O cenário do futebol feminino nos Estados Unidos está prestes a ganhar uma nova dinâmica com o surgimento da USL Super League. Com as suas primeiras partidas oficiais disputadas neste mês, a nova liga promete oferecer uma nova opção no competitivo mercado do futebol feminino americano, rivalizando diretamente com a já consolidada National Women’s Soccer League (NWSL).
Se a USL Super League realmente conseguirá coexistir com sucesso com a NWSL é algo que somente o tempo vai poder responder, mas a recém-formada liga profissional de futebol feminino causou uma forte primeira impressão nos fãs e no mercado. Quase seis meses após receber a aprovação de “Division I” da Federação de Futebol dos EUA — a mesma designação da NWSL — a USL Super League, com oito equipes, teve início nos dias 17 e 18 de agosto com três jogos bem frequentados, marcados pela forte presença dos torcedores.
O Carolina Ascent lotou o seu estádio com um público de 10.553 para a sua vitória por 1 a 0 sobre o DC Power FC, no American Legion Memorial Stadium, em Charlotte. O Spokane Zephyr FC também lotou o One Spokane Stadium, que tem capacidade para 5.000 pessoas, para um empate de 1 a 1 contra o Fort Lauderdale United FC. Enquanto o Tampa Bay Sun FC fechou o fim de semana inaugural lotando o seu estádio Riverfront Stadium com 5.200 pessoas no domingo, para um empate de 1 a 1 contra o Dallas Trinity.
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Como surgiu a USL Super League?
A USL Super League faz parte do grupo United Soccer League (USL), conhecido por suas várias competições de futebol masculino e feminino nos Estados Unidos, incluindo a USL Championship e a USL League One. A nova liga foi concebida com o objetivo de expandir o acesso ao futebol feminino de alto nível e proporcionar mais oportunidades para jogadoras, técnicos e equipes.
Com um formato ambicioso e um compromisso com o desenvolvimento do esporte, a USL Super League pretende atrair novos clubes, investimentos e talentos, criando uma concorrência saudável com a NWSL. A liga planeja adotar uma abordagem regionalizada inicialmente, facilitando a viagem e a logística para as equipes, ao mesmo tempo em que expande a base de fãs ao longo do país.
Diferente da NWSL, que conta com clubes já bem estabelecidos e jogadoras renomadas mundialmente, a USL Super League aposta em uma estrutura de crescimento sustentável, incentivando a formação de novos clubes e o engajamento de comunidades locais.
USL x NWSL: coexistência ou rivalidade?
De acordo com o portal Front Office Sports, enquanto a USL Super League continuava seus preparativos para dar início aos jogos da liga, algumas conversas na indústria se concentraram na necessidade das ligas se unirem para formar uma única liga profissional de futebol feminino. Em um movimento semelhante à união da duas ligas de hóquei feminino norte-americanas concorrentes, que acabaram se fundindo para formar a Professional Women’s Hockey League.
Apesar dessa conversa e do crescimento meteórico da NWSL, a USL Super League seguiu adiante com seu próprio plano, chegando até mesmo a fechar um acordo recente de direitos de mídia com a Peacock. “Eu elogio a NWSL. Eles percorreram um longo caminho. Obviamente, eles estão indo muito bem. Agora, essa não é a única opção”, disse a presidente da USL Super League, Amanda Vandervort, ao podcast The Women’s Game. “Nosso objetivo é construir uma liga profissional de futebol feminino sustentável e de longo prazo, onde as jogadoras se destacam no mais alto nível, e isso apoia o desenvolvimento da nossa seleção nacional.”
A coexistência da USL Super League com a NWSL pode trazer tanto oportunidades quanto desafios. Em um cenário de sucesso, as duas ligas podem complementar uma à outra, ajudando a fortalecer o futebol feminino no país. A USL Super League pode focar em mercados e regiões que atualmente são pouco atendidos pela NWSL, atraindo novos públicos e incentivando a formação de novas equipes e talentos locais. Essa abordagem regionalizada pode não apenas diversificar o cenário esportivo, mas também criar uma base sólida para o crescimento sustentável do esporte.
No entanto, o sucesso dessa coexistência não é garantido. Um dos principais desafios será evitar a saturação do mercado, onde a disputa por audiência, patrocínios e talentos pode se tornar acirrada demais, prejudicando ambas as ligas. Se a USL Super League não conseguir atrair investimentos suficientes ou não tiver um plano sólido para garantir sua sustentabilidade financeira, existe o risco de não conseguir se firmar como uma liga competitiva e relevante.
Outro risco é a possível sobreposição de calendários, o que poderia dividir a atenção dos fãs e diluir o impacto das competições. Além disso, as jogadoras e treinadoras poderiam enfrentar dilemas na escolha entre ligas, especialmente se as condições financeiras e estruturais não forem claras ou favoráveis. A USL Super League precisará garantir que oferece algo distintivo e atraente, para evitar ser vista apenas como uma alternativa de segunda linha em relação à NWSL.
Olhando para o futuro
Se conseguir encontrar seu nicho e oferecer uma proposta de valor clara tanto para as jogadoras quanto para os fãs, a USL Super League tem o potencial de não apenas coexistir, mas também prosperar ao lado da NWSL. No entanto, o sucesso dependerá de uma execução cuidadosa, parcerias estratégicas e uma visão clara de longo prazo.
Fato é que, com a chegada da USL Super League, o futebol feminino nos EUA se prepara para uma nova era de crescimento e rivalidade. Os fãs podem esperar por mais emoção, competição de alto nível e, com sorte, um ambiente ainda mais inclusivo e promissor para as futuras gerações de jogadoras.
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