Grand Slam Track: Michael Johnson planeja ‘revolucionar’ o atletismo com nova liga

Anúncio bombástico acontece duas semanas após a World Athletics confirmar a criação do Ultimate Championship


Por Raphael Fernandes

15 de julho de 2024

Uma arte com Michael Johnson, cirador do Grand Slam Track. Créditos: Nathalia Teixeira

Nesta semana, Michael Johnson anunciou uma nova liga de atletismo: o Grand Slam Track. Com quatro etapas anuais a partir de 2025 – incluindo duas nos Estados Unidos – o objetivo do torneio é manter o esporte no radar dos fãs durante todo o ano. Ao todo, serão 98 atletas que vão ser divididos em duas categorias: Racers e Challengers.

Os Racers são atletas de classe mundial que vão estar em todos os slams, além de receberem salários fixos. Já os Challengers serão contratados para cada etapa, com base nas performances recentes. Se o desempenho for positivo, o comitê do GST avaliará a possibilidade de uma promoção de categoria.

Até o momento, tivemos seis modalidades anunciadas: sprints curtos (100m + 200m), barreiras curtas (100m), sprints longos (200m + 400m), barreiras longas (400m), distância curta (800m + 1500m) e distância longa (3000m + 5000m). Lembrando que a classificação de cada modalidade será definida com base em um sistema de pontos, bem semelhante ao que a Fórmula 1 usava entre 2003 e 2009. O vencedor recebe 10 pontos, o segundo lugar oito pontos, e assim por diante até o oitavo lugar, que recebe apenas um ponto.

De acordo com o SportsPro+, o Grand Slam Track promete distribuir US$ 12 milhões em premiações, sendo US$ 100 mil destinados para os vencedores de cada slam. Por ser um valor alto, atletas de renome já estão de olho no torneio. Sydney McLaughlin-Levrone – recordista mundial dos 400 metros com barreiras – foi a primeira atleta a se juntar à liga. Nesta semana, também tivemos o anúncio de Josh Kerr, medalhista olímpico e campeão mundial dos 1500 metros.

Sydney McLaughlin-Levrone em ação.
Em Tóquio 2020, Levrone conquistou duas medalhas de ouro nos 400m (Créditos: Patrick Smith/Getty Images)

“Estamos empolgados em lançar essa nova plataforma para os melhores corredores do planeta neste esporte que todos amamos. Nossa equipe trabalhou incansavelmente para projetar e construir um produto que será amado pelos fãs e fornecerá oportunidades para nossos corredores que eles realmente merecem. Estamos revolucionando o cenário das pistas, permitindo que nosso esporte permaneça na vanguarda do mundo durante todo o ano”, revelou Johnson em um comunicado oficial.

Anúncio do Grand Slam Track acontece duas semanas após a criação do Ultimate Championship

Alison Dos Santos durante uma prova dos 400 metros com barreira. Atleta pode estar em breve no Grand Slam Track.
Evento é uma antiga promessa feita por Sebastian Coe de recompensar de forma mais generosa os atletas de topo (Créditos: Michael Steele/Getty Images)

Durante um comunicado para a imprensa, o presidente da World Athletics, Lord Coe, anunciou a criação do Ultimate Championship para 2026. A primeira etapa será em Budapeste e a organização pretende distribuir US$ 10 milhões em premiação. Quem ficar com a medalha de ouro ganhará US$ 150 mil.

Vale ressaltar que cada prova será disputada pelos mais bem classificados do ranking de cada modalidade e a competição poderá fazer alguma sombra aos Jogos Olímpicos, uma vez que coincidirá com o maior evento desportivo mundial a cada quatro anos, o primeiro em 2028, na segunda edição do torneio.

Ainda não há informações se os atletas do Grand Slam Track vão competir no Ultimate Championship, ou vice-versa, mas é interessante acompanhar essa valorização do atletismo nos dias atuais. Sempre ligado aos Jogos Olímpicos, parece que, agora, o esporte vai criar asas para se tornar uma potência, assim como ocorre com o tênis, golfe e Fórmula 1.