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O futuro dos esportes ao vivo não é ao vivo?

Um novo modelo potencial para propriedade intelectual esportiva subdimensionada

No cenário em evolução da transmissão esportiva, surge uma questão crucial: o futuro dos esportes ao vivo precisa necessariamente estar vinculado à transmissão em tempo real, ou há um espaço crescente para um modelo híbrido? Esse conceito envolve a transmissão do evento pela primeira vez, mas com a vantagem adicional de tempo para editar e criar uma narrativa mais envolvente.

Esse formato combina a espontaneidade e a autenticidade dos esportes ao vivo com a profundidade narrativa e a qualidade de produção de conteúdos pré-gravados. Além disso, permite que as emissoras tenham mais flexibilidade de incorporar segmentos editados, narrativas aprimoradas e elementos interativos, proporcionando uma experiência de visualização mais imersiva.

Narrativa aprimorada por meio do híbrido ao vivo

Lutadores da WWE se enfrentando no NXT.Lutadores da WWE se enfrentando no NXT.
Em algumas datas especiais, com o Natal, a WWE adota o modelo híbrido ao vivo (Créditos: WWE)

Na transmissão híbrida, o “ao vivo” vai além do streaming em tempo real. Ele oferece uma apresentação dinâmica em que a ação é intercalada com segmentos pré-gravados, como perfis de jogadores e mini documentários. Dessa forma, mantém a espontaneidade dos esportes, ao mesmo tempo que aprofunda o contexto.

A integração de minishows, como documentários curtos ou reportagens sobre o relacionamento entre jogadores, proporciona uma compreensão mais ampla do jogo e de seus protagonistas, intensificando o engajamento emocional do público. Esse formato permite explorar os momentos importantes do esporte, adicionando camadas de significado à ação ao vivo e enriquecendo a experiência do espectador.

Por conta disso, o conceito se torna mais interativo, oferecendo aos espectadores a possibilidade de escolher diferentes caminhos narrativos durante a transmissão, como seguir a perspectiva de um jogador específico ou alternar entre ângulos de câmera. Essa mudança pode proporcionar uma experiência de visualização mais rica e envolvente em comparação à transmissão esportiva tradicional, atraindo um público mais amplo.

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Para as emissoras esportivas, essa mudança abre novos caminhos para a criatividade e inovação, combinando o drama dos esportes ao vivo com a profundidade de um documentário. No entanto, suportar esse modelo híbrido exigiria avanços tecnológicos, incluindo ferramentas de edição sofisticadas e integração de dados em tempo real.

O mercado precisaria se adaptar a esse novo formato, o que pode gerar mudanças nas estratégias de publicidade, táticas de engajamento dos espectadores e até mesmo na programação e promoção de eventos esportivos. Isso porque o formato híbrido oferece oportunidades únicas de engajamento. Como o jogo já terá sido realizado, os narradores podem colaborar com atletas e criadores de conteúdo para promover o evento.

Paralelamente, os atletas podem compartilhar insights, bastidores ou destaques em suas redes sociais, gerando antecipação para a transmissão. Da mesma forma, os criadores de conteúdo podem gerar interesse por meio de prévias, previsões ou material exclusivo relacionado ao evento, aumentando ainda mais o engajamento do público.

Esportes ideais para transmissão híbrida: ligas emergentes e de nicho

O torneio de drones vêm ganhando cada vez mais popularidade nos Estados Unidos (Créditos: Drone DJ)

A transmissão híbrida ao vivo é especialmente promissora para ligas esportivas emergentes e de nicho, oferecendo vantagens em termos de engajamento do público e eficiência de custos. Exemplos disso incluem o PLL, Wrestling, Drone Racing, World Chase Tag, BIG3 e 3ICE, que podem se beneficiar desse modelo, exibindo seus esportes de maneira atraente, aprofundando o engajamento e atraindo novos fãs.

Esse formato pode ser mais econômico do que a produção tradicional de esportes ao vivo, gerando economias significativas. Além disso, novos caminhos para patrocínio e publicidade se abrem, permitindo estratégias de marketing mais direcionadas. As conexões emocionais mais fortes com o público podem impulsionar as vendas de produtos e serviços. Enquanto o valor agregado do formato híbrido pode justificar monetização via assinaturas ou pay-per-view, aumentando a lucratividade.


Este é um artigo original da Disruptive Play: Challenging Sports & Media Norms, escrito por Michael Cohen e traduzido pelo Sport Insider.

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