O futuro dos esportes ao vivo não é ao vivo?

Um novo modelo potencial para propriedade intelectual esportiva subdimensionada


Por Raphael Fernandes

11 de setembro de 2024

Parceria Editorial

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Créditos: Nathalia Teixeira

No cenário em evolução da transmissão esportiva, surge uma questão crucial: o futuro dos esportes ao vivo precisa necessariamente estar vinculado à transmissão em tempo real, ou há um espaço crescente para um modelo híbrido? Esse conceito envolve a transmissão do evento pela primeira vez, mas com a vantagem adicional de tempo para editar e criar uma narrativa mais envolvente.

Esse formato combina a espontaneidade e a autenticidade dos esportes ao vivo com a profundidade narrativa e a qualidade de produção de conteúdos pré-gravados. Além disso, permite que as emissoras tenham mais flexibilidade de incorporar segmentos editados, narrativas aprimoradas e elementos interativos, proporcionando uma experiência de visualização mais imersiva.

Narrativa aprimorada por meio do híbrido ao vivo

Lutadores da WWE se enfrentando no NXT.
Em algumas datas especiais, com o Natal, a WWE adota o modelo híbrido ao vivo (Créditos: WWE)

Na transmissão híbrida, o “ao vivo” vai além do streaming em tempo real. Ele oferece uma apresentação dinâmica em que a ação é intercalada com segmentos pré-gravados, como perfis de jogadores e mini documentários. Dessa forma, mantém a espontaneidade dos esportes, ao mesmo tempo que aprofunda o contexto.

A integração de minishows, como documentários curtos ou reportagens sobre o relacionamento entre jogadores, proporciona uma compreensão mais ampla do jogo e de seus protagonistas, intensificando o engajamento emocional do público. Esse formato permite explorar os momentos importantes do esporte, adicionando camadas de significado à ação ao vivo e enriquecendo a experiência do espectador.

Por conta disso, o conceito se torna mais interativo, oferecendo aos espectadores a possibilidade de escolher diferentes caminhos narrativos durante a transmissão, como seguir a perspectiva de um jogador específico ou alternar entre ângulos de câmera. Essa mudança pode proporcionar uma experiência de visualização mais rica e envolvente em comparação à transmissão esportiva tradicional, atraindo um público mais amplo.

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Para as emissoras esportivas, essa mudança abre novos caminhos para a criatividade e inovação, combinando o drama dos esportes ao vivo com a profundidade de um documentário. No entanto, suportar esse modelo híbrido exigiria avanços tecnológicos, incluindo ferramentas de edição sofisticadas e integração de dados em tempo real.

O mercado precisaria se adaptar a esse novo formato, o que pode gerar mudanças nas estratégias de publicidade, táticas de engajamento dos espectadores e até mesmo na programação e promoção de eventos esportivos. Isso porque o formato híbrido oferece oportunidades únicas de engajamento. Como o jogo já terá sido realizado, os narradores podem colaborar com atletas e criadores de conteúdo para promover o evento.

Paralelamente, os atletas podem compartilhar insights, bastidores ou destaques em suas redes sociais, gerando antecipação para a transmissão. Da mesma forma, os criadores de conteúdo podem gerar interesse por meio de prévias, previsões ou material exclusivo relacionado ao evento, aumentando ainda mais o engajamento do público.

Esportes ideais para transmissão híbrida: ligas emergentes e de nicho

Drones durante uma competição nos Estados Unidos.
O torneio de drones vêm ganhando cada vez mais popularidade nos Estados Unidos (Créditos: Drone DJ)

A transmissão híbrida ao vivo é especialmente promissora para ligas esportivas emergentes e de nicho, oferecendo vantagens em termos de engajamento do público e eficiência de custos. Exemplos disso incluem o PLL, Wrestling, Drone Racing, World Chase Tag, BIG3 e 3ICE, que podem se beneficiar desse modelo, exibindo seus esportes de maneira atraente, aprofundando o engajamento e atraindo novos fãs.

Esse formato pode ser mais econômico do que a produção tradicional de esportes ao vivo, gerando economias significativas. Além disso, novos caminhos para patrocínio e publicidade se abrem, permitindo estratégias de marketing mais direcionadas. As conexões emocionais mais fortes com o público podem impulsionar as vendas de produtos e serviços. Enquanto o valor agregado do formato híbrido pode justificar monetização via assinaturas ou pay-per-view, aumentando a lucratividade.


Este é um artigo original da Disruptive Play: Challenging Sports & Media Norms, escrito por Michael Cohen e traduzido pelo Sport Insider.

Sport Insider
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