As marcas esportivas presentes nas ligas mais valiosas do mundo

Em sua 10ª edição nesta temporada, o estudo anual sobre marcas esportivas elaborado pela Jambo Sport Business oferece uma análise completa sobre as marcas que vestem os clubes de futebol da primeira divisão dos 20 países mais relevantes para a modalidade – definidos pelas 20 ligas nacionais que, em 2014, tinham os elencos com maior valor de mercado.

Publicado no dia 12 de setembro, o estudo tem como base dados coletados até agosto deste ano. No caso das competições que se iniciam no meio do ano, foram considerados os campeonatos da temporada 2023/24. Ao todo, a análise se estendeu a 381 times e 63 marcas esportivas – considerando a Jordan como Nike e agrupando todas as marcas próprias em uma.

Distribuição das marcas esportivas

De acordo com o estudo, a marca alemã Adidas se manteve, pelo segundo ano consecutivo, como a marca esportiva com a maior distribuição percentual entre os 381 times, superando a rival norte-americana Nike na temporada 2023/24. Com 72 times, uma equipe a mais em relação à temporada anterior, a Adidas superou as 62 equipes da Nike, que permanece na 2ª colocação, mesmo tendo ficado com oito equipes a menos do que em 2022/23.

Distribuição Percentual (%):

Já a italiana Macron se afastou da 3ª posição do ranking – mantida pela Puma –, ao perder oito equipes e passar a dividir a 4ª posição com a Umbro, que aparece com um time a mais nesta edição e sobe duas posições. Na 6ª colocação vem a Kappa, seguida pela Joma, que até 2017/18 foi a 3ª marca do ranking. As marcas Castore, New Balance e Hummel completam a relação das Top 10 marcas esportivas.

Marcas entre os 30 clubes mais ricos do mundo 

A Jambo Sport Business também analisou a distribuição das marcas esportivas entre as 30 equipes que mais faturaram na temporada de 2021/22, com base no mais recente relatório Football Money League, produzido pela Deloitte.

Marcas esportivas entre as 30 equipes que mais faturaram:

Entre os fatos de maior destaque sobre o fornecimento esportivo dos 30 clubes mais ricos do mundo está a retomada da liderança pela Adidas nesta temporada, que havia sido tomada pela Nike em 2020/21. Além da ascensão da Castore, que apareceu no ranking pela primeira vez na temporada 2019/20 e já se isola na 3ª posição, ultrapassando a gigante alemã Puma.  

As três principais marcas esportivas: Adidas, Nike e Puma 

Na temporada 2023/24, o somatório das três principais marcas esportivas do mundo – Nike, Adidas e Puma – atingiu o índice participação mais baixo desde que o estudo é realizado. Após ter chegado ao nível mais baixo de participação na temporada 2018/19, com 45%, o somatório das três marcas globais até aumentou nas temporadas seguintes, mas voltou a cair em 2021/22 e, na atual temporada, chega ao seu percentual mais baixo. 

A participação dessas marcas globais na Europa atingiu 40,4%, enquanto na América do Sul as três somaram 22,1%. De acordo com o estudo, com exceção de 2014/15 – certamente influenciado pela Copa do Mundo da FIFA no Brasil –, o percentual delas no continente nunca ultrapassou os 30%.

Nos campeonatos inglês, mexicano, argentino e russo, o somatório de participação das três grandes teve o menor percentual na temporada atual. Sendo que, no caso da Rússia, a queda de participação tem relação com a guerra da Ucrânia. Apenas em dois campeonatos houve recorde de participação das três marcas: belga e romeno.

Quantidade de marcas por país 

Na temporada atual, o campeonato argentino se manteve como o torneio que abriga a maior diversidade de marcas esportivas, com dezessete marcas diferentes – superando as quinze marcas esportivas presentes na primeira divisão da Colômbia. Já o campeonato nacional da Rússia se manteve como o que conta com menos fornecedores de material esportivo (cinco).  

Ao todo, oito campeonatos registraram aumento na quantidade de marcas esportivas: Alemanha, Brasil, Colômbia, França e Inglaterra. Para efeito de análise, todas as marcas próprias foram agrupadas como uma única marca. Caso as marcas próprias fossem desmembradas, o número de marcas presentes na primeira divisão do campeonato brasileiro subiria para doze. 

Marcas esportivas no Brasil: tendência por marcas próprias 

O número de marcas esportivas brasileiras entre os clubes analisados se manteve o mesmo em relação a temporada passada, assim como o número de equipes por elas vestidas. Somente duas marcas brasileiras, Penalty e Volt, fornecem material esportivo para uma única equipe cada. O único clube brasileiro patrocinado por uma marca do país é o América-MG, que tem a Volt como fornecedora. 

No Brasil, quinze times são supridos por marcas estrangeiras e quatro por marcas próprias. Os clubes com marcas próprias são o Bahia (Esquadrão), Coritiba (1909), Fortaleza (Leão 1918) e Goiás (Gr33n). Segundo o estudo, essa quantidade de marcas próprias pode ser a explicação para o baixo número de marcas brasileiras.

A diminuição da presença de marcas próprias no campeonato brasileiro aconteceu devido aos rebaixamentos de Atlético Goianense, Ceará e Juventude, que não foram compensados pelo acesso do Bahia. Essa “dança das cadeiras” dos times que vestem marca própria na Série A pode ser indício de uma maior concentração desse tipo de suprimento em clubes com menor apelo nacional.

Em outras divisões do futebol brasileiro se nota um movimento bastante expressivo dos clubes na direção desse modelo. Na Série B são sete clubes, mesmo número da temporada passada. Os novos formatos de remuneração oferecidos pelas marcas tradicionais, assim como uma política mais restritiva de investimentos por partes destas, apontam que as marcas próprias tendem a crescer ainda mais no Brasil.

Marcas esportivas no Brasileirão 2023 

Uma das maiores provas desta tendência do fornecimento esportivo no Brasil é o fato de que, se todas as marcas próprias forem agrupadas como uma marca só, essa marca seria a segunda colocada no ranking do país. Confira abaixo o ranking completo com as marcas presentes nas três últimas edições da Série A do Brasileirão: 

As marcas esportivas com maior presença no Brasileirão 2023 são a Adidas e a Umbro – esta última mantém a liderança do ranking desde 2017/18. Não houve nenhuma troca de fornecedor nesta temporada, mas vale mencionar que o Botafogo, que ano passado jogou sem nenhuma marca, passou a ser suprido pela Reebok. Outra marca que volta a aparecer no campeonato brasileiro é a Kappa, ausente nas duas últimas temporadas.

Marcas esportivas nas seleções 

Em função da guerra na Ucrânia, algumas marcas saíram da Rússia, entre elas a Adidas que era a fornecedora da seleção. Substituída pela Jögel, marca local, a Adidas perdeu a liderança que dividia com a Nike na análise sobre fornecimento de seleções. Enquanto a Puma permaneceu sem nenhuma representante entre as seleções que embasam o estudo.

Diante da notável estabilidade deste mercado, que, até a temporada de 2022/23, ficou seis temporadas seguidas sem nenhuma alteração, o estudo aponta que “trata-se de um mercado onde as trocas são menos frequentes e a qualidade da equipe a ser vestida é um fator de relevada importância”. A Nike, por exemplo, vem mantendo o mesmo número de equipes desde 2014/15. 

Para conferir na íntegra o estudo da Jambo Sport Business sobre as marcas esportivas presentes nas ligas mais valiosas do mundo, acesse aqui.