River e Boca faturam mais que brasileiros com estádio e sócio

Por Rodrigo Capelo 25/07/2025 | 08h00
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Foto: Javier Garcia Martino/Photogamma

 

Em que pese a crônica crise econômica da Argentina e seus impactos no futebol, Boca Juniors e River Plate têm conseguido crescer financeiramente. Em alguns aspectos, como a arrecadação com estádio e sócios, até superar rivais brasileiros.

 

Em seu balanço mais recente, relativo ao exercício fiscal encerrado em 31 de agosto de 2024, o River registrou R$ 1,23 bilhão em receita. A conversão da moeda é feita pelo com base na cotação da data de fechamento das demonstrações.

 

Já o Boca Juniors fechou seu balanço em 30 de junho de 2024 com R$ 840 milhões em faturamento. O time não participou da Libertadores naquela edição, o que ajuda a justificar a notória diferença no clássico argentino em relação às finanças.

 

No Brasil, há clubes com programas de sócios-torcedores que dão direito a ingresso sem custo adicional. Outros concedem descontos, altos ou baixos. Alguns, nem isto.

 

Também existe a distinção entre sócio-torcedor e patrimonial, isto é, aquele que participa do convívio social e costuma ter participação política na associação sem fins lucrativos. Por vezes, esse associado não é nem torcedor do time em questão.

 

Essas diferenças tornam a comparação apenas da linha de sócios imprecisa — tanto dentro do Brasil, quanto com adversários da Argentina, onde há cultura associativa.

 

É por isso que o Sport Insider compara receitas com bilheterias, sócios e estádios, para aproximar ao conceito de “dia do jogo” e tornar o denominador comum.

 

Clube Bilheteria (R$ milhões) Estádio (R$ milhões) Sócio (R$ milhões) TOTAL (R$ milhões)
River Plate 79 297 376
Boca Juniors 66 227 293
Flamengo 118 48 78 244
Atlético-MG 81 60 32 173
Corinthians 94 71 165
São Paulo 96 12 52 160
Palmeiras 65 74 139
Grêmio 12 99 111
Internacional 19 86 105
Fluminense 29 70 99

 

A vantagem em relação aos brasileiros se restringe a River e Boca, no entanto. As demonstrações financeiras de Estudiantes e Independiente — entre os poucos grandes clubes argentinos que publicam seus documentos em locais acessíveis na internet — mostram que entre eles a desigualdade perante os adversários é enorme.

 

O Estudiantes teve na temporada de 2024 um faturamento de R$ 302 milhões, dos quais R$ 47 milhões tiveram origem na combinação de estádio e associados.

 

O Independiente registrou no mesmo exercício fiscal R$ 232 milhões em receitas, das quais R$ 82 milhões estão identificadas como originadas nas cotas de sócios.

 

Percebe-se que a participação social é relevante dentro das arrecadações desses clubes, o que reforça a natureza associativa do futebol argentino, mas também é possível concluir que somente os dois gigantes têm conseguido elevar seu poderio econômico a ponto de fazer frente aos rivais brasileiros.

 

  • Novas perspectivas financeiras serão apresentadas em agosto pelo Sport Insider, em novo relatório, sobre clubes do mundo inteiro. Aguarde!

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