CEO do Red Bull Bragantino rejeita rótulo de clube rico; assista à entrevista

Por Rodrigo Capelo 22/08/2025 | 08h00
Compartilhe esse conteúdo

Foto: Andressa Baldoni/Sport Insider

 

Propriedade da Red Bull. Integrante do mesmo grupo que o Leipzig, na Alemanha, e de mais uma dezena de clubes relevantes espalhados pelo mundo. Só por essa introdução, que não é comum ao futebol brasileiro, é fácil que o torcedor chegue à conclusão de que o Bragantino é uma espécie de “novo rico”.

 

Mas esse rótulo incomoda os executivos que lidam com a sua gestão. E, numericamente, é fato que o clube opera com menos dinheiro do que se imagina.

 

— A melhor analogia que a gente pode fazer é a do pai rico. Ter um pai rico não faz necessariamente um filho rico — diz Andre Rocha, CEO do Red Bull Bragantino, em entrevista ao videocast do Sport Insider em parceria com a N Sports.

 

Na produção de seu relatório de estreia, sobre as finanças do esporte nacional, o Sport Insider levantou que a folha salarial do Red Bull Bragantino esteve próxima de R$ 125 milhões por ano em 2024. Era a 15ª folha do Campeonato Brasileiro, muito mais próximo de Vitória e Athletico-PR do que de Flamengo e Palmeiras.

 

— Nós somos uma empresa que se destaca por fazer coisas extraordinárias, desafiar os grandes, fazer mais com menos. Eu poderia pedir muito mais, numa outra empresa conseguir um orçamento que me deixasse próximo dos grandes, mas eu não seria tão leal aos motes que eu e a companhia concordamos: desenvolver as estrelas em casa, desenvolver talentos em um centro de excelência — complementa.

 

Foto: Andressa Baldoni/Sport Insider

 

Não se trata, obviamente, de crer que o Bragantino está numa realidade financeira parecida com a de times que frequentam a Série B e eventualmente chegam à primeira divisão. Uma breve análise de suas contas mostra benefícios de ser Red Bull.

 

A receita do clube foi de R$ 425 milhões em 2024, puxada pelo patrocínio da marca de energéticos — de “pai para filho”, seguindo a analogia proposta por Rocha.

 

Investimentos no centro de treinamento e no estádio só são possíveis, sem arriscar o projeto esportivo, pois a proprietária vem injetando dinheiro no caixa. Entre as dívidas, aparecem R$ 573 milhões com “partes relacionadas”, que apontam para aportes que a matriz na Áustria fez desde a compra da filial brasileira em 2020.

 

Mas o patamar da folha salarial — e, principalmente, o depoimento do CEO de como funciona a operação do Bragantino — demonstra que a riqueza é relativa.

 

A entrevista com Andre Rocha será transmitida na N Sports às 18 horas desta sexta. Clique aqui para assistir e não deixe de ver os outros episódios já publicados.

Newsletter

Receba o melhor do sport business no seu e-mail