Nesta edição do Sport Insider Review, vamos falar da seleção brasileira. As categorias de base do Brasil sempre foram um celeiro de craques, mas a nova geração tem seguido um caminho diferente. Com mais protagonismo nos clubes, talentos precoces como Estêvão e Endrick não são convocados com frequência para o sub-20. Sem as suas estrelas, o Brasil alterna bons e maus momentos, como o bi-campeonato sul-americano e a ausência em Paris 2024. Para a Copa do Mundo sub-20, que acontecerá entre os dias 27 de setembro e 19 de outubro, no Chile, a expectativa é que a seleção brasileira esteja reforçada com suas principais estrelas para o torneio. Mas será que os clubes vão liberar seus talentos? Quem tem chances de destacar e ser convocado para a seleção principal? Para ilustrar esse assunto, preparamos um levantamento exclusivo sobre o desempenho dos últimos 68 jogadores convocados pelo técnico Ramon Menezes na temporada.
Créditos: Nathalia Teixeira
Historicamente, todo ídolo geracional teve seu momento de destaque em alguma das categorias de formação antes de chegar no elenco principal da seleção brasileira. Em 1993, Ronaldo Fenômeno foi o artilheiro do Campeonato Sul-Americano sub-17, com oito gols. Quatro anos depois, um tal de Ronaldinho Gaúcho conduziu o Brasil ao título mundial sub-17. Pelo sub-20, Neymar Jr. foi campeão sul-americano em 2011 com outros craques que viriam a jogar ao seu lado na Copa do Mundo, como Alex Sandro, Casemiro e Oscar.
Entretanto, essa cultura começou a mudar a partir da geração dos anos 2000 encabeçada por Vinicius Jr. e Rodrygo. Esses talentos que eram chamados com frequência para as categorias de base passaram a queimar etapas em seus clubes, tendo mais protagonismo no elenco principal e menos tempo de brilhar na seleção brasileira. A dupla citada, por exemplo, só jogou apenas uma vez juntos no Brasil sub-20: em amistoso com o Chile em 2018, visando o Sul-Americano. No ano seguinte, o Rayo até participou do torneio, mas Vini não obteve liberação dos espanhóis a tempo. Outros talentos geracionais, como Endrick e Vítor Roque, também estão seguindo pelo mesmo caminho, sendo raro vê-los com a camisa amarelinha da base. Vencedor da Bola de Prata de melhor jogador do Brasileirão 2024, Estêvão sequer é convocado, pois já tem vaga cativa na seleção principal, além de ser a grande referência do ataque no S.E. Palmeiras.
Sem suas principais estrelas à disposição, a CBF – Confederação Brasileira de Futebol precisa recorrer a talentos pouco utilizados no time profissional, o que enfraquece a transição para a seleção principal por dois motivos. O primeiro é a falta de entrosamento, já que os jogadores convocados não se conhecem e tampouco tiveram contato prévio nas categorias de base. O segundo é a maturação: ao chamar atletas com baixa minutagem na equipe principal, a tendência é que eles não apresentem um desempenho acima da média, como das outras estrelas precoces. Respeitar o tempo de adaptação desses jovens é fundamental, mas isso acaba atrasando uma possível convocação para a seleção brasileira profissional.
Levando em conta apenas os torneios principais do sub-20 – Campeonato Sul-Americano, Pré-Olímpico, Jogos Pan-Americanos e Copa do Mundo – 68 jogadores foram convocados pelo técnico Ramon Menezes durante o último ciclo de copa. Desses, apenas sete voltaram a ser chamados para a categoria de cima: o goleiro Mycael, o lateral Arthur, o zagueiro Robert Renan, o meia Andrey Santos e os atacantes Endrick, Savinho e Vítor Roque. Vale ressaltar que os quatro primeiros só foram convocados para o amistoso contra o Marrocos em março de 2023 – o primeiro compromisso do Brasil após a Copa do Mundo do Catar, onde o próprio Ramon Menezes era o técnico interino.
Sem a liberação dos clubes, o Brasil vêm convivendo com altos e baixos nos últimos anos. Apesar de ter sido campeão sul-americano em 2023, a seleção brasileira caiu para Israel nas quartas de final da Copa do Mundo, que foi disputada naquele mesmo ano, na Argentina. Meses depois, os garotos se recuperaram e conquistaram a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Chile. Entretanto, em 2024, fez um péssimo Pré-Olímpico e terminou na terceira colocação, perdendo a vaga nos Jogos Olímpicos de Paris para Argentina e Paraguai.
Em 2025, tudo parecia dar errado para a seleção brasileira mais uma vez. Logo na estreia do Sul-Americano, o Brasil foi goleado pela Argentina por 6 a 0, sendo a pior derrota da história da categoria. Contudo, os comandados de Ramon Menezes conseguiram dar a volta por cima e foram campeões do torneio. Não, os garotos não deram espetáculo e muito menos apresentaram um futebol de encher os olhos. Mas a evolução foi clara, principalmente se levarmos em conta o aspecto defensivo.
Enquanto nos quatro jogos da primeira fase a seleção brasileira sofreu dez gols, nos cinco jogos da fase final foi vazado apenas duas vezes. Entre os aspectos que podem explicar a melhora no setor defensivo estão algumas mudanças na escalação. O goleiro Felipe Longo, do Corinthians, o lateral Leandrinho, do Al-Shabab, e o zagueiro Iago, do Flamengo, foram reservas na estreia, mas entraram na equipe no decorrer da competição, com boas atuações. A seleção também soube explorar as jogadas pelos lados, principalmente com jogadores como Rayan, Wesley e Alisson. Eles foram municiados por um meio de campo com entrosamento dos tempos de categorias de base do Corinthians. Breno Bidon e Gabriel Moscardo – já vendido ao PSG e emprestado ao Reims – foram a dupla de volantes, com Pedrinho – também revelado pelo Timão, mas vendido ao Zenit – fazendo muito bem a armação. Deivid Washington, do Santos, foi o artilheiro da equipe, com três gols marcados.
Agora, para a Copa do Mundo sub-20, que acontecerá entre os dias 27 de setembro e 19 de outubro, no Chile, a expectativa é que a seleção brasileira esteja reforçada com suas principais estrelas para o torneio. Nomes como Endrick (19 anos), Estêvão (18 anos), Vitor Reis (19 anos) e Vítor Roque (20 anos) ainda terão idade para jogar o mundial. A única dúvida é se os clubes liberarão, visto que esses talentos estão sendo cada vez mais usados na rotação de titulares em seus clubes, ou até mesmo aqueles que já se tornaram destaques e peças-chave das equipes, apesar da pouca idade.
Aos 23 anos, Andrew é titular absoluto do Gil Vicente, clube de menor expressão de Portugal. Já Mycael assumiu a titularidade no Club Athletico Paranaense no segundo semestre de 2024, após a saída de Bento para o Al-Nassr. Desde então, ele vem ganhando o apoio da torcida e deve ser um dos pontos altos do Furacão em 2025, que tem como principal meta voltar a elite do campeonato brasileiro. Considerado um dos grandes pilares da “Era Ramon Menezes”, o goleiro de 21 anos estourou a idade do sub-20 e só poderá voltar à seleção brasileira se for convocado para a principal.
Cria do Clube de Regatas do Flamengo, Kauã Santos tornou-se o segundo goleiro brasileiro a jogar na Bundesliga. Ele não é titular do Eintracht Frankfurt, mas vem recebendo alguns minutos nesta temporada, assim como Matheus Donelli e o Kaique, reservas imediatos do Sport Club Corinthians Paulista e Farense, respectivamente. Já Felipe Longo, Henrique Menke e Robert – possivelmente o trio que estará na Copa do Mundo sub-20 – estão na transição entre categorias de base e time profissional, e ainda aguardam uma oportunidade em 2025.
Revelado pelo Avaí Futebol Clube em 2021, Arthur Chaves migrou no ano seguinte para o Académico de Viseu, de Portugal. Lá, ele se destacou e foi vendido para o Hoffenheim em 2024. No clube alemão, o jovem zagueiro de 24 anos consolidou-se como titular e vem sendo fundamental para a permanência do Hoffe na Bundesliga. Enquanto Robert Renan e Jean Pedroso estão se aventurando em ligas alternativas do futebol, Bordon – filho do ex-zagueiro Marcelo Bordon – está ganhando cada vez mais espaço na Lazio, da Itália.
Outro zagueiro que vem se destacando na temporada é o Jair. Destaque do Brasil na conquista do Sul-Americano, ele foi contratado pelo Botafogo de Futebol e Regatas no início de fevereiro por R$ 57 milhões e se firmou como titular do Glorioso, na ausência de Bastos, que lesionou o joelho esquerdo e não tem prazo para retorno. Por conta disso, os cariocas também estão de olho em outro zagueiro da seleção brasileira de base: Gustavo Martins, joia do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense de apenas 22 anos.
Apesar do Rikelme ter disputado mais partidas, Khellven é o lateral mais consolidado da lista. Multicampeão com o Athletico-PR, ele resolveu se arriscar no futebol europeu em 2023, quando o CSKA acenou com uma proposta de 4,5 milhões de euros (em torno de R$ 23,7 milhões na cotação da época) pelo seu passe. Na Rússia, a joia rapidamente assumiu a titularidade e continua demonstrando um ótimo futebol nesta temporada. Mesmo sendo um jogador de defesa, Khellven já marcou três gols e deu duas assistências em 25 partidas. Na quarta colocação do campeonato russo, há oito pontos do líder Krasnodar, os azul-vermelhos ainda sonham com o título nacional.
Partindo para Alemanha, Arthur passou de desconfiança para o status de promessa no Bayer Leverkusen. Revelado pelo América Futebol Clube, a joia de 22 anos foi vendida, em 2023, para o clube alemão por 7 milhões de euros (Cerca de 38 milhões de reais) – tornando-se a venda mais cara da história do Coelho. Envolto de expectativas, ele sofreu uma lesão no tendão da coxa esquerda e teve que passar por cirurgia, o que o fez perder a “temporada mágica” dos alemães no ano passado. Mas agora, para 2024/25, o cenário é diferente e o brasileiro vem sendo mais usado pelo técnico Xabi Alonso. Reserva imediato do Frimpong, Arthur já entrou em campo 23 vezes, tendo contribuído com 1 assistência para gol.
Apesar do Rikelme ter disputado mais partidas, Khellven é o lateral mais consolidado da lista. Multicampeão com o Athletico-PR, ele resolveu se arriscar no futebol europeu em 2023, quando o CSKA acenou com uma proposta de 4,5 milhões de euros (em torno de R$ 23,7 milhões na cotação da época) pelo seu passe. Na Rússia, a joia rapidamente assumiu a titularidade e continua demonstrando um ótimo futebol nesta temporada. Mesmo sendo um jogador de defesa, Khellven já marcou três gols e deu duas assistências em 25 partidas. Na quarta colocação do campeonato russo, há oito pontos do líder Krasnodar, os azul-vermelhos ainda sonham com o título nacional.
Partindo para Alemanha, Arthur passou de desconfiança para o status de promessa no Bayer Leverkusen. Revelado pelo América Futebol Clube, a joia de 22 anos foi vendida, em 2023, para o clube alemão por 7 milhões de euros (Cerca de 38 milhões de reais) – tornando-se a venda mais cara da história do Coelho. Envolto de expectativas, ele sofreu uma lesão no tendão da coxa esquerda e teve que passar por cirurgia, o que o fez perder a “temporada mágica” dos alemães no ano passado. Mas agora, para 2024/25, o cenário é diferente e o brasileiro vem sendo mais usado pelo técnico Xabi Alonso. Reserva imediato do Frimpong, Arthur já entrou em campo 23 vezes, tendo contribuído com 1 assistência para gol.
Para essa análise não ficar muito extensa – afinal, 24 atacantes foram chamados por Ramon Menezes durante o último ciclo de copa – vamos falar dos jogadores que tem chances reais de convocação para a seleção brasileira principal: Marcos Leonardo, do Al-Hilal, Vitor Roque, do Palmeiras, John Kennedy, do Pachuca e Gabriel Pec, do Los Angeles Galaxy. Não colocaremos Endrick, do Real Madrid, e o Savinho, do Manchester City, neste grupo, pois já são nomes frequentes na seleção brasileira principal. Inclusive, a dupla jogou os últimos jogos contra Colômbia e Argentina pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.
Com tudo explicado, vamos falar de John Kennedy, que está pedindo passagem no México. Emprestado pelo Fluminense Football Club ao Pachuca até o fim do ano, o centroavante de 22 anos já soma 9 gols e 1 assistência em 14 jogos, ostentando uma média de 0,71 por partida. Embora o campeonato mexicano não receba tanta atenção quanto as principais ligas europeias, a obsessão por integrar a seleção brasileira se torna ainda mais viva com a disputa em aberto pela camisa 9.
Outro centroavante em grande fase é Marcos Leonardo. Em janeiro de 2024, o ex-Santos foi vendido para o Benfica por 18 milhões de euros (R$ 96,3 milhões na cotação atual). Em 24 partidas, a joia marcou 8 gols e deu 1 assistência, o que chamou a atenção do Al-Hilal, que o contratou sete meses depois por 40 milhões de euros (R$ 250 milhões). Na Arábia Saudita, Marcos Leonardo continua balançando as redes. Ao todo, são 24 gols e 2 assistências em 34 jogos, tendo uma média de 0,76 por partida. Aos 21 anos, Marcos Leonardo é pupilo de Jorge Jesus – um dos cotados para assumir a Seleção Brasileira – e pode ganhar sua primeira oportunidade com a amarelinha em breve.
Após uma experiência frustrante no futebol espanhol, Vítor Roque decidiu voltar ao Brasil para jogar no Palmeiras. O Barcelona aceitou negociar o atacante de 20 anos por 25,5 milhões de euros (R$ 154 milhões, na cotação atual), tornando-se a maior contratação da história de um clube brasileiro. Desde então, o tigrinho ainda busca o seu primeiro gol com a camisa alviverde – o restante mencionado na lista foi feito na época em que o jogador estava no Real Bétis.
Por fim, mas não menos importante, precisamos falar de Gabriel Pec. Ele sempre foi um bom jogador, mas nunca atingiu seu potencial máximo no Vasco da Gama SAF. Criticado pela torcida por sua falta de efetividade nas finalizações, foi vendido ao Los Angeles Galaxy no início de 2024 por R$ 49 milhões – e deu a volta por cima. Nos Estados Unidos, Pec desabrochou e se tornou uma das grandes estrelas da MLS. Ele foi eleito a melhor contratação do ano – superando o astro Luis Suárez, que trocou o Grêmio pelo Inter Miami -, e ajudou o LA Galaxy a conquistar o título da liga. Apesar de atuar como ponta-direita, ele também pode ser escalado centralizado, o que pode ser um trunfo para a Seleção, que busca um jogador versátil para essa função.
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