SIR #27: O Futebol no Nordeste

Nesta edição do #SIR, conversamos com o comentarista e acadêmico Irlan Simões sobre uma de suas grandes paixões: o futebol no Nordeste. Em meio a Copa do Nordeste, nos aprofundamos em entender mais o contexto da modalidade na região, os desafios de quem cresceu vendo a região marginalizada, o momento do futebol no Nordeste e as expectativas para o futuro próximo. Um papo rico, cheio de história e percepções de quem sempre viveu intensamente o esporte na região.


Por Daniel Endebo

13 de março de 2025

Copa do Nordeste Créditos: Nathalia Teixeira

Futebol nordestino em 2025: um panorama geral

2025 se iniciou como uma temporada especial para o futebol nordestino: a série A do Brasileirão contará com 5 times da região, recorde no campeonato de pontos corridos – e a primeira vez que contará com mais times do que a região Sul, por exemplo. Os representantes serão o Fortaleza Esporte Clube, destaque do torneio em 2024, o Esporte Clube Bahia S.A.F., que conquistou a tão sonhada vaga na Libertadores (e hoje enfrenta o Boston River-URU para garantir a presença na fase de grupos), o Esporte Clube Vitória, que arrancou na reta final para permanecer na 1ª divisão, além dos promovidos Sport Club do Recife e Ceará Sporting Club, que retornam à série A depois de algumas temporadas longe da elite.

Isso por si só já seria o bastante, mas há muito mais: Fortaleza e Bahia asseguraram presença internacional, o que não apenas ajuda nas receitas dos clubes e região, como no posicionamento de ambos dentro do continente: não faz muito tempo que o Fortaleza contratou Pol Fernandez, ex-capitão do tradicional Boca Juniors – já eliminado da Libertadores 2025 -, e que o Bahia venceu a concorrência pelo jovem Luciano Rodríguez, autor do gol do inédito título do Uruguai no último Mundial sub-20.

Depois de um Brasileiro de altos e baixos, o Vitória iniciou 2025 em grande estilo. É bem verdade que o rubro-negro foi eliminado da Copa do Brasil na segunda fase. Mas antes de perder para o Náutico, o clube ostentava uma sequência de 16 partidas invicto, incluindo um triunfo contra o Fortaleza na Copa do Nordeste e um empate fora de casa contra o arquirrival Bahia.

Dos clubes promovidos, o Sport não teve um início de ano tão promissor quanto o rubro-negro baiano, mas tem se saído bem no mercado: além de manter o português Pepa no comando, investiu cerca de 9 milhões de euros para trazer nomes como Rivera (Ex-Tijuana-MEX), Carlos Alberto (Ex-Botafogo), Atencio (Ex-Independiente-ARG), fora os portugueses Sérgio Oliveira, João Silva e Gonçalo Paciência, que vieram sem custos. O clube ainda garantiu em definitivo a permanência de Fabrício Domínguez, que esteve emprestado ao clube em 2024 e terminou a temporada como artilheiro da equipe na Série B. Lucas Lima, outro destaque da campanha, também fica em 2025.

Mais tímido no mercado, o Ceará também buscou reforços no mercado para uma temporada longa. Pedro Raul (Corinthians), Fernando Sobral (Cuiabá) e Keiller (Internacional) são alguns dos nomes mais conhecidos a integrar o Vovô em 2025.

Mas o que explica esse momento do futebol nordestino? Para entender o sucesso por trás desse movimento, é preciso mergulhar um pouco melhor no contexto.

A Copa do Nordeste

Fortaleza, atual campeão da Copa do Nordeste
A Copa do Nordeste está em sua 23ª edição. O Fortaleza defende seu título, de olho na liderança histórica de maior campeão, que pertence à dupla Ba-Vi, tetracampeã do torneio.

A “Lampions League”, como foi carinhosamente apelidada, é um exemplo de caminho de atratividade em comparação aos estaduais. Ativa ininterruptamente desde 2013, a Copa do Nordeste vem ganhando espaço na mídia, sinal do progresso dos times envolvidos, mas também do interesse pelo futebol da região.

Transmitido pelo Esporte Interativo até 2018, a competição está hoje distribuída entre TV aberta (SBT para o Nordeste), ESPN (TV fechada), Disney+ (Streaming) e OneFootball (aplicativo com cobertura completa, inclusive transmissão de jogos). No ano passado, a ESPN viu de perto o poder da competição, com aumentos de quase 30% de audiência em alguns jogos transmitidos.

Além do prestígio que a competição possui, é um caminho para classificar o clube para a próxima edição da Copa do Brasil e uma boa fonte de receita para os participantes, que podem levar mais de R$7 milhões em premiação, em caso de título, num total de mais de R$48 milhões a serem distribuídos. Um valor bem superior ao pago por estaduais tradicionais, como o do Rio de Janeiro.


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