Instituto Olímpico: gerente fala sobre cursos de capacitação

Ex-ginasta Soraya Carvalho explica como são os processos de seleção e os principais objetivos e públicos-alvo do instituto


Por Raphael Crespo

21 de abril de 2019

Soraya Carvalho - Instituto Olímpico Brasileiro

Em qualquer tipo de mercado, os profissionais que mais se destacam são aqueles com maior capacitação. E não é diferente na indústria do esporte. Por trás de cada título ou medalha, seja numa Copa do Mundo, nos Jogos Olímpicos ou mesmo num campeonato regional, há muito mais do que o suor e o talento dos atletas. Há todo um trabalho de especialistas de diversas áreas. Eles preparam o terreno para que os resultados sejam alcançados. O Instituto Olímpico Brasileiro (IOB), braço educacional do Comitê Olímpico do Brasil (COB), investe há dez anos na capacitação de pessoas ligadas ao esporte. E para você saber um pouco mais sobre o projeto, conversamos com a ex-ginasta e atual gerente do instituto, Soraya Carvalho.

“A gente entende que quando um atleta está na pista, na quadra, na piscina, tendo resultado, é porque atrás desse atleta a gente tem uma estrutura bastante robusta. A gente precisa de políticas de governança, de apoio financeiro, de programas de identificação e desenvolvimento de talentos, de apoio ao treinador. Precisamos de pesquisa de alta qualidade. Enfim, precisamos de uma estrutura enorme. Atrás dessa estrutura, o que há de comum entre todas as áreas são as pessoas. E elas precisam estar capacitadas para gerir bem e para a gente conseguir o grande objetivo, que é o resultado esportivo. Daí nasceu o Instituto Olímpico Brasileiro. É um departamento de educação do COB, que tem o objetivo de desenvolver programas de capacitação de treinadores, de gestores, de transição de carreira para os atletas. De modo que a gente possa, cada vez mais, contribuir para o desenvolvimento do esporte”, disse Soraya.

Cursos gratuitos no Instituto Olímpico Brasileiro

Todos os cursos do Instituto Olímpico Brasileiro instituto são públicos e regidos por editais. E quem participa dos programas ganha bolsa de estudos integral. Ou seja, as capacitações são totalmente de graça.

“Lançamos sempre um edital público, cada um com seus critérios de elegibilidade. E o processo depende de cada curso. Cada um tem uma série de regras em seu processo de seleção. Algumas vezes pode ser um pré-projeto. Outras vezes pode ser somente a área de atuação em que ele está alocado dentro da organização de origem da pessoa. Depende de curso para curso. Os mais básicos têm critérios mais abertos. Os cursos mais aprofundados têm critérios mais específicos”, explicou a gerente do IOB.

Públicos-alvo

De uma maneira geral, a maior parte do público do IOB é formada por profissionais oriundos das principais organizações esportivas do país, como acontece no programa de gestores. Ou seja, são pessoas que trabalham em confederações, clubes formadores de atletas olímpicos, secretarias de esporte, Ministério do Esporte, forças armadas e atletas olímpicos.

Mas o instituto também tem foco em outros tipos de profissionais: os treinadores e os próprios atletas.

“No nosso programa de treinadores, o foco é o profissional de Educação Física já formado. E o objetivo de ampliar a capacitação dele. E temos um terceiro programa que é voltado para atletas. Atendemos atletas pan-americanos e olímpicos, para ajudá-los desde a iniciação até a transição de carreira. Esse programa de atletas não é técnico. O objetivo é dar um suporte na formação global desse atleta, de modo que ele esteja melhor preparado para o ambiente esportivo”, afirmou Soraya.

Foco também em atletas e ex-atletas

Especificamente no trabalho com os atletas, Soraya detalha alguns dos assuntos tratados, numa formação que ela classifica como “mais global”:

“A gente trabalha, por exemplo, como atleta deve se relacionar com os meios de comunicação, que são canais importantíssimos e ele precisa entender como é essa dinâmica. Como lidar com os patrocinadores, outro stakeholder importante, porque ele financia, mas a gente precisa equilibrar todas as demandas do patrocinador e o foco do atleta no treinamento. Ensinamos processos de apoio pedagógico. Como cuidar da ferramenta de trabalho dele, que é o corpo. Como se alimentar. A importância do sono. Como prevenir lesão. E questões de doping, por exemplo”, listou a gerente.

Congresso Olímpico Brasileiro

No dia 13 de abril, em São Paulo, o COB realizou a primeira edição do Congresso Olímpico Brasileiro, que reuniu grandes nomes, nacionais e internacionais, da indústria do esporte. Com diversas palestras e debates ao longo de um dia inteiro, o evento recebeu mais de 1.200 pessoas. E serviu, entre outras coisas, para comemorar os dez anos de existência do Instituto Olímpico Brasileiro.

“A ideia do congresso veio porque a gente vem desenvolvendo ações há dez anos. E a gente precisa, cada vez mais, compartilhar conhecimento. E o congresso veio para isso. A ideia é se aproximar mais da sociedade esportiva. Criar grupos com os principais stakeholders. De modo que a gente possa pensar sobre como enfrentar os principais desafios do esporte de alto rendimento do Brasil”, afirmou Soraya.

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