O Kosovo é um pequeno país sem litoral na região dos Balcãs. Muitos sérvios consideram a região como o berço da sua nação. Entretanto, entre os 1,8 milhões de pessoas que vivem no país, 92% são albaneses e apenas 6% sérvios. O restante são bósnios, gorans, turcos e ciganos.
Após a dissolução da Iugoslávia na década de 1990, o Kosovo, uma província do antigo país, procurou a independência. A Sérvia respondeu com uma repressão brutal contra os albaneses étnicos. Isto terminou em 1999 com uma campanha de bombardeamentos da NATO contra a Sérvia, entre março e junho.
As forças sérvias retiraram-se do Kosovo mas, para muitos albaneses e sérvios, o conflito nunca foi resolvido. Esse episódio marcou profundamente a imagem do país no cenário internacional, fato motivador para o governo implementar ao longo do tempo a diplomacia esportiva.
A estratégia do Kosovo
A diplomacia esportiva é também uma dimensão importante da diplomacia pública de um país. Os bem-sucedidos, os talentos, os campeões, são os principais objetos da mídia em geral. O Kosovo, sendo um país pequeno, tem potencial para alcançar os seus objetivos diplomáticos através de modalidades específicas como artes marciais e futebol. O Kosovo não tem tantos recursos financeiros disponíveis, encontrando formas de menor custo para apresentar como uma nação reerguida. Os “ativos diplomáticos” que o país tem com o seu povo em todo o mundo, mas também dentro do Kosovo, permitem que este novo Estado desenvolva em grande escala a diplomacia pública, a cultura e o esporte, com figuras como Majlinda Kelmendi, Xherdan Shaqiri e Granit Xhaka.
Normalmente, tudo isto pode ser conseguido através da elaboração de estratégias de Estado através de instituições relevantes, que promovam os valores culturais/artísticos e esportivos do país. Muitos atletas conhecidos servem de modelo para a juventude mundial a certa altura, são vistos como representantes do seu país.
O campo internacional
O Kosovo tem alguns jogadores que tiveram sucesso em equipes de futebol de toda a Europa. A peculiaridade é que os atletas não só não escondem a sua identidade kosovar, mas ao mesmo tempo procuram constantemente mostrá-la com orgulho, como é o caso do jogador de futebol Xherdan Shaqiri, que emigrou para a Suíça.
Na final da Liga dos Campeões de 2013, as televisões mundiais fixaram Xherdan Shaqiri erguendo a taça conquistada pelo Bayern de Munique coberta por uma bandeira costurada em conjunto, da Suíça e do Kosovo.
Em 2016, a missão da Federação de Futebol do Kosovo foi concluída, quando o país se tornou o 210º membro da FIFA. No mesmo ano, o Kosovo foi admitido na UEFA. Desde então, o país acolheu muitos jogos de futebol e eventos relacionados ao esporte.
Em março de 2021, a seleção do Kosovo no futebol enfrentou a Espanha nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022. A Espanha não reconhece a independência do Kosovo e é um dos principais estados que se opõe à sua subjetividade. Embora os espanhóis tenham declarado inicialmente que não aceitariam que o Kosovo jogasse contra eles com a sua bandeira, hino e brasão, foram forçados pela FIFA a aceitar que o Kosovo jogasse como qualquer outro país. A mídia espanhola considerou esta decisão da FIFA uma vitória diplomática do Kosovo.
Incentivo local
O uso da diplomacia pública e do seu segmento de diplomacia esportiva é muito necessário para o estado do Kosovo. O governo tem prestado atenção ao esporte apenas através do Ministério da Cultura, Juventude e Esporte que tem apoiado e assistido o desenvolvimento de inúmeras atividades esportivas, através das quais pretende contribuir para a organização, desenvolvimento de profissionais qualificados, adesão e licenciamento de federações internacionais.