Extensão contratual do astro grego traz segurança, certeza e esperança para Milwaukee. Mas há outros vencedores (e perdedores) na decisão
(Foto: Reprodução/Twitter)
Véspera de início de temporada da 2023-24 da NBA. E o anúncio que angustiou a torcida do Milwaukee Bucks a offseason toda, finalmente veio: Giannis Antetokounmpo fica mais 3 temporadas na franquia, alinhando seu tempo de contrato ao do recém chegado Damian Lillard, informação que foi detalhada depois pelo NBA expert Adrian Wojnarowski.
Pra quem olha de fora, a renovação parecia algo óbvio: o atleta garantiu um mínimo de US$ 62 milhões/ano até a temporada 2027-28. Mas não se trata só de dinheiro. “I’m all about winning, event if that isn’t with the Bucks” (“eu estou totalmente focado em vencer, mesmo que não seja com o Bucks”). Essa foi a frase dita pelo astro grego durante as férias da liga. E o recado não poderia ser mais claro para os dirigentes da franquia de Wisconsin: mostrem que vocês querem tanto quanto eu ou meus dias por aqui estão contados. Por isso, quando o anúncio veio ao público, a torcida respirou aliviada.
Para entender melhor os desdobramentos desse movimento, vamos mergulhar nos efeitos colaterais que o tweet do dia 23 de outubro terá na NBA.
O duas vezes MVP da liga, finals MVP e jogador de defesa é um vencedor óbvio desse movimento. Além de garantir mais 186 milhões de dólares para sua família, Giannis reforça sua imagem ao redor da liga, como um “sujeito de palavra”. Mantendo-se fiel ao Bucks, ele assegura uma posição que a maior parte das estrelas dessa geração não foram capazes de assegurar: a de super astro que nunca muda de time, como acontecia frequentemente até os anos 90 – e que mexe muito com o emocional dos torcedores da liga.
O armador, que flertou a offseason inteira com uma mudança para o Miami Heat, acabou trocado pela “melhor oferta” e aportou em Milwaukee. Quando solicitou troca à direção do Portland, Dame indicava que gostaria de ir para “um mercado grande”. O atrativo para estar no Bucks, portanto, era jogar ao lado de um “All NBA player” – no caso, Giannis.
A extensão de contrato é a garantia de que Lillard terá esse jogador ao seu lado. Giannis e Lillard terão contrato até a mesma temporada. Ou seja: a janela para competir por títulos está garantida.
Nomes como Khris Middleton, Brook Lopez, Pat Connaughton e Bobby Portis, todos campeões na temporada 2020-21, tiveram seus contratos renovados naquela oportunidade. Além do pedigree de vencedor que conquistaram, são amigos próximos de Giannis e possuem grande química com o ala-pivô.
A chegada de Lillard, somada à extensão de Giannis, são uma sinalização de que, ao menos pelo próximo ano, ano e meio, eles estarão na luta pelo título. Eventuais renovações/continuidades dependerão do desempenho, claro. Mas o futuro próximo é empolgante.
Desde o famigerado “The Decision”, em 2010, que a movimentação de grandes estrelas da NBA gira em torno de ir para “mercados grandes”. É raro um agente livre sair de um time localizado num mercado pequeno e ir para outro mercado pequeno; em geral, eles optam por estados onde podem faturar mais em publicidade.
A manutenção de Giannis é uma sinalização de que, se a franquia mostrar ambição e abraçar a causa, é possível reter talentos geracionais em mercados pequenos. Antetokounmpo poderia faturar mais jogando em Brooklyn? Sim. Mas suas chances de título seriam menores que em Milwaukee.
Para a franquia, essa é a melhor notícia que poderiam receber. Mesmo tendo um dos elencos mais caros da liga, a presença de Giannis faz com que a franquia valha muito dinheiro – segundo Joe Pompliano, algo em torno de 2 bilhões. Giannis também significa esperança para o time: assim como Lillard topou ir para lá por causa do grego, outros poderão seguir o mesmo no futuro.
A aposta também deu certo: tal qual ocorrera na temporada do título, a franquia foi recompensada pelas suas ações. Em 2020-21, buscaram Jrue Holiday, um super upgrade na armação e defesa do time; Giannis renovou. Agora, foram ativos atrás de um all NBA, em Damian Lillard. Novamente, foram recompensados com a extensão do grego.
E, claro, se ganha franquia, ganha a cidade: Milwaukee verá Giannis Antetokounmpo nos seus outdoors por mais 3 anos e terá o carisma e investimentos do astro na sua comunidade – ele já é um dos donos do time de baseball Milwaukee Brewers.
O time da Flórida sonhou alto com Lillard. Como já tinha sonhado com Bradley Beal e com o próprio Antetokounmpo, anos atrás. Desde que conquistou Lebron James e Chris Bosh, 13 anos atrás, a franquia se tornou um destino desejado por estrelas da liga mas, apesar dos esforços constantes e manutenção de espaço no teto salarial para aportar os astros, apenas Jimmy Butler topou a brincadeira nos últimos anos.
Numa tacada só, perderam a concorrência por Lillard e, de quebra, viram as chances de um lobby por Giannis se tornarem muito mais distantes.
Quando deu sua declaração na offseason, Giannis ligou o alerta para os times de grande mercado. Em meio ao marasmo da espera pela nova temporada, New York Knicks e Golden State Warriors foram bastante lembrados como possíveis destinos do duas vezes MVP da Liga.
Uma estrela do tamanho de Giannis sempre vale a espera: as duas franquias em questão teriam os ativos para fazer funcionar uma transação – escolhas de draft, contratos expirantes, espaço no teto salarial e, claro, os atrativos de um grande mercado. Com a renovação de Giannis, o caminho apontará para outras estrelas – tão caras quantos, mas dificilmente tão boas quanto.
Antigo desafeto de Giannis Antetokounmpo nos anos em que disputaram palmo a palmo a luta pelo título de jogador mais valioso da NBA, o “Barba” James Harden é um derrotado clássico desse movimento. Em rota de colisão com seu 2º time em sequência, Harden ficou marcado na liga como um “jogador mimado”, que se nega a aceitar a situação se ela não for do seu jeito – uma crítica bem dura que os jogadores tem recebido de imprensa, torcida e sociedade sobre a “era de empoderamento” dos atletas.
Giannis mostrou o caminho admirado pelo ecossistema: trabalhe duro, exija compromisso e ambição do seu time e seja recompensado. De quebra, recompense o time também. Giannis não pediu para ser trocado; pediu apenas que a franquia almejasse o título quanto ele.
Enquanto isso, Harden tem sido notícia basicamente pelo mau comportamento, por estar fora de forma e exigindo, pelo terceiro ano seguido, uma troca.
Peça central da negociação que levou Lillard ao Bucks, Jrue foi imediatamente trocado para o Boston Celtics – considerado pelas casas de apostas como uma das favoritas ao título.
Jrue falou expressamente que se imaginava um “Buck for life”, onde pensava que encerraria sua carreira e viveria com sua família. No dia seguinte a essa declaração, foi trocado.
Mas a ida para Boston pode não ser ruim, ao menos do ponto de vista esportivo. Jogando ao lado de Tatum, Brown e Porzingis, o armador está em condições de lutar por mais um título de campeão da liga. O tempo provará se a mudança foi ou não ruim para o armador.
A extensão de contrato do astro de 28 anos foi a última grande notícia de mercado antes do início da temporada 2023-24. Agora é hora de Giannis e o Bucks provarem que a parceria de 11 anos continuará tendo sucesso até os 14 (ou mais) an
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