da W7F no futebol feminino. A liga operará sem o aval de entidades como FIFA e UEFA, uma vez que o futebol de sete não é uma modalidade codificada oficialmente. Além disso, preocupações com a carga de jogos das jogadoras surgiram, especialmente com a proximidade da Eurocopa Feminina de 2025.

Mesmo com esses desafios, a promessa de altos prêmios — US$ 2,5 milhões para a equipe campeã de cada torneio — e maior visibilidade pode tornar a W7F uma peça-chave na evolução do futebol feminino. Para contextos financeiros, um estudo recente da Fifa apontou que a receita média anual de um clube feminino de elite é de US$ 1,35 milhão, enquanto a média salarial das jogadoras está em torno de US$ 24 mil por ano.

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Futuro do futebol feminino

A criação da W7F reflete o crescente interesse de investidores no futebol feminino e o desejo de expandir sua base global. Com transmissão garantida, prêmios elevados e estrutura profissional, a liga pode representar um salto significativo na profissionalização e comercialização do esporte.

Se o modelo se consolidar, a W7F pode se tornar uma plataforma essencial para o crescimento do futebol feminino, proporcionando mais oportunidades e visibilidade para atletas ao redor do mundo. Agora, resta aguardar a primeira edição em maio e observar como a liga se desenvolverá nos próximos anos.

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