Somos Futebol 2019: 1º dia de evento da CBF termina com debate sobre a base

Abertura do evento teve Tite, Sampaoli e Fernando Diniz, além de dirigentes do Barcelona e da Federação Inglesa de Futebol


Por Redação

23 de abril de 2019

Somos Futebol 2019

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) realiza ao longo desta semana, em sua sede no Rio de Janeiro, o evento Somos Futebol 2019, a 3ª edição da Semana de Evolução do Futebol Brasileiro. O congresso, que teve início na segunda-feira (22/04) e vai até sexta (26).

Com palestras e debates de técnicos, gestores, árbitros, ex-atletas, profissionais de comunicação e marketing e outros especialistas dos mercados nacional e internacional, o evento tem o objetivo de apresentar casos de sucesso e estudar caminhos para o desenvolvimento do futebol.

“O permanente desenvolvimento do futebol brasileiro precisa ser abordado de forma integral. Por isso, teremos aqui profissionais do mundo todo, de dentro e de fora do campo, debatendo e colaborando com suas experiências. O Somos Futebol se consolida em sua terceira edição, contando com o reconhecimento e o apoio da FIFA como parte do calendário internacional de eventos esportivos”, destacou o Presidente da CBF, Rogério Caboclo.

Tite, Sampaoli e Fernando Diniz

A abertura do evento, na segunda-feira, contou com um debate sobre esquemas táticos na parte da manhã, que reuniu os treinadores da Seleção Brasileira, Tite, do Santos, o argentino Jorge Sampaoli, e do Fluminense, Fernando Diniz.

Cada um deles falou individualmente. E depois, os três treinadores participaram de uma mesa redonda no palco do Somos Futebol, mediada pela apresentadora Vanessa Riche e o jornalista Marcelo Barreto. Tite, Jorge Sampaoli e Fernando Diniz reponderam perguntas enviadas por espectadores nas redes sociais da CBF.

Debate sobre categorias de base no Somos Futebol 2019

Já na parte da tarde, um debate sobre formação de novos talentos para o futebol reuniu no palco do Somos Futebol 2019 o ex-jogador Branco, coordenador das categorias de base da CBF; Paulo Bracks, que tem o mesmo cargo no América-MG; Isaac Guerero, diretor técnico de metodologia do Barcelona; e Andrew Mark Williams, consultor da The F.A. (Federação Inglesa de Futebol).

“Esse evento me parece um grande acerto da CBF. O futebol precisa de formação continuada, de técnicos e gestores preparados, e um seminário como esse contribui muito para a circulação do conhecimento. Para mim, que sou do Barcelona e sei de toda a relação do clube com o país, foi uma honra estar na casa do futebol brasileiro”, disse Isaac Guerrero, do Barcelona.

América-MG x Barcelona: um abismo

Paulo Bracks, do América-MG, que vive uma realidade completamente oposta a de seu colega do Barcelona, falou um pouco sobre as dificuldades que encontra no seu dia a dia. Ele destacou a responsabilidade que o clube assume ao, muitas vezes, tirar uma crianças de sua terra natal e do convívio com a família, num momento de vida em que o jovem precisa decidir se quer buscar a carreira de jogador de futebol profissional. Tudo isso em meio à esperança que as famílias depositam em seus filhos, questões legislativas e a pressão precoce por resultados.

“Vários gestores de base presentes, muito conteúdo nos debates, creio que tenha sido um evento muito bom. Tivemos nesse painel dois cases de sucesso, que são o Barcelona e as categorias de base da Inglaterra, o que contribui para que o Brasil volte a trilhar o seu caminho de sucesso”, disse Bracks.

O exemplo da Inglaterra

Em termos de categorias de base, a Inglaterra é o país do momento no futebol. Há dois anos, nos Mundiais Sub-17 e Sub-20, os ingleses se sagraram campeões. Com equipes muito bem organizadas e jogadores de qualidade. De acordo com Andrew Mark Williams, isso é fruto de um trabalho que começa ainda nos clubes, com crianças de menos de dez anos de idade. E que elevou o tempo de treino acumulado do atleta inglês nos últimos anos.

“O futebol evolui e por isso é preciso estar sempre aprendendo, trocando ideias. Ouvir um pouco o que outros países estão fazendo e trazer para a cultura do Brasil, que tem muita matéria prima e uma bela história no futebol, certamente vai contribuir para o futuro do esporte”, disse Andrew Mark Williams.