Em meio a disputas e a expansão global da NBA, o basquete europeu está em um momento decisivo para o seu desenvolvimento
Desde a parceria firmada com a IMG em 2015, a EuroLeague Basketball tem vivido um período de crescimento exponencial. O modelo de liga fechada implementado pela competição a partir de 2016 transformou o cenário do basquete europeu, proporcionando estabilidade financeira para os clubes participantes, mas também gerando polêmicas e divisões dentro do ecossistema do esporte no continente.
Agora, com a recente renovação da parceria entre EuroLeague e IMG até a temporada 2035/36, o torneio se consolida como a principal competição de clubes da Europa. No entanto, desafios seguem no horizonte, incluindo a pressão da NBA, que busca expandir sua presença no continente, e as tensões entre clubes sobre o controle comercial da liga.
A colaboração com a IMG foi um divisor de águas para a EuroLeague. O acordo inicial previa um investimento mínimo de €363 milhões até 2026, em troca de uma participação de 45% da IMG na Euroleague Commercial Assets. A parceria resultou em uma reestruturação profunda da competição, elevando a qualidade das transmissões, fortalecendo a presença digital e expandindo as oportunidades comerciais.
“Tivemos um plano ambicioso para levar a EuroLeague ao patamar mais alto do basquete”, destacou Adam Kelly, presidente da IMG, em entrevista à SportsPro. Os números comprovam o sucesso da iniciativa: desde 2016, a receita total da EuroLeague cresceu cinco vezes, ultrapassando €100 milhões por ano. A média de público nos jogos também aumentou consideravelmente, passando de 8.433 espectadores em 2017/18 para 10.383 na temporada 2023/24.
Apesar dos avanços, a EuroLeague enfrentou turbulências ao longo do caminho. A criação da Basketball Champions League pela FIBA, em 2016, intensificou a disputa política dentro do basquete europeu. Além disso, a pandemia da Covid-19 impactou fortemente as finanças da liga.
Internamente, a instabilidade na gestão também gerou desafios. A saída de Jordi Bertomeu, após 22 anos à frente da EuroLeague, desencadeou uma transição turbulenta, com a breve gestão de Marshall Glickman antes da chegada de Paulius Motiejunas, em 2023. Diferentemente de seu antecessor, Motiejunas buscou fortalecer a relação com a IMG, utilizando sua rede de contatos para impulsionar novos negócios.
“Eles podem abrir muitas portas para nós”, afirmou Motiejunas ao SportsPro. No entanto, ele também defende que a EuroLeague assuma mais controle sobre suas operações comerciais, uma demanda crescente entre os clubes participantes.
A estratégia da EuroLeague também está focada na expansão para novos mercados. Países como França, Alemanha e Reino Unido são vistos como territórios-chave para crescimento. O sucesso de equipes como Paris Basketball, Bayern de Munique e AS Monaco reforça essa tendência. Em Londres, o projeto de ter um time britânico na competição sofreu um revés com o colapso do grupo 777 Partners, antigo dono do London Lions e investidor da British Basketball League (BBL), mas a liga segue atenta ao mercado inglês.
Ao mesmo tempo, a NBA tem fortalecido sua presença na Europa. Além de realizar jogos da temporada regular no continente, a liga americana tem explorado modelos para consolidar sua influência no basquete europeu. Esse movimento representa uma ameaça para a EuroLeague, que precisará reforçar sua identidade e manter seu apelo para torcedores e patrocinadores.
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Com uma parceria renovada e uma estratégia de crescimento bem definida, a EuroLeague segue como protagonista no basquete europeu. No entanto, desafios como a concorrência com a NBA, a disputa por controle entre clubes e a necessidade de se consolidar em mercados estratégicos continuarão moldando o futuro da competição. Resta saber se a liga conseguirá manter sua ascensão e se firmar como uma alternativa viável à domínio global da NBA.
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