Palmeiras fatura quase R$ 1 bilhão com venda de promessas

O Palmeiras nunca teve um bom histórico nas categorias de base. Enquanto os Meninos da Vila, os Garotos de Cotia e os Filhos do Terrão brilhavam pelos gramados de São Paulo, as Crias da Academia sempre ficavam para trás. Tanto que uma infame música, na qual mencionava o fato de o Verdão não ter Copinha, era entoada em todos os estádios rivais.

Mas, a partir de 2017, a situação começou a mudar de figura e o que veio a seguir foi uma profusão de títulos. Contando as categorias sub-17 e sub-20, o Palmeiras levantou 10 taças em um período de quatro anos. A única conquista que faltava era a Copa São Paulo de Futebol Júnior, que ainda perturbava o sono de muitos torcedores alviverdes.

A conquista da Copinha e o surgimento de uma nova estrela

No ano de 2022, todas as fichas estavam depositadas em Endrick, que, na época, tinha apenas 15 anos. Mesmo com a pouca idade, o atacante foi a sensação da Copinha e despertou o interesse do Real Madrid após marcar um gol de bicicleta de fora da área na partida contra o Oeste, pelas quartas de final.

Depois de um jogo duro contra o São Paulo nas semis, o Palmeiras trucidou o Santos na grande decisão: 4 a 0, incluindo um gol de Endrick, que foi escolhido como o melhor jogador da competição. Ainda no mesmo ano, as Crias da Academia conquistaram mais cinco títulos importantes, pondo um fim na máxima de que o Verdão não revela bons jogadores.

A profecia de João Paulo Sampaio

Durante uma entrevista para o Globo Esporte em 2022, João Paulo Sampaio, coordenador de base do Palmeiras, apelidou a categoria sub-17 de “Geração do Bilhão”. Os jogadores canhotos em questão que ele se referia eram o zagueiro Fellipe Jack, os meio-campistas Thalys e Luis Guilherme, e os atacantes Estevão e Endrick. E não, eles não são incompetentes. O primeiro a ser vendido foi Endrick, que, no fim de 2022, foi negociado ao Real Madrid por 60 milhões de euros (cerca de R$ 337 milhões).

No início deste ano, Fellipe Jack foi emprestado ao Como 1907, clube italiano que tem Thierry Henry e Cesc Fàbregas entre os acionistas minoritários. O Palmeiras recebeu R$ 1 milhão pelo empréstimo, com uma opção de compra fixada em R$ 10,6 milhões por 60% dos direitos do atleta.

Neste mês, o West Ham anunciou a contratação de Luis Guilherme, que pagará ao Verdão 30 milhões de euros (R$ 175 milhões), sendo €23 milhões (R$ 134 milhões) fixos e outros €7 milhões (R$ 41 milhões) em bônus, dependendo das metas esportivas a serem atingidas no novo clube. Já o próximo a sair é Estevão, que teve sua venda confirmada na semana passada (22).

A negociação renderá ao Palmeiras 61,5 milhões de euros, aproximando-se de R$ 360 milhões. Lembrando que a joia se apresentará aos Blues após o Super Mundial de Clubes da FIFA, que será disputado entre junho e julho do ano que vem, nos Estados Unidos. No time principal desde o fim de 2023, Estevão já marcou 4 gols e deu 3 assistências em 22 partidas.

Thalys deve ficar por mais tempo no Palmeiras

O único integrante da “Geração do Bilhão” que permanece na base é o meia Thalys. Ele está com 19 anos e vem despertando o interesse de clubes europeus. Inclusive, de acordo com o jornal espanhol As, o Palmeiras recebeu consultas da Juventus e do Manchester United pelo atleta, mas preferiu não abrir negociações. O clube entende que o atleta pode amadurecer mais e ser útil ao time de cima. Até porque ele é muito versátil, podendo jogar em todas as posições do meio para o ataque.

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