Como todos já sabem, Lionel Messi, multicampeão e vencedor do prêmio Ballon D’Or de melhor jogador do mundo 6 vezes pelo Barcelona, assinou com o Paris Saint-Germain. O contrato milionário tem duração de dois anos, com uma opção de extensão para um terceiro.
A “novidade” é que a transação ficou marcada como a primeira contratação de jogador em que parte do bônus de boas-vindas foi pago em Fan Tokens do clube. Nesta quinta-feira (ontem), o PSG revelou que Messi recebeu uma grande quantidade de “$PSG Fan Tokens”.
“A inclusão de $PSG Fan Tokens no pacote de boas-vindas do jogador, instantaneamente conecta ele a milhões de fãs do Paris Saint-Germain ao redor do mundo. Essa ação ainda posiciona o Paris Saint-Germain como uma das franquias esportivas mais inovadoras e avant-garde do mundo.” — PSG
A chegada de Messi ao clube movimentou o valor do token de forma massiva, praticamente dobrando o seu valor. No início do mês de agosto, se encontrava em um patamar de R$120 e saltou para R$180 com o anúncio da saída do Barcelona. Após a apresentação oficial do argentino no PSG, o valor por token chegou a bater R$320.
Teoria da Agência
Essa teoria vem de um dos artigos mais citados pela academia de administração de empresas e base para o papel da firma e modelo de remuneração dos dias de hoje: “Theory of the Firm: Managerial Behavior, Agency Costs and Ownership Structure”, escrito em 1976 por Jensen e Meckling.
No artigo, os autores se referem aos acionistas, que são donos das firmas e se beneficiam de sua prosperidade, como principais. E o nome dado aos executivos, contratados pelos principais, é agentes.
A teoria diz que há um incentivo inerente por parte dos agentes de maximizar o benefício próprio, e não dos principais. Isso geraria o que é chamado de custo de agência, pois o propósito de uma firma deveria ser maximizar o retorno dos acionistas.
Em um sistema onde a remuneração dos executivos é baseada em ações da companhia, o foco passa a ser a maximização do benefício dos acionistas, uma vez que isso também maximiza o retorno próprio dos agentes.
O que isso tem a ver com a negociação do Messi para o PSG?
Pode-se entender que um dos principais meios de maximizar o retorno do clube sobre o investimento feito na contratação de Messi é vencer. Ser campeão não só da Ligue 1, mas também da Champions League, título que seria inédito para o PSG.
É claro que também pode-se assumir o mesmo para o jogador. No entanto, após 21 anos, 4 Champions Leagues, 6 Ballon D’Ors, além de outros 31 títulos com o Barcelona, o incentivo intrínseco de Lionel Messi é menor do que o de seu novo clube. Até porque o retorno marginal é muito menor para ele, que já é um dos maiores de todos os tempos.
O Paris Saint-Germain, ao oferecer “uma grande quantidade” de fan tokens do clube ao argentino, segundo a Teoria da Agência, aumenta o incentivo para que ele dê o seu melhor para o clube. Se o time vence, o token valoriza, e o Messi ganha em cima dessa valorização.
Quase 50 anos depois do surgimento da Teoria da Agência, podemos dizer: “o Messi é o agente e o PSG é o principal”.