Treinador de Michael Phelps fecha o Congresso Olímpico Brasileiro

Comitê Olímpico do Brasil celebra o sucesso do evento, que contou com mais de 1,2 mil profissionais do esporte na plateia


Por Redação

13 de abril de 2019

Congresso Olímpico Brasileiro - Bob Bowman

Após um dia inteiro de palestras e mesas redondas que atraíram a atenção de mais de 1,2 mil profissionais do esporte, no WTC Events Center, em São Paulo, o Comitê Olímpico do Brasil comemora o sucesso da realização de seu primeiro Congresso Olímpico Brasileiro. O evento, encerrado após uma palestra de Bob Bowman, treinador do nadador Michael Phelps, foi realizado em comemoração aos 10 anos de existência do Instituto Olímpico Brasileiro.

“Todos os objetivos foram alcançados. No que diz respeito às palestras, a troca de conhecimentos foi intensa, com a presença de convidados do mais alto nível. Quem veio aqui hoje, sai extremamente impactado com o trabalho do COB. Era o que queríamos”, disse Rogério Sampaio, Diretor-Geral do COB.

Palestras da manhã

Pela manhã, foram debatidos temas como os sistemas organizacionais do esporte, estratégias para aumento de competitividade, gestão de equipes, carga de treino de atletas olímpicos e saúde no esporte. Já na a parte da tarde foi reservada para palestras sobre ética, governança e compliance no esporte, identificação e desenvolvimento de talentos e como transformar dados em informação estratégica.

O treinador de Michael Phelps

O encerramento teve Bob Bowman, treinador do nadador norte-americano Michael Phelps, o maior medalhista olímpico de todos os tempos. Ele apresentou a palestra “Regras de Ouro: dez segredos para se tornar um campeão na vida e nos negócios”.

“Tudo começa com um sonho. No caso do Michael Phelps, comecei a ser seu técnico aos onze anos e ali já fizemos sua folha de metas, que é um catalisador emocional de mudanças. Ao longo do tempo, ele foi mudando suas metas até conquistar as suas 28 medalhas olímpicas”, disse Bowman, que chefiou a equipe masculina de natação dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos Rio 2016

Ao final de sua palestra, Bowman declarou que ficou muito impressionado com a organização do evento como um todo.

“Achei a estrutura muito inovadora, com essa proposta de três palcos e palestras simultâneas. Gostei também das áreas de interação externas e da qualidade dos palestrantes, que foi muito alta. Gostei muito do evento”, disse Bowman.

Ética, governança e compliance

Michael Vesper, Consultor Sênior do Comitê Olímpico Internacional, também falou ao público do Congresso Olímpico Brasileiro. Ele abordou a ética, a governança e o compliance no esporte, explicando como o COI, entidade máxima do esporte olímpico, se tornou referência no assunto.

“Essa nova forma de governar o esporte surgiu nos anos 1990, após uma série de escândalos e má administração. A partir de então, passou-se a valorizar a ética e a transparência. Os princípios éticos devem ser aplicados no esporte e na governança, mas precisam sair do papel e funcionar na prática, diariamente”, disse Vesper.

Identificação de talentos e tratamento de dados

Outros destaques nas plenárias realizadas à tarde foram as conferências de Antonio Carlos Gomes, Consultor Pedagógico da Academia Brasileira de Treinadores (IOB/COB), e Carlos Alberto Cavalheiro, Coordenador Técnico-científico do Laboratório Olímpico (COB) que falaram sobre o sistema de identificação de talentos e a transformação de dados em informações estratégicas, respectivamente.

Antonio Carlos Gomes teve a companhia de Chelsea Warr, Diretora de Performance da Agência de Esportes do Reino Unido (UK Sport), e Maurits Hendriks, Diretor de Alta Performance do Comitê Olímpico da Holanda, em sua palestra. Juntos, eles discutiram as dificuldades para detectar jovens atletas.

“Há muitas etapas ao longo do caminho. Transformações a nível social, como sair da casa dos pais, e econômicas, já que os atletas deixam de ser custeados por bolsas ou familiares e podem se tornar milionários rapidamente. Por isso, é fundamental a abordagem holística. Não podemos fazer isso sob uma perspectiva meramente atlética”, explicou Hendriks.

Atividades extras

Além das palestras, o Congresso Olímpico Brasileiro contou também com uma série de atividades no intervalo das palestras, em uma parceria envolvendo o COB e as confederações esportivas.

A Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG), por exemplo, montou uma estrutura de street curling para que todos pudessem conhecer mais sobre a modalidade de inverno.

Já a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) trouxe a jovem Bruna Takahashi, melhor atleta do país no ranking mundial, para bater bola com o público.

Foram propostas ainda experiências envolvendo as seguintes modalidades: atletismo, badminton e escalada esportiva.

Laboratório Olímpico

O Laboratório Olímpico se fez presente com diversas vivências: biomecânica, bioquímica, fisiologia e termografia. O COB montou ainda a loja Time Brasil, com uma série de produtos licenciados, e o Espaço Memória Olímpica Brasileira, que apresentou a história dos Jogos por meio de fotografias, medalhas, tochas, cartazes e souvenirs.

“Todos saíram felizes por terem um espaço, um ponto de contato democrático com o esporte. Atualmente, o COB tem uma política de aproximação com a sociedade, cujo objetivo foi atingido. Tivemos um conteúdo de alta qualidade e palestrantes que superaram as expectativas, trazendo conhecimento capaz de inspirar ações de transformação”, finalizou Soraya Carvalho, Gerente do IOB.