Dono de um dos maiores perfis de futebol do Instagram, ele fala sobre sua experiência com marketing esportivo e como resolveu empreender na web
Quem ama futebol e tem uma conta no Instagram, muito provavelmente, não passou imune ao perfil @quejogada. Com mais de 1,1 milhão de seguidores, a conta é uma das mais famosas do Brasil na área. E consegue dezenas de milhares de curtidas a cada vídeo postado, além de um altíssimo engajamento nos comentários. Criado e tocado por Felps e seu sócio Phill, o projeto se tornou um case de empreendedorismo no esporte.
Conversamos com o Felps, que, antes de empreender, trabalhou com marketing esportivo em grandes empresas, como a Golden Goal, uma das empresas que compunham a CSM Brasil, hoje SISU Venture Partners. Ele falou sobre como começou sua carreira no mundo corporativo e como a veia empreendedora o fez correr atrás de seus próprios projetos.
Confira o papo!
Sim, sou formado em propaganda e marketing pela ESPM e comecei estagiando no mercado esportivo em 2011, em uma agência multinacional chamada Armosia Brasil. Na época, atendíamos a TIM, com a inovação de patrocínios estampados dentro do número nas costas dos uniformes dos times. Lá fui efetivado e ganhei bastante bagagem em ativação e gestão de patrocínio. Depois, me dediquei um tempo a um projeto no Instagram que se chamava @instarquibancada, que hoje está desativado. Mas falarei dele depois!
Meu maior desafio com o marketing esportivo veio no fim de 2013, quando recebi a oportunidade de trabalhar numa grande referência do mercado: Golden Goal Sports Venture, que me contratou para a área gestão de patrocínio, onde eu atendia a gigante BRF, especialmente no patrocínio de Sadia à Seleção Brasileira, visando a Copa do Mundo no ano seguinte, no Brasil, e posteriormente o patrocínio aos Jogos Olímpicos do Rio em 2016. Foi uma grande experiência, pois trabalhei no mesmo ambiente com grandes profissionais, que acabaram me inserindo em outras áreas e com outros grandes clientes do mercado.
Sai da Golden Goal em 2015, para dar foco exclusivo ao meu projeto paralelo, o @quejogada!”.
Para falar do @quejogada eu preciso voltar e falar do @instarquibancada, que surgiu em 2012 e foi criado pelo meu sócio Phill. Ele sempre curtiu torcidas e é um frequentador assíduo das arquibancadas. Na época, eu ainda estava na Armosia e seguia o @instarquibancada. Meu trabalho era diretamente relacionado com ativações e eu sentia falta de inovações nessa área.
Quando sai da Armosia, procurei o Phill, a quem eu não conhecia na época, e fiz uma proposta para transformarmos o @instarquibancada num projeto rentável. Ele topou e nós juntamos nossos know-hows para atrair grandes empresas. A conta foi de 5 mil para uns 30 mil seguidores em poucas semanas, o que na época era muito bom. Conseguimos lucrar bem com o projeto. As marcas estavam achando na gente aquela inovação que eu não achava quando estava do lado de lá. A confiança das agências conosco aumentou e em 2013 consolidamos o @instarquibancada com a chegada da Copa das Confederações. Porém, algumas coisas aconteceram, como a Lei do Concurso Cultural e a atualização da plataforma do Instagram com vídeos, e as marcas começaram a nos deixar, pois a identidade do projeto, àquela altura com 80 mil seguidores, era foto e texto. As marcas também adoravam ativar com concurso cultural. E a nova lei deixou tudo mais difícil.
Com isso, resolvi criar o @quejogada e usar o nosso banco de seguidores do @instarquibancada para ir crescendo. Foi rápido! Nossa meta era ter 100 mil seguidores em um ano. Conseguimos isso em cinco meses. De lá pra cá, a gente vem escrevendo nossa história não só no Instagram mas também no Youtube, Facebook, Ttwitter e outras plataformas.
Bom, no Instagram já foi mais simples essa matemática. Essa rede social, para mim, é a mais completa de todas. Todo mundo está lá e obviamente há muita gente fazendo todo tipo de coisa. Está difícil inovar em conteúdo. Mas costumo dizer que antes de começar algo é necessário estar claro: o que você quer fazer ali; para quem e como você vai fazer. Depois disso, o resto do caminho é dedicação. E o mais importante, networking! O @quejogada cresceu demais com networking, principalmente. Outras páginas, profissionais de agências, grandes empresas, jogadores, entre outros. Todos tiveram uma parcela no crescimento. Se você é diferenciado e tem isso do seu lado, eu diria que o caminho é menos dolorido.
No Youtube, eu diria que o caminho é semelhante, porém ainda nos consideramos no inicio do caminho. Começamos tarde, mas trabalhamos até acertar os quadros. Hoje, temos o Papo Clubista como um dos sucessos e outros quadros bem divertidos. Espero que de certo lá também!
O Instagram tem um investimento de tempo diário. A parte mais difícil é a curadoria. Ainda é a plataforma que dá mais retorno comercial por conta das publicidades. Mas viramos a chave e hoje o Youtube consome um bom tempo nosso. Uma vez por semana temos gravações, com três a cinco vídeos por gravação. E depois tem a edição com nossa equipe e a preparação para o vídeo ir ao ar. Hoje estamos com dois videos por semana. Mas assim que chegarmos a 100 mil inscritos, a ideia é aumentar para três. No Youtube o retorno ainda é baixo.
Hoje estamos 100% focados no @quejogada e em breve teremos nosso app! Mas o Phill é um grande sócio e eu não descartaria outros negócios com ele.
Eu sempre tive isso na veia. Sempre tive uma cabeça empreendedora. Acho que é de formação acadêmica e de casa também. O empreendedorismo em qualquer meio é positivo né? Isso faz o mercado. Não seria diferente no esporte. Os grandes eventos vieram e muitas coisas novas apareceram. É um legado bom! E no Brasil já se percebe um aumento dos nichos: das pessoas que buscam qualidade de vida no esporte; da galera dos e-games; do público da tecnologia;. dos amantes de times que viram sócios-torcedores. Enfim, o esporte é uma indústria e é explorado pelas mentalidades empreendedoras!
Sou Cruzeiro e ele é Fluminense. Assumimos abertamente há uns três anos. Hoje conseguimos lidar melhor. Entendemos que futebol mexe com os nervos e eu inclusive já sofri ameaça mais de uma vez trabalhando em estádio. Mas é melhor deixar pra lá! Sobre parcerias, normalmente como somos dois que torcem para times diferentes. Por isso, conseguimos dar um jeito.
O Phill acho que não. Mas eu já trabalhei e pratiquei outros esportes. Eu gosto! Principalmente tênis, futebol americano, vôlei e basquete. Uma das grandes experiencias que eu tive no @quejogada foi de descer a corredeira do Parque Radical de Deodoro, montado para canoagem slalom dos Jogos Olímpicos do Rio 2016. A GE me convidou e foi sensacional!
É uma química né? Um pouco de tudo. Mas depende da área. Na minha, dos três fatores listados, se não tiver o primeiro, provavelmente você não sente o que o público sente e talvez não seja capaz de entregar o que deve ser entregue. O segundo mais importante é o networking. De tudo que a faculdade me deu, o networking foi a maior parte!
Minha formação foi com professores de mercado, que me deram networking e me colocaram no mercado. Mas isso não bastaria. Sempre fui pró-ativo e sempre me interessei por tudo. Não segui carreira em agência, mas não fechei portas! Resolvi trabalhar com o meu negócio pois acreditava e ainda acredito nisso. Se você está começando e quer seguir carreira corporativa, pegue algumas referências. Procure profissionais da área para conversar. Se inscreva em eventos como palestras da área e conheça pessoas. Sua oportunidade sempre virá por intermédio de outras pessoas. As pessoas precisam, as pessoas buscam e as pessoas contratam! O mercado é uma grande vitrine de profissionais e quem vai atrás de profissionais precisa ver em você o diferencial para poder “comprar”. E para quem quiser empreender, saiba que não é o caminho mais fácil. É difícil igual. E é preciso ter organização, determinação e acreditar! Se você não acredita, quem é que vai? E pra finalizar: faça muito networking!
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