A multinacional de análise de dados esportivos Sportradar e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) estão desenvolvendo uma iniciativa para reforçar o combate à manipulação de apostas esportivas em partidas realizadas no país. A revelação foi feita pelo gerente de parcerias de integridade da empresa no Brasil, Felippe Marchetti, em entrevista concedida ao podcast Maquinistas, da Máquina do Esporte, que foi ao ar na última terça-feira (23).
Marchetti revelou que a Sportradar e a CBF estão desenvolvendo, de maneira conjunta, o “passaporte do atleta”, uma iniciativa que trará o histórico dos jogadores profissionais, sendo capaz de indicar uma eventual participação em esquemas de manipulação. “Com o passaporte, a gente consegue ver todos os atletas que tiveram envolvimento em partidas manipuladas. E, a partir daí, a gente estabelece uma lista com jogadores que mais aparecem relacionados a manipulações. Quando esse atleta trocar de clube, surgirá um alerta no sistema”, explicou.
De acordo com o executivo, uma análise feita pela empresa no início do ano mostrou que, dos dez clubes brasileiros que mais registravam atividades suspeitas nos Estaduais, sete acabaram apresentando, de fato, participação em casos de manipulação. Marchetti frisou, na entrevista, que os dados sobre atividades suspeitas levantados pela Sportradar são disponibilizados para o Ministério Público e outros órgãos responsáveis por coibir as práticas criminosas no esporte.
“Temos as informações mais ricas para colaborar com as autoridades que fazem esse trabalho de combater a manipulação”, disse. Na visão de Marchetti, o endurecimento das ações de combate às manipulações, com iniciativas como o passaporte do atleta, poderão ajudar a “cortar o mal pela raiz”. “A partir do momento em que você acaba com um esquema desses, evita que os envolvidos cooptem novos atletas para as manipulações”, ressaltou.
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