Iniciada no primeiro dia útil do ano, a Copa São Paulo de Futebol Júnior, também conhecida como Copinha, é o mais tradicional torneio de futebol de base do Brasil, reunindo 128 clubes de 27 estados que disputarão 255 partidas em 23 dias. Um cronograma intenso que somente um estado com as proporções de São Paulo consegue comportar.
Subdividido em 645 municípios, o estado de São Paulo é o 12º maior do Brasil em área territorial. Além de ser o mais populoso do país – abrigando 46 milhões de habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – os paulistas também destacam-se pela quantidade exorbitante de estádios de futebol. De acordo com a FPF (Federação Paulista de Futebol), são 136 no total, o que facilita a logística da organização da Copinha ao distribuir os 3.701 jogadores inscritos em 32 sedes.
Atual campeão do torneio, o Corinthians é o maior vencedor da Copinha, com mais que o dobro de conquistas em relação ao segundo colocado. Nos últimos anos, a competição se revezou entre campeões dos mais tradicionais do país e lá brilharam algumas das novas estrelas do futebol brasileiro.
Enquanto aguardamos o desfecho da edição 2025, cuja final será disputada em 25 de janeiro, dia do aniversário da cidade de São Paulo, contamos um pouco sobre a história, os números, os causos e os desafios envolvidos em torno da competição.
E para nos ajudar a contar um pouco mais desta história, conversamos com Euler Victor, da Footbao e também com passagem pela Esporte Educa, um profissional de alto calibre dedicado a discutir a importância do futebol de base e da educação no esporte profissional.
Como surgiu a Copa São Paulo de Futebol Júnior?
Criada em 1969 pela Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo, a Copinha nasceu como um torneio comemorativo em alusão ao aniversário da cidade. Inicialmente, a ideia era reunir apenas as principais equipes paulistas, mas com o tempo a competição se popularizou, especialmente pela chance de exposição dos jovens atletas. Isso atraiu clubes de todo o Brasil, a partir de 1971, bem como os estrangeiros, desde a década de 80.
O primeiro “gringo” a se aventurar na terra da garoa foi o Providência, do México, em 1980. Depois, vieram o Vélez Sarsfield, da Argentina, em 1981/82, e o Bayern de Munique, da Alemanha, em 1985. Já em 2010, 25 anos depois da última participação internacional, os organizadores da Copinha retomaram a ideia ao convidar o Al-Hilal, da Arábia Saudita. Em 2014, o Kashiwa Reysol, do Japão, fez história ao se tornar a primeira equipe estrangeira a avançar para a segunda fase.
Na edição atual, nenhum clube de outro país foi convidado. Entretanto, houve um aumento histórico de jogadores estrangeiros no torneio. Ao todo, são 41 talentos oriundos de cinco continentes e 20 países. Pelo que a FPF apurou, a Colômbia é a maior representante com oito inscritos. Atrás, aparecem Equador, Gana e Paraguai, empatados com quatro cada.
Clube nordestino passou réveillon em ônibus para jogar a Copinha
Não são só os clubes estrangeiros que precisaram enfrentar horas de viagem para participar da Copinha. Por ser um país com dimensões continentais, até para quem é de dentro sofre com as longas distâncias. O Picos, do Piauí, por exemplo, encarou 2,4 mil quilômetros de estrada em um ônibus emprestado para chegar em Jaú, interior paulista. Ao todo, foram 48h de viagem, começando às 8h do dia 30 de dezembro, e terminando no mesmo horário do dia 1º de janeiro. Em meio a isso, a tradicional festa de Réveillon foi deixada de lado pelo sonho de disputar o torneio.
Em entrevista para o Globo Esporte, o presidente do Picos-PI, Ronaldo Rodrigues, revelou que a viagem teve um custo estimado em R$ 70 mil. Sem recursos suficientes, o clube contou com o apoio de Robert Brown, presidente da federação de futebol do Piauí, que intermediou o empréstimo do ônibus com o Atlético-PI, além de ajudar financeiramente na operação.
Para conferir a entrevista completa com Euler Victor e se aprofundar na Copinha 2025, convidamos você a dar uma passada no Linkedln. É uma leitura imperdível para todos os apaixonados pelo esporte. Além disso, não esqueça de assinar a nossa newsletter para ter mais conteúdos como esse.
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