GP da Arábia Saudita promete circuito emocionante

No dia 19 de março, a próxima corrida da Fórmula 1 acontece no Jeddah Corniche Circuit, onde Verstappen tentará ser campeão pela segunda vez


Por Insper Sports Business

17 de março de 2023

Parceria Editorial

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GP da Arábia Saudita promete circuito emocionante GP da Arábia Saudita promete circuito emocionante

O Grande Prêmio da Arabia Saudita será disputado neste fim de semana, dos dias 17 a 19 de março, e a grande aposta para esta corrida é o holandês Max Verstappen. Atual bicampeão da Fórmula 1, o piloto venceu o GP do Bahrein e chega, juntamente com a sua equipe, a Red Bull Racing (RBR), como o grande favorito tanto para a corrida deste fim de semana quanto a pole position no qualifying de sábado. 

Favoritos para a corrida 

Juntamente a Max, o seu fiel escudeiro, Sergio Perez, cravou o segundo lugar no GP do Bahrein e vem com grandes expectativas na busca de mais um pódio nesta próxima corrida. Apesar do momento estar favorável para o lado da RBR, não há como deixar de lado a equipe da Ferrari, que tem feito excelentes tempos de qualifying desde o ano passado. Ademais, a Aston Martin de Fernando Alonso demonstrou na última corrida que não está de brincadeira e que vai brigar por mais um pódio. 

O circuito e histórico do GP da Arábia Saudita  

Em 2021, houve a estreia do Grande Prêmio da Arábia Saudita, realizado no Jeddah Corniche Circuit. Além de Bahrein e Abu Dhabi, a Arábia Saudita é a terceira localização de corrida no Oriente Médio. O circuito é noturno, sob holofotes e conta com 50 voltas de 6,174 quilômetros cada, totalizando 308,45 km de corrida na cidade de Jeddah- o segundo circuito mais longo, atrás somente de  Spa-Francorchamps, na Bélgica. O piloto Max Verstappen afirmou: “Depois de um ótimo início no Bahrein, não espero que seja uma tarefa fácil em Jeddah, é um circuito completamente diferente e precisa que o carro seja rápido.” 

O circuito foi projetado pela Tilke, empresa que arquiteta pistas de corrida, e conta com 27 curvas, que fogem do estilo clássico de 90 graus para priorizar curvas mais rápidas. Por isso, o circuito tem uma velocidade média de 252 quilômetros por hora, atrás somente de Monza. O ex-diretor-técnico da Fórmula 1, Ross Brawn, afirma: “O que queremos ver é um circuito de corrida. Não queremos circuitos do Mickey Mouse. Não queremos aqueles velhos circuitos clássicos de rua com curvas de 90 graus. Queremos circuitos rápidos, circuitos que vão desafiar os pilotos – e eles vão adorar.” Na estreia do GP da Arábia Saudita, em 5 de dezembro de 2021, o britânico Lewis Hamilton conquistou a primeira posição e definiu o recorde de volta mais rápida com 1:30.734 na volta 47. 

Já a corrida de 2022 foi palco de surpresas. O final de semana começou com uma histórica pole position do mexicano Sergio Perez, primeira de sua carreira, em cima de Charles Leclerc e do seu companheiro de equipe Max Verstappen. No domingo, o foco foi em Leclerc e Verstappen, que brigavam pela liderança. A corrida finalizou com a vitória de Verstappen, com Leclerc em segundo e Carlos Sainz em terceiro, fechando o pódio com uma dobradinha da Ferrari. 

Equipes favoritas para o GP da Arábia Saudita 

A grande favorita a ganhar o GP é a Red Bull Racing que, desde 2022, demonstra sólida disciplina, estratégia e carro. Para desafiar a RBR, a equipe da Ferrari deve trabalhar duro, pois a inconfiabilidade no motor e erros de estratégia vem prejudicando a equipe. 

 A Aston Martin talvez seja a grande surpresa da temporada, saindo de sétimo lugar na classificação dos construtores para um incrível pódio conquistado no GP de Bahrein por Fernando Alonso. A equipe desenvolveu um carro capaz de competir com a parte de cima da tabela. No entanto, o line up de pilotos da equipe não é seu ponto forte, pois, apesar de contar com um campeão mundial, não está à altura das rivais.  

Já a Mercedes chega com um excelente line up -Lewis Hamilton e George Russel- e uma grande equipe de engenheiros e estrategistas, mas com um carro que ainda deixa a desejar e, por isso, estão sofrendo recentemente. 

Por fim, Charles Leclerc será punido no grid de Jeddah em dez posições, tendo em vista que a Ferrari alterou a central eletrônica do carro antes do GP de Bahrein. 

Equipes de meio de pelotão 

No meio do pelotão estão Williams, Haas, Mclaren, Alpine, Alfa Romeu e Alpha Tauri. Alpine e Mclaren acabaram o ano passado em quarto e quinto lugar, respectivamente. No entanto, o projeto do carro de 2023 não atingiu as expectativas dos torcedores de Fórmula 1.  

Por outro lado, a Williams, última colocada no ano passado, iniciou o ano de 2023 otimista – o americano Logan Sargent, e o experiente Alex Albon são a nova dupla da equipe. Após muitos avanços no desenvolvimento do carro durante o inverno, a Williams garantiu 1 ponto em Bahrein. 

A Alfa Romeu avançou nos treinos de pré-temporada e mostrou que pode ser competitiva no meio de tabela, algo feito principalmente por Valtteri Bottas, que conseguiu 4 pontos para a equipe na primeira corrida da temporada.  

A principal expectativa da Alpha Tauri é seu novo piloto, Nick De Vries, porém a equipe não montou um bom pacote para o carro de 2023 e não deve estar competitiva o suficiente para o GP da Arábia Saudita. 

Por fim, a Haas, queridinha dos fãs da série Drive to Survive, chega em 2023 com um carro mediano e uma nova line up. Nico Hulkenberg conseguiu se classificar no Q3 no sábado, mas não teve uma boa corrida e acabou em décimo quinto no domingo em Bahrein. 

Questão política envolvendo a corrida 

Diversos fãs ao redor do mundo criticaram o fato da Arábia Saudita sediar uma corrida de Fórmula 1, tendo em vista o seu desrespeito aos direitos humanos e seu caráter totalitário (governado por monarcas). No entanto, o rei saudita alega que, na realidade, o mundo não conhece a verdadeira Arábia Saudita e que o evento seria positivo para a exposição internacional do país e uma abertura internacional maior.

Ademais, no ano passado, um míssil atirado em Jeddah caiu próximo à pista durante um dos treinos livres, ressaltando a instabilidade política presente. 

Relação econômica da Arábia Saudita com a Fórmula 1 

A Arábia Saudita também se relaciona economicamente com a F1. No ano passado, o fundo saudita – PIF – tentou adquirir a maior parte da distribuição acionária da F1 (hoje pertencente a Liberty Media) no valor de 20 bilhões de dólares. Porém, a Liberty recusou vender a sua participação. 

Além disso, através da Aramco, grande empresa petroleira local, os sauditas se tornaram importantes patrocinadores da Fórmula 1, inclusive detendo o posto de maiores patrocinadores do GP da Arábia Saudita. 

Por Luis Felipe Barreto e Luiza Pantalião